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A camuflagem da religiosidade na vida humana

Por:   •  16/11/2021  •  Artigo  •  4.130 Palavras (17 Páginas)  •  200 Visualizações

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FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

CIÊNCIA DA RELIGIÃO

KARLA CRISTINA PEREIRA

A camuflagem da religiosidade na vida humana

ARAGUARI

2019

Karla Cristina Pereira[1]

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.

Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar as concepções sobre o fenômeno do sagrado e seu oposto, o profano, a partir da obra O sagrado e o profano: A essência das religiões de Mircea Eliade, enfatizando os dois modos de ser no mundo, sagrado e profano, ou seja, modo de ser do homo religiosus e o modo de ser do homem moderno, respectivamente. Neste trabalho também são utilizadas as concepções de Rudolf Otto e Carl Gustav Jung de mitos e ritos sobre as relações do homem moderno e homo religiosus com o sagrado para confirmar a viabilidade da noção eliadiana do tema.

Palavras-chave: Sagrado. Profano. Homo Religiosus. Homem Moderno. Mitos, Ritos.

  1. INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho é apresentar as concepções sobre o sagrado e o profano de Mircea Eliade, diante das diversas interpretações do tema no decorrer da história.  

Também temos como objetivo apresentar algumas considerações sobre mitos e ritos de Joseph Campbell e Carl Gustav Jung.

Desta forma o trabalho apresenta os tópicos: Concepção eliadiana do Sagrado que introduz o tema e faz o paralelo entre os dois elementos nas perspectivas de Eliade; O homem moderno e sua postura com relação ao sagrado que apresenta a concepção eliadiana de homo religiosus e homem moderno; A importância dos mitos e ritos que aponta a forma que o sagrado está camuflado no profano e expõe a importância dos mitos e dos ritos; A ritualização dos mitos, segundo Eliade que nos traz uma breve elucidação sobre a função dos ritos para a vida simbólica do ser humano. Causando a seguinte problemática: o homem moderno está realmente “livre” da religiosidade? O homem moderno consegue se tornar totalmente arreligioso?

Este trabalho nos mostra que o sagrado é entendido como fenômeno religioso, e não como conceito, está inserido no cotidiano do homem moderno mesmo que o ele se admita como ente arreligioso e agente da própria História. E em como esse agente dessacraliza o sagrado, desmitologizando os ritos trazendo a inexistência de uma vida simbólica, a qual é essencial à alma humana.

A proposta geral deste presente artigo busca identificar se o homem moderno consegue ser totalmente arreligioso no mundo profano ou se o sagrado lhe permeia de maneira de maneira explícita e/ou camuflada.

A importância desse trabalho se dá justamente na análise crítica à falta de religiosidade do homem moderno e a consequência desse comportamento dessacralizado: as crises existências. Não obstante, dar a solução psíquica para tal problema que assombra toda a sociedade moderna atual.

O presente trabalho utilizou-se de uma pesquisa bibliográfica empregando as obras de diversos autores, em especial Mircea Eliade.

  1.  DESENVOLVIMENTO

  1. Concepção eliadiana do sagrado

A ideia de Mircea Eliade sobre o sagrado e profano em toda sua multiplicidade, partindo da definição crucial da oposição entre sagrado e profano desenvolve o tema e nos traz em seus estudos esse conjunto de questões religiosas percorrendo os enredos da história da humanidade. Segundo o autor, a apreensão do sagrado se consolida precisamente em suas manifestações hierofânicas, através das realidades sagradas.

A experiência do sagrado está conectada às ideias de significado, verdade, existência e fonte de sentido. Ao contrário, o profano pertence ao irreal, ao não-ser.

A partir dessa percepção de sagrado enquanto fonte de sentido que Eliade entende o sagrado como uma peculiaridade da consciência, rompendo como pensamento positivista de que a relação do homem com a sacralidade é um estágio primitivo do desenvolvimento da consciência humana.

A experiência do sagrado enquanto fonte de sentido faz parte do ser humano, pois sem ela o homem não poderia se constituir. O homo religiosus é um homem que está sempre buscando um significado, um sentido para seus atos e para o mundo em que vive.

Eliade explica que o homem moderno por sua vez, assume uma visão contrária. Ele banaliza e dessacraliza o cosmos para conhecê-lo como objeto e dominá-lo. O homo religiosus se situa como sendo verdadeiramente homem na medida em que segue o modelo divino. Somente o que é sagrado lhe interessa, enquanto que para o homem moderno não existe modelo divino. O homem moderno é arreligioso, e assume-se como único “sujeito e agente da História recusando qualquer apelo à transcendência” (Eliade, 2010, p. 97).  Dessa forma, Eliade percebe a atemporalidade da sacralidade.

  1. O homem moderno e sua postura com relação ao sagrado

Aparentemente, religião e mundo moderno são coisas incongruentes. Conforme se estabeleceria a emancipação do homem em relação à realidade sagrada, a declaração do fim da religião e da morte de Deus foram as premissas do mundo moderno.

A partir do instante em que o homem se atreve a conhecer e dominar o mundo, ele o banaliza, tornando-o um espaço dessacralizado, onde o homem se liberta do poder de submissão e se vê livre para modificar, intervir e etc. O universo perde o seu gênero sagrado e trona-se profano.

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