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Balada Do Velho Marinheiro

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Por:   •  15/6/2014  •  3.388 Palavras (14 Páginas)  •  352 Visualizações

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Em Sete Partes: Creio sem hesitações que há mais naturezas invisíveis que visíveis no universo. Mas quem nos descreverá a família de todas elas, assim como os graus e as relações e as características e as funções de cada uma? O que fazem? Que lugares habitam? A mente humana sempre desejou o conhecimento dessas coisas, mas nunca o alcançou. Enquanto isso, é saudável, não nego, contemplar - seja em espírito, seja num quadro, - a imagem de um mundo maior e melhor, para que o intelecto, acostumado às minúcias da vida atual, não se encolha demasiado e não mergulhe por inteiro nas cogitações triviais. Mas, ao mesmo tempo, devemos estar atentos à realidade e preservar o senso de proporção, para que possamos distinguir as coisas certas das incertas, o dia da noite.

(T. Burnett, Archaeol. Phil, pág. 68)

Argumento: Como um Navio, tendo atravessado o Equador, foi impelido por tempestades à fria Terra a caminho do Pólo Sul; e como de lá fez seu trajeto para a Latitude tropical do Grande Oceano Pacífico; e das coisas estranhas que aconteceram; e de que modo o Velho Marinheiro retornou a seu próprio País.

A Balada do Velho Marinheiro

por Samuel Taylor Coleridge

1

É um velho Marinheiro,

E detém um, de três que vê:

- "Por tua barba branca e cintilante olhar,

Tu me deténs por quê?

Agora o noivo escancarou as suas portas,

E eu sou seu familiar.

O comensal se apresta, principia a festa;

Ouve o alegre exultar."

Com a escarnada mão ele o detém ainda;

"Houve um navio..."lhe disse.

"Solta-me! Solta-me barbado vagabundo!"

Deixou que a mão caísse.

Com o olho cintilante ele o detém agora...

E, quieto, o Convidado

Fica a escutar, como criança de três anos,

Pelo outro dominado.

O convidado vai sentar-se numa pedra:

Vê-se forçado a ouvir;

E sua fala prossegue o Marinheiro antigo

De olhar a refulgir.

"O navio foi saudado, o porto evacuado;

Equipagem radiante,

Passamos sob a igreja, sob o promontório,

Sob o farol adiante.

À nossa esquerda então o sol se levantava,

Do mar a se elevar;

Era um claro esplendor... Depois ia se pôr

À direita no mar.

Sempre, sempre mais alto, até que sobre o mastro

Pairava ao meio-dia..."

O ouvinte contrafeito aqui bateu no peito:

O alto fagote ouvia.

Agora a noiva já ingressara no salão,

Rubor rosa tem;

A inclinar as cabeças, menestréis alegres

À sua frente vêm.

O ouvinte contrafeito aqui bateu no peito,

Mas é forçado a ouvir;

E sua fala prossegue o Marinheiro antigo

De olhar a refulgir.

"E eis que colheu os navegantes a borrasca,

Tirânica e violenta;

Veio nas asas da surpresa, e nosso barco

Para o sul afugenta.

Pendiam os seus mastros, mergulhava a proa...

Como quem, a dar gritos e golpes cm perigo,

Persegue e pisa a sombra do inimigo,

Curva à frente a cabeça,

O barco assim se evade; e ruge a tempestade

Que ao sul nos arremessa.

E de repente nos envolvem névoa e neve,

Com um frio assassino;

E, alto de um mastro ao vê-lo, flutuava gelo

De um verde esmeraldino.

E, entre os blocos errantes, penhas alvejantes

Dão espectral fulgor;

Homens não vemos e animais que conhecemos...

Só há gelo ao redor.

O gelo estava aqui, o gelo estava ali,

Só gelo no lugar;

E rangia e rosnava, e rugia e ululava,

- Os sons de um desmaiar.

Enfim passou por nós, bem no alto, um Albatroz,

Vindo da cerração;

Em nome do Senhor nós o saudamos, como

se fosse outro cristão.

Comeu o que jamais comera, e lá na altura

Volteava sobranceiro;

Rompeu-se o gelo então co'o estrondo de um trovão...

Passou o timoneiro!

E do sul um bom vento nos soprava alento;

O Albatroz nos seguia,

E à nossa saudação, por fome ou diversão,

Buscava todo dia!

Em névoa ou nuvem vem, no mastro ou no ovém,

Por vésperas nove pousar;

Enquanto a noite inteira, em bruma alva e ligeira,

Luzia o alvo luar."

"Velho Marujo! Deus te salve dos demônios

Que

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