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A História De Um Jornalista

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Por:   •  4/5/2014  •  954 Palavras (4 Páginas)  •  254 Visualizações

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JOSÉ MARIA RABÊLO - A história do jornalista que ficou 15 anos exilados do Brasil

O legado de um homem que sempre batalhou por justiça e nunca perdeu a esperança de voltar para casa.

José Maria Rabêlo, faz parte de uma geração marcada pela experiência política e do exílio no Brasil, jornalista, nascido no ano de 1928 em uma cidadezinha do sul de Minas Gerais, Campos Gerais. Prisões, uma vida clandestina, perseguições, torturas, são os sentimentos traumáticos dos anos de chumbo no Brasil.

Em tempos de revolução, Rabêlo sempre foi uma pessoa muito otimista. "Preferia ver os lados bons da vida. Aqueles anos sombrios serviram para estreitar a relação entre companheiros que lutavam pela reconquista da democracia, com fortes laços de solidariedade." Percebeu as dificuldades na vida logo cedo, quando, sozinho saiu da casa de seus pais, e foi estudar e trabalhar na capital mineira, Belo Horizonte. "Sempre quis viver com independência, porque papai pouco podia me ajudar, devido ao grande número de crianças ainda dependentes dele."

Em 1952, Rabêlo exercia intensa atividade política junto aos movimentos sociais. Com o seu colega Euro Arantes fundou o jornal Binômio, um jornal independente e contestador, onde combinava o humor com denúncias políticas, com reportagens, charges e crônicas. O nome do jornal foi inspirado quando eles decidiram escolher o lema do então governador do Estado, Juscelino Kubitschek, "Binômio Energia e Transporte". Para contrapor o slogan, eles lançaram o jornal "Binômio Sombra e Água Fresca", que mais tarde tornou-se apenas Binômio. “O binômio do governo tinha aquela propaganda toda. Então, a palavra adquiriu autonomia e virou nome do jornal”. O jornal virou fenômeno de venda, chegou a vender 60 mil exemplares em uma única edição e mais tarde incorporou jornalistas e chargistas na equipe, entre eles Fernando Gabeira, Roberto Drummond, Guy de Almeida, Oseas de Carvalho, Ponce de Leon, Ziraldo e Borjalo, todos em início de carreira.

Em pouco tempo, o Binômio tornou-se motivo de preocupação por diversos interesses políticos e privados. Entre eles, o comandante do exército de Minas Gerais, Punaro Bley, indignado com uma reportagem publicada no jornal, em que revelou um lado obscuro da sua história quando foi interventor no Espírito Santo durante o Estado Novo. A reportagem mostrava os campos de concentração que ele havia construído para recolher líderes comunistas e como governou o estado com braço de ferro. A matéria intitulada "Democrata hoje, fascista ontem", irritou o general que, fardado, foi até a redação de Binômio para agredir Rabêlo. "Quando passou a agredir-me eu tive que reagir, e ele saiu bastante avariado deste confronto. Por causa disso, 200 homens do Exército e da Aeronáutica invadiram o jornal, destruindo-o completamente.", conta o jornalista.

Após as perseguições enfrentadas por militares e o encerramento do Jornal, o jornalista conseguiu escapar antes de ser preso. "Consegui escapar pouco antes deles chegarem a minha casa." Para não ser preso e possivelmente torturado, Rabêlo inventou disfarces para sair de Belo Horizonte e ir para São Paulo e de lá para o Rio de Janeiro, onde conseguiu embarcar para o exterior. "Os militares controlavam inteiramente o acesso das grandes cidades, dificultando assim a saída de seus adversários políticos. Mais de uma vez estive prestes a ser detido, mas a mão do destino me ajudou a escapar."

Deixando sua mulher Thereza e seus sete filhos pequenos, os primeiros meses de exílio foram na

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