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A INTELIGÊNCIA SIMBÓLICA E SUA RELAÇÃO COM OS SENTIDOS

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Por:   •  17/3/2015  •  1.445 Palavras (6 Páginas)  •  852 Visualizações

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A INTELIGÊNCIA SIMBÓLICA E SUA RELAÇÃO COM OS SENTIDOS

Segundo o filósofo e biólogo Johannes von Uexkull, a biologia é uma ciência que deve ser analisada através dos métodos da observação e da experimentação. Pensando dessa maneira, Uexkull diz que toda espécie viva possui um circulo funcional. Este círculo funcional se trata de um sistema receptor, no qual a espécie se relaciona com os estímulos do meio exterior, e entrelaçado a ele, outro sistema destinado a responder esses estímulos. Pensando nesta ideia proposta por Uexkull e aplicando-a aos seres humanos, nota-se uma significante diferença em relação às outras espécies: no cotidiano humano é possível se observar uma nova característica, entre os sistemas receptor e o de reação, o ser humano apresenta um terceiro sistema, o sistema simbólico.

Através do advento deste sistema simbólico, o homem passou a não ter uma resposta direta para os estímulos externos, a resposta passou a ser mediada por inúmeros pensamentos. Essa mudança perante as outras espécies mudou totalmente a forma de viver dos homens, já que agora ele não vive apenas em um espaço unicamente físico, com fatos e acontecimentos isolados, mas também em um universo simbólico, dotado de emoções, prazeres, esperanças, ilusões, desilusões, medo etc.

Este sistema simbólico pode ser explicado por um conjunto de símbolos, tais como: linguagem, religião, arte, que juntos vão se incorporando ao conhecimento humano e também à estrutura mental do homem, fazendo com que ele viva em uma nova dimensão da realidade, realidade ditada pela conversa consigo mesmo, e não apenas com as próprias coisas. Desta maneira, a realidade dita física começa a perder espaço à medida que avança a atividade simbólica presente nos seres humanos.

A partir destas definições, podemos fazer inúmeras indagações, sobretudo quanto ao universo simbólico. Para muitas pessoas, o conhecimento dos seres humanos é baseado apenas em suas sensações, obtido através de seus sentidos. Por meio desses, poderemos ter uma ideia que determinada coisa ou objeto representam, entretanto, não conseguiremos ser objetivos para determinar o conceito daquilo que estamos nos referindo sem fazer uso da simbologia, pois não possuímos o conhecimento suficiente sobre ele.

Podemos, então, estabelecer algumas diferenças entre seres humanos e animais. Como dito anteriormente, o universo dos seres humanos é abrangido por três sistemas, que são: receptor, efetuador e simbólico. Já os animais possuem apenas os dois primeiros sistemas. Mas, o que isso representa? Pode-se estabelecer algum parâmetro em relação aos seres humanos?

Para explorarmos sobre esta questão, vamos esclarecê-la através de um exemplo prático. Um cachorro, por exemplo, é dotado do sentido da visão. Assim sendo, é provável que ele já tenha visto uma cadeira, assim como os seres humanos. A partir disso, pergunta-se: O cachorro sabe o que é uma cadeira? Ele possui uma ideia ou conceito? Obviamente o cachorro não sabe o que é e qual a função de uma cadeira. Para se ter o conhecimento sobre algo, inicialmente precisamos ter sentidos, ou seja, é uma condição necessária para termos ideia sobre aquilo. Todavia, precisa-se ter uma linguagem simbólica para que se tenha o conhecimento. Por isso, a linguagem simbólica é uma condição suficiente para alcançar este conhecimento. Apenas os sentidos não são suficientes para tais conceitos.

Os símbolos são bastante flexíveis, pois apenas um único símbolo pode-se referir a vários objetos, como por exemplo, manga: pode ser interpretada como a fruta manga ou a manga de uma camiseta. Além disso, vários símbolos podem se referir a um mesmo objeto. Esta flexibilidade dos símbolos permite ao homem relacionar com o outro de maneira inteligível. Os primeiros indícios deste universo simbólico surgiram com as pinturas rupestres, em que marcaram a evolução cultural de grupos sociais na pré-história. Estas pinturas formam um profundo sistema gráfico que foi precursor da linguagem simbólica na vida humana, há mais de doze mil anos atrás.

O princípio do simbolismo é a evidência do progresso humano. Esta gradação humana não é obstruída por falhas do material dos sentidos. O caso de Helen Keller demonstra-nos que na construção do mundo humano, o ser humano não depende da qualidade de seu material de sentidos. Este caso nos possibilita visualizar que a cultura humana, o caráter e os valores morais podem ser expressos em qualquer material dos sentidos. O desenvolvimento do pensamento simbólico e da expressão simbólica não é impossibilitado de ocorrer pela falta dos sentidos, como visão, audição, tato, paladar e olfato. Por este motivo, verificaremos como ocorreu este processo de Helen Keller.

Helen nasceu em Alabama no ano 1880. Ela ficou cega, surda e muda desde os 19 meses de vida, devido à doença chamada escarlatina. Esta doença a impossibilitou de conversar com seus pais. A partir disso, seus pais resolveram contratar a educadora estadunidense Anne Mansfield Sullivan para ajudá-los, quando a menina possuía sete anos. Por meio da linguagem de sinais, Sullivan iniciou seu trabalho de fazer com que Helen se comunicasse.

Em 1904 Helen Keller graduou-se bacharel em filosofia pelo Radcliffe College, instituição que a agraciou com o prêmio Destaque a Aluno, no aniversário de cinquenta anos de sua formatura. Falava os idiomas francês, latim e alemão. Ao longo da vida foi agraciada com títulos e diplomas honorários de diversas instituições, como a universidade

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