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AFRYSMES SOBRE O JOGO LINGUÍRIO

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Por:   •  24/5/2014  •  Tese  •  1.748 Palavras (7 Páginas)  •  303 Visualizações

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LUDWIG WITTGENSTEIN: AFORISMOS SOBRE O JOGO DE LINGUAGEM ( Aphorisms about the language game)

Resumo

Este é um breve estudo introdutório ao conceito de jogo de linguagem de Ludwig Wittgenstein, conceito chave não somente dentro do pensamento deste filósofo, mas também para toda filosofia da linguagem e para a filosofia geral contemporânea. Após leitura e reflexão feita sobre os textos originais de Wittgenstein me apoiei ao aforismo §65 do livro Da Certeza para alicerçar a idéia central de que através da linguagem, mais precisamente através da filosofia oriunda desta linguagem, é possível transcendermos os limites que estamos acostumados a observar nos objetos e nos significados tradicionais das palavras.

Palavras chave: Aforismos, jogo de linguagem, Significado.

1. A Escolha Do Tema: Introdução

Escolhi como tema deste trabalho a questão do jogo de linguagem, ou talvez seja melhor chamar de conceito de jogo de linguagem. Tomei esta decisão, pois julgo este é um conceito chave em Wittgenstein bem como para toda filosofia da linguagem.

2. Procedimentos Utilizados

Uma vez escolhido o tema, iniciei uma breve leitura do livro Da Certeza, donde fiz um apanhado de anotações e demarquei uma série de aforismos que julgo estarem relacionados entre si e entre o tema escolhido. Depois refleti sobre o tema e escrevi as considerações que serão expostas no próximo item deste trabalho. Por fim, escolhi entre todos os aforismos o que considero a viga estrutural do meu viés de raciocínio. Talvez a ordem metodológica destes passos não seja a melhor possível para o estudo deste tema, mas certamente foi a maneira que minha mente encontrou para dar sentido aos conteúdos trabalhados e atingir os objetivo central deste trabalho que é a clarificação do conceito de jogo de linguagem.

3. Considerações Pós-Reflexivas Acerca do Jogo de Linguagem

De certa forma o Wittgenstein amadurecido de “Da Certeza” pressupõe que não há qualquer espécie de essência a ser descoberta na linguagem, isto nos remete a pensar que não vamos encontrar nada além de um grande aglomerado de linguagens particulares em suas diferenças.

Encontramos no mundo as mais diversas formas de jogo. Jogos olímpicos, jogos de cartas, jogos de videogame, jogos de futebol, etc. Cada uma destas formas de jogos possui suas próprias essências, neste sentido não podemos dizer que existe uma essência única entre todas as formas de jogos. O que existe é apenas uma limitada série de semelhanças e familiaridades (tal como, a competição, o desafio, a vitória, a derrota, etc.) que permitem que todas estas diferentes práticas possam ser denominadas de “jogo”.

Se refletirmos sobre as diferentes linguagens, podemos fazer uma interessante analogia entre “jogo” e “linguagem”, onde a relação das diferentes linguagens não passa de semelhanças ou familiaridades. Wittgenstein chama os segmentos heterogêneos da linguagem, como regras e finalidades próprias de Jogo de Linguagem.[1]

Através da linguagem podemos transmitir cultura, dar ordens, contar piadas, etc. Mas o mais interessante disso tudo é o fato de que muitas vezes fazemos isso utilizando as mesmas palavras. Por isso o filósofo percebe que o significado real de uma palavra só é estabelecido dentro de um jogo de linguagem específico. Fora de um jogo a palavra está completamente destituída de significado e se inserida em outro jogo de linguagem, provavelmente assumirá uma nova significação.

Isso implica dizer que o significado de uma palavra não está nem relacionado pelo objeto que ela representa no mundo factual, nem nas entidades mentais que a pronúncia ou leitura da palavra representa. Para Wittgenstein o que realmente interessa na hora de se estabelecer o significado da palavra é o momento em que o falante consegue dizer e que o ouvinte consegue compreender estas falas. Podemos facilmente observar este fato quando, por exemplo, utilizamos gírias ou linguagem técnica em alguma conversa.

Por isso a linguagem deve ser sempre encarada como uma prática pública. Um termo vai ganhado seu significo pela aceitação e correção pública, se não for assim, não passa de um ruído ou dum mero sinal se for escrito. A sim sendo, uma linguagem privada não é linguagem. É necessário sempre mais de um indivíduo utilizá-la para que seja linguagem. Seguindo este raciocínio, devemos evitar linhas de estudo que separem a linguagem de seus indivíduos e de seus usos. Caso contrário, estaremos correndo o risco de perder muito tempo e sem avançarmos absolutamente nada em relação ao que realmente importa na linguagem... sua prática.

Quando colocada dentro do campo prático a linguagem supera o papel secundário de apenas representar as coisas que existem no mundo e passa a ter o poder de transcender os objetos, podendo assumir um significado muito além dos objetos que pode representar. Por isso para o filósofo, a partir do jogo de linguagem, a linguagem possui uma função muito mais importante do que apenas representar coisas.

4. Aforismos Interessantes e Relacionados ao “Jogo de Linguagem” Encontrados no Livro Da Certeza de Wittgenstein.

§3: “Se, por exemplo, alguém dizer: <<Eu sei se existe uma mão aqui>>, poderia dizer-se-lhe <<Observa melhor>>. – Essa possibilidade de cada um se convencer faz parte do jogo de linguagem. Representa uma das suas características essenciais.”

§24*: “A pergunta do idealista seria mais ou menos assim: <<Que direito tenho eu de não duvidar da existência das minhas mãos?>> (e a resposta para isso não pode se<<sei que existem>>) Mas alguém que faz essa pergunta não está considerando o fato de que uma dúvida acerca da existência apenas tem cabimento no jogo de linguagem. Daí que tenhamos, primeiro, de perguntar: O que seria uma dúvida dessas? E não compreendamos imediatamente.”

§56**: “Quando alguém diz: << Talvez este planeta não exista e o fenômeno da luz se produza de qualquer outro modo.>>, então, apesar de tudo, essa pessoa precisa de um exemplo de um objeto que existia de verdade. Então não existe – como, por exemplo existe...

Ou devemos dizer que a certeza é apenas um ponto idealizado do qual há certas coisas que se aproximam mais, outras menos? Não. A duvida perde gradualmente o sentido. Este jogo de linguagem é justamente

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