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Alegoria Da Caverna - Platão

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Por:   •  24/3/2015  •  3.841 Palavras (16 Páginas)  •  738 Visualizações

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INTRODUÇÃO

"O mito expressa o saber que o homem não é senhor de si mesmo, de que não só dependente dentro do mundo conhecido, mas também, antes de tudo, depende das potências que estão além do conhecimento, de que ele justamente nessa dependência pode libertar-se das potências conhecidas" (Bultmann, R.) . A alegoria, ou mito da caverna é um meio para levar o homem a um conhecimento que está além do seu, ou seja, que não é claro para os outros e difícil de clareá-lo por meio da linguagem comum.

Este será o assunto tratado neste trabalho, tendo como objetivo principal, mostrar que o mito, aqui proposto tem a tarefa de esclarecer a existência humana no mundo.

A alegoria da caverna, neste sentido, descreve uma fábula de Platão, que quer mostrar uma realidade semelhante a nossa de escravidão velada, sem que nós percebamos, sendo que, os únicos que os percebem são os filósofos, pois conseguem contemplar o mundo das Idéias.

Objetivo da Alegoria da Caverna

No livro VII de A República, Platão (428-348 a.C.) descreve, pela boca do personagem de Sócrates, um mundo curioso. Nessa passagem, conhecida pelo nome de alegoria da Caverna (ou ainda de "mito da Caverna"), surgem personagens estranhos, presos desde o nascimento em uma gruta, acorrentados, contemplando apenas as sombras dos objetos, projetadas sobre as paredes do fundo. O interlocutor de Sócrates nesse diálogo, Glauco, espanta-se com este quadro bizarro. Declarando, a respeito dos prisioneiros: "São semelhantes a nós", Sócrates quer dizer que nós nos parecemos com eles, mergulhados na ilusão e a ela acorrentados.

SÃO SEMELHANTES A NÓS.

A alegoria da Caverna pretende descrever, sob uma forma facilmente acessível, nossa condição humana e o que é a libertação filosófica. Ela permite esclarecer a oposição entre o mundo sensível e o mundo inteligível, isto é, entre o mundo que nos cerca, e que Platão considera ilusório, e o único plenamente real: o mundo das idéias.

Esse mito "bastante conhecido" aparece no livro VII de a República, diálogo consagrado à injustiça e no qual Platão define o que seria para ele a cidade ideal.

Descrição da Fábula

Esta passagem apresenta-se como uma fábula. Um grupo de homens encontra-se acorrentado, desde a infância, no interior de uma caverna, todos obrigados a olhar para o fundo. No exterior dessa gruta circulam, por trás de uma mureta, homens que transportam objetos. Nossos prisioneiros contemplam as sombras desses objetos. Trata-se na verdade de uma espécie de teatro de sombras, cuja fonte luminosa é o sol.

Ora, os prisioneiros, que ignoram tudo a respeito do mundo exterior, tomam essas sombras necessariamente pela realidade. Entregam-se entre si a uma espécie de permanente disputa, ou concurso, para classificar essas formas, a freqüência de sua passagem, os laços que unem um determinado objeto a outro. Os mais hábeis recebem recompensas, honrarias. Esses homens encontram-se, portanto, mergulhados na ilusão (eles tomam as sombras pela realidade) e desenvolvem uma ciência ilusória (que consiste em classificar ordens de passagem).

Sócrates: Estes Prisioneiros "São Semelhantes a Nós"

A propósito desses prisioneiros estranhos, Sócrates declara: "São semelhantes a nós". Esses prisioneiros somos nós; suas ilusões são as nossas. O mundo da caverna é o mundo não-real da ilusão, da competição, das recompensas irrisórias, é o nosso. Essa ilusão é tão mais perigosa na medida em que ela própria se ignora.

O episódio dramático que Sócrates narra em seguida bem revela isso. Ele apresenta, inicialmente, a hipótese de se libertar repentinamente um prisioneiro e levá-lo para fora. Ele sofreria, o sol lhe abrasaria os olhos, não conseguiria discernir nada, ofuscado, entre os objetos reais do mundo exterior. Em suma, sofreria a pior das violências, sem proveito algum.

Libertação Progressiva

Mas se esse prisioneiro fosse libertado de forma progressiva, sendo acostumado pouco a pouco à luz (fazendo-o primeiro sair de noite, contemplar as estrelas, depois os reflexos na água, até que ele conseguisse suportar o dia claro e até mesmo a visão do sol), então ele compreenderia que o mundo da caverna não passava de ilusão e que somente o "mundo exterior" era real, verdadeiro e belo. Esse itinerário progressivo é - e voltaremos a ele - o da filosofia, que converte o nosso olhar, fazendo-nos passar da ilusão ao real.

O prisioneiro libertado quererá sem dúvida voltar à caverna para alertar seus antigos companheiros. Mas então, reentrando na caverna escura, ele sofrerá um efeito semelhante àquele que sente qualquer um de nós ao passar do dia claro para a escuridão. Não verá nada, esbarrará em tudo, será motivo de risos, não reconhecendo mais as sombras. Se além disso, ele explicar aos companheiros que aquilo que eles tomam por realidade não passa de ilusão, e demonstrar que não dá nenhuma importância a seus concursos e suas honrarias, a tudo aquilo a que os outros dão valor, aí a farsa assumirá contorno de tragédia. Ele será Executado, como um louco, como um perturbador.

Esse resultado trágico, que Platão descreve pela boca de Sócrates, representa evidentemente o destino do próprio Sócrates, ö mais justo entre os homens", que o tribunal popular de Atenas condenará à morte. E o mundo da caverna é semelhante ao da cidade ateniense, com sua democracia direta, suas lutas internas, sua sede de honrarias.

O fim da fábula ilustra as relações tensas, se não impossíveis, entre a filosofia e a cidade. O sábio dá as costas àquilo que os mortais comum admiram, zomba de suas honras que julga irrisórias uma vez que são ilusórias. Sua incapacidade para os assuntos do uso corrente, essa incapacidade que provoca risos, que o faz passar por louco ou idiota, advém do fato de que ele sabe que a maioria de nossos assuntos e daquilo que nos preocupa é sem valor, é frívolo: um mundo de sombra. Sócrates, como o primeiro libertado de Platão, pagou com a vida esse saber, inaugurando uma lista que está longe de se poder considerar fechada. Esses assassinos potenciais : "São semelhantes a nós".

O Mundo Exterior da Caverna - O Mundo das Idéias

Mas qual é o mundo do exterior da caverna, o mundo real?

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