As Provas Da Existencia De Deus

EDSON ANDRÉ RAMOS DA SILVA – RA 1122729

Curso de Licenciatura em Filosofia

Disciplina: História da Filosofia Antiga e Medieval

SOBRE AS DIFERENÇAS ENTRE AS PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS FORMULADAS POR TOMÁS DE AQUINO E SANTO ANSELMO.

Orientador: Prof. Alessandro Reina

Claretiano Centro Universitário

BELO HORIZONTE

2013

Sobre as diferenças entre as provas da existência de Deus formuladas por Tomás de Aquino e Santo Anselmo.

Introdução

A grande influência que a religião exerceu no pensamento filosófico da Idade Média, entre outros fatores, provocou o que chamamos de “estigmatização da filosofia medieval”, ou seja, a impressão de que este período foi estéril e improdutivo no âmbito do conhecimento filosófico. Todavia, é inquestionável que este tempo trouxe uma rica contribuição à historia da filosofia, começando pelos grandes pensadores que se destacam e, principalmente, pelas suas tentativas de conciliar fé e razão.

A necessidade de argumentação racional para se chegar a plena fundamentação das realidades da fé e provar a existência de Deus era a causa que embasava as especulações filosóficas de Anselmo de Cantuária. Por outro lado, Santo Tomás de Aquino, fundamentado pela tradição filosófico-teológica, adota um caminho similar ao do primeiro, no sentido de usar-se da razão para provar a existência de Deus, mas sugere um pensamento diferente.

A pretensão deste trabalho é confrontar as posições destes pensadores medievais quanto às provas da existência de Deus; embora ambos, não sendo contemporâneos, tentaram apresentar tais considerações, cada um a sua maneira, notaremos que Tomás de Aquino adota uma posição crítica com relação as proposições de Anselmo.

Problematização da questão

Podemos afirmar que Anselmo coloca como base de sua especulação filosófica a existência de Deus; este problema filosófico não se remete a inexistência de fé, campo religioso, mas a ausência de uma razão que dê base para esta fé, campo filosófico. O argumento usado em seus escritos na obra Proslogion para provar a existência de Deus, ficou conhecido como “Prova Ontológica da Existência de Deus”. É possível perceber que esta é uma tentativa de reforçar o que foi escrito em sua primeira obra, Monologion, onde aparecem as quatro vias anselmianas: Deus como Bem Supremo, Grandeza Suprema, Ente Supremo e Natureza Suprema.

No primeiro escrito Anselmo apresenta um contundente argumento sobre a existência de Deus, seu desejo era encontrar um argumento único, que por si mesmo poderia comprovar-se, segundo afirma Madeira:

“O caminho começa por algo de que a própria razão, sozinha, pode se convencer: de que existe uma natureza única que se basta em si mesma em sua eterna beatitude, que é suprema em relação a todos os entes e que, por sua bondade onipotente, dá a todos eles a condição de serem algo e de o serem bem (2013, p. 138-139).

A busca pelo argumento único revela o grande anseio do filósofo Anselmo, juntamente com a procura incansável pela prova ontológica, ao ponto de chegar a afirmar que pelas vias racionais chegamos a compreensão que Deus seria o Ser que cremos e que é impossível se pensar algo maior. Esse pensar em algo maior inclui até mesmo a possibilidade de se pensar em sua inexistência, pois isso seria um absurdo lógico.

A crítica de Tomás de Aquino a Santo Anselmo, baseia-se predominantemente numa questão: o Ser humano, por ser limitado e finito, não poderia abarcar toda a ideia de Deus como aquilo que de maior pode ser pensado. O problema está em conferir ao intelecto toda a capacidade para atestar a existência de Deus. A proposição “Deus Existe” confere e é verdadeira; mas tal verdade carece de demonstração, “o que é Deus?”. Tomás de Aquino tentará provar a existência de