A disputa dialética em Аristóteles

A DISPUTA DIALÉTICA EM ARISTÓTELES

Guilherme Wyllie – UCP/PUC-Rio

s Tópicos têm sido descritos

como uma tentativa fracassada

de estabelecer um sistema

de lógica que só foi plenamente

realizada com o surgimento dos Primeiros

Analíticos1. Nesta obra estão

presentes oito livros sendo que a

maior parte deles, os livros II-VII, lidam

com os Tópicos, enquanto que

os dois restantes, os livros I e VIII,

expõem os fundamentos de uma disputa

dialética. Para Aristóteles os

Tópicos tem como objetivo principal

proporcionar uma arte de argumentação2,

de modo que qualquer indivíduo

que a possui esteja perfeitamente

capacitado para uma disputa dialética

de estilo socrático. No âmago desta

arte está, por sua vez, um método

para formular argumentos baseado

nos Tópicos.

Uma disputa dialética envolve a participação

de dois contendores, o argüidor

e o argüido, que debatem em

torno de um problema, isto é, um

tema de investigação que deve ser

representado por uma questão com a

forma “A ou não-A”3. Por conseguinte,

perguntas do tipo “O universo

é ou não é eterno?” ou “O prazer

deve ou não ser escolhido?” são

exemplos que podem ser adotados

como problemas4. Não obstante, nem

todos os temas são adequados numa

disputa dialética, visto que apenas

assuntos

discutíveis podem ser apresentados

como problemas. Portanto, temas

universalmente aceitos como absurdos

ou evidentes devem ser preteridos

por não serem passíveis de discussão5,

e somente serão considerados

aqueles assuntos que suscitam

opiniões divergentes6.

Numa disputa dialética, cada contendor

tem que sustentar um dos disjuntos

do problema como verdadeiro.

Desta

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