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As Teorias da Obtenção do Conhecimento Humano

Por:   •  4/7/2018  •  Trabalho acadêmico  •  4.235 Palavras (17 Páginas)  •  304 Visualizações

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Nome: Débora Miriã Gomes dos Santos RA:102589

Disciplina: Redação Filosófica.

AS TEORIAS DA OBTENÇÃO DO CONHECIMENTO HUMANO.

                                               

                                              MARINGÁ, 2017.

O debate a cerca do conhecimento humano:  

Ao longo do desenvolvimento do pensamento filosófico, uma das grandes dúvidas ou dos problemas que dizem à respeito do ser humano é sobre a sua forma de obtenção do conhecimento, como se dá, através do que se obtém e até mesmo como.

Dentre as formas do conhecimento humano, nota-se que há quem defenda que sua obtenção seja pelo método da experiência, ou seja, pela ordem sensível, outros, porém, defendem que nosso conhecimento se dá pela esfera que vai além da sensitiva, aquele que se dá pelo uso da racionalidade, explicando os conhecimentos científicos, metafísicos, religiosos, éticos e morais.

Além da racionalidade, os humanos, assim como os animais, são dotados dos sentidos: tato; olfato; paladar; audição e visão, que nos proporcionam conhecimento a respeito daquilo que sentimos, por exemplo, com o tato podemos saber que ao entrar em contato com o fogo, ele queimará, causando dor e ardência, com a visão podemos distinguir um objeto do outro, a audição em conjunto com a visão nos proporciona a distinção e identificação de um som específico à um objeto especifico ou ser, e assim sucessivamente.

Platão (348-347 a.C.) filósofo racionalista da clássica Grécia Antiga, defendia uma concepção Dualista no que diz respeito ao conhecimento humano.  

Para Platão, nosso conhecimento pode ser obtido através do mundo sensível e do mundo inteligível (mundo das idéias), o primeiro, respectivamente, é o mundo que reflete o conhecimento através dos cinco sentidos, nesse mundo nada é realmente concreto e está sempre em constante mutabilidade, por isso é um conhecimento “aproximado do perfeito”. O segundo mundo é o inteligível, o mundo das ideias, das essências imutáveis, que o homem somente alcança pelo uso da sua racionalidade e pelo afastamento dos enganos que os sentidos podem causar. No livro VII da Republica, Platão narra o Mito da Caverna, que demonstra existência dos dois mundos e analisa que um dos homens ao sair da caverna, se libertar e conhecer o verdadeiro mundo e a luz do dia, ao voltar à caverna e contar as descobertas aqueles que continuavam vivendo na caverna, sem nenhum contato com o mundo externo, seria dado como louco. Os homens presos na caverna conhecem apenas o mundo sensível, já aquele que se libertou das amarras conheceu a verdadeira essência das coisas, a verdade perfeita e imutável, o mundo das ideias.

Segundo Platão, para explicar a origem do nosso conhecimento intelectivo, era necessária a existência de um mundo ideal (das ideias) que continha todos os objetos universais, em sua plena forma e necessários em si, por isso, imateriais, esses objetos não eram cópias dos existentes no nosso mundo sensível, mas sim a verdadeira forma de tudo aquilo que conhecemos através do experimento. De acordo com o filósofo, nossa alma, sendo pré existente ao corpo, esteve em primeira estância em contato com esse mundo das idéias, esse conhecimento e contato com o mundo das ideias é a base para raciocinarmos e conhecermos o mundo sensível, ou seja, nossos sentidos só associam algum objetivo a partir da concepção do nosso conhecimento intelectivo.

Aristóteles (384-322 a.C.), discípulo de Platão, discordou do “inatismo” das ideias propostas por seu mestre, ou seja, da teoria de que já nascemos com o conhecimento advindo do mundo das ideias. Para ele, tudo que existe é o que conseguimos conhecer por nossos sentidos, e através da associação com as imagens captadas, podemos assim formar ideias do que vemos. Sendo assim, Aristóteles tem um Empirismo como base de formação do nosso conhecimento intelectivo.  também defende em sua obra ''Metafísica'', que os sentidos são de grande importância para o conhecimento humano e que reafirmam o desejo natural do homem em saber: Todos os seres humanos desejam naturalmente o conhecimento. Isso é indicado pelo apreço que experimentamos pelos sentidos, pois independentemente do uso destes nós os estimamos por si mesmos, e mais do que todos os outros, o sentido da visão (ARISTÓTELES, Metafísica, I, 1). “Aristóteles nos chama a atenção para o fato de que não existe nada na consciência que já não tenha sido experimentado antes pelos sentidos. Platão poderia ter dito que não existe nada na natureza que não tivesse existido antes no mundo das ideias”. Jostein Gaarder, em O mundo de Sofia.

John Locke (1632-1704), filósofo inglês, em seu Ensaio acerca do Entendimento Humano (1690), defende que “O homem é uma tabula rasa”, concordando com Aristóteles na inexistência dos pensamentos inatos. Locke argumentou que a mente é uma página em branco (tabula rasa) que vai sendo preenchida conforme vamos tendo experiências com os nossos sentidos. O conhecimento, para Locke, é feito em duas etapas: 1) a da sensação, proporcionada pelos sentidos; 2) a da reflexão, que analisa os conhecimentos obtidos pelos sentidos.

Desde os pré-socráticos com o surgimento do logos (razão), em que se propõe a procura pelo sentido das coisas que existem no mundo, varias teorias e análises foram criadas como formas para compreender os fenômenos da natureza, inclusive o conhecimento humano.  

 O conhecimento humano em Descartes:

René Descartes (1596-1650) filósofo e matemático francês, considerado por muitos como o criador da Filosofia Moderna, que seria originária de seu pensamento cartesiano, diferenciou-se dos filósofos antigos que utilizavam o intelecto para o estudo da natureza pois, de forma contrária, dedicou-se a utilizar seu intelecto para o estudo do homem. Descartes acreditava que só era possível conhecer o mundo exterior uma vez que o homem e sua racionalidade fossem conhecidos, uma vez que esta condicionada no homem a capacidade de conhecer o mundo. Tornando sua Filosofia Moderna como um “sistema” que parte do principio humano para o exterior (natureza). Descartes, em seu livro O Discurso sobre o Método, obra de 1637, consolidou seu pensamento de que as bases do racionalismo são as únicas fontes para a obtenção do conhecimento. Para o filósofo, em vez de seguir os conhecimentos recebidos pela experiência, basta seguir o bom senso, uma vez que o homem é racional. Descartes considerava a razão como algo natural e algo comum a todos os homens, além de ser una, ou seja, não há alguém com mais razão ou menos razão, e sim aqueles que não fazem o bom uso da mesma, resumidamente, todos os homens são dotados da racionalidade, mas há aqueles que não a usam com bom senso, dessa forma, distanciam-se do conhecimento pleno e verdadeiro. Segundo o filósofo, as ciências exatas são o lugar onde a razão está mais bem expressa, por esse motivo, aplicou em seu pensamento filosófico, um método matemático como forma de ordem lógica a ser seguida para uma melhor fundamentação do conhecimento, baseou-se no plano cartesiano.

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