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Comentário Do Filme Náufrago

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Por:   •  17/5/2014  •  2.892 Palavras (12 Páginas)  •  555 Visualizações

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Comentário do filme Náufrago

Tom Hanks no papel de Chuck Noland, engenheiro de sistemas da FedEx, cuja existência, dominada pelo relógio, termina abruptamente quando um angustiante desastre de avião o deixa isolado em uma ilha remota em pleno estado de natureza. À medida que Chuck luta para sobreviver, ele descobre que sua própria jornada pessoal apenas começou... .

1ª Cena: Envio de um relógio para cronometrar as entregas da FedEx

Aqui é possível salientar que: “o relógio, não a máquina a vapor, é a máquina-chave da idade moderna industrial. Em cada fase do seu desenvolvimento o relógio é ao mesmo tempo o fato de destaque e o símbolo típico da máquina: até hoje nenhuma máquina é tão onipresente”.

2ª Cena: Encontro de natal e a troca simbólica de presentes (relógio e aliança de noivado)

Numa primeira visita à casa de um amigo, este lhe apresenta os seus familiares e, em seguida, sua casa e posteriormente o seu quarto, onde organizou o seu espaço de uma maneira bem original e personalizada, como por exemplo: seus quadros, discos, livros, e alguns “objetos-símbolos” cujo valor afetivo é, para seu amigo de inestimável valor simbólico. Após a revelação de seu espaço existencial, seu amigo lhe diz, orgulhoso: ‘Este é meu pequeno mundo’.

3ª Cena: Acidente de avião e a conseqüente passagem do estado de natureza para o estado de cultura

As primeiras conquistas do trabalho humano surgiram da própria natureza. Um galho de árvore ou um fêmur - por exemplo - tornaram-se tanto armas para a defesa, como instrumentos para apanhar um fruto em lugares altos. Pedras se revelaram objetos adequados tanto para serem utilizados como projéteis como para golpear. Gradativamente essas primitivas ferramentas foram sendo melhoradas: quebravam as pedras grandes para se obterem pedaços menores e na forma desejada; elas eram talhadas para que tivessem bordos cortantes; afinavam-se paus, convertendo-os em objetos pontiagudos. Assim, novos achados passaram a ser utilizados para a confecção de artefatos: unhas, garras, chifres, dentes, conchas, fibras vegetais, couro, pedras, ossos e paus, eram utilizados para fazerem martelos, arcos, agulhas, pentes, peneiras, raspadores etc. Com esse arsenal técnico encontrado por acaso tornava-se possível trabalhar os materiais disponíveis na natureza para a produção de objetos que atendessem às necessidades mais imediatas da vida.

4ª Cena: O sepultamento do piloto do avião

A morte é um fenômeno universal, é o destino inexorável de todas os seres vivos. No entanto, só o homem tem consciência da sua morte , pois ele é o único animal que ritualiza e enterra os mortos. Mas ao se perceber finito, o homem vive a ansiedade do que poderá ocorrer após a sua morte.

A morte aqui pode ser vista como uma das primeiras angustia metafísicas do homem, como uma fronteira que não significa apenas o fim da vida, mas o limiar de outra realidade instigante, ininteligível e muitas das vezes atemorizadora.

Assim, a morte daqueles que amamos e a tragicidade da nossa própria morte estimula a crença a respeito da imortalidade. Pois, no dizer de Jaspers, “existe algo em nós que não pode crer suscetível de destruição”. Honrado ou temido, “os nossos entes queridos beneficiam de uma presença simbólica permanente: um culto no qual a fé e a esperança dos vivos inscrevem-se nos valores do sagrado”. Assim, é inevitável reconhecer que desde o inicio da humanidade o recurso à fé religiosa tenha aplacado o temor e amenizado o sofrimento diante da incerteza do pós-morte.

Os ritos fúnebres simbolizam bem a recusa humana da finitude revelando o anseio de eternidade. Neste sentido, estudos feitos desde as sociedades arcaicas mostram que o homem ao tomar consciência da morte, procura a desintegração do seu corpo, praticando rituais que provam a sua crença no além procurando facilitar o seu acesso a uma nova vida.

5ª A criação imaginária do seu amigo Wilson

A crença no totem, ou a organização social fundada sobre essa crença. O totem foi tomado do idioma dos índios da América e depois estendido para indicar o fenômeno (que representa em todos os povos primitivos) pelo qual uma coisa (natural ou artificial) torna-se o emblema do grupo social e a garantia da sua solidariedade. Sobre este caráter do totem insistiu principalmente Durkheim, que viu nele a expressão da unidade do grupo social na sua integridade e portanto, nas relações que os clans, em que este se divide, tem um com o outro. (ABBAGNANO, 1962, p. 927.). Neste sentido, o nosso “eu-no-mundo” é percebido e afirmado desde o início como um “eu” entre os outros “eus”, de tal modo que desde a experiência primordial o “meu” mundo não é tão meu que não seja ao mesmo tempo e indissoluvelmente o “nosso” mundo. A minha experiência no mundo é, desde o começo, uma vida em comunhão e em participação com os meus semelhantes, vida em comum em um mundo comum.

6ª Cena: A produção do fogo (Por acaso você não teria um fósforo, não é?)

“O sonho de conquistar a natureza é um dos mais antigos que fluíram e refluíram à mente do homem. Em cada época da história humana, na qual esta vontade encontrou uma saída positiva, significou uma ascensão na cultura e uma contribuição permanente á segurança e ao bem-estar do homem. Prometeu, gênio do fogo, simboliza a origem da conquista do homem: pois o fogo não só torna possível a melhor digestão dos alimentos, como também as suas chamas mantiveram afastados os animais ferozes, e ao redor do seu calor, durante as estações frias do ano, possibilitou uma vida social ativa, superando a simples aglomeração e ociosidade do sono invernal. As lentas conquistas na confecção de ferramentas e armas que marcaram os primeiros períodos da pedra foram uma conquista modesta deste ambiente: ganhos em polegadas. No período neolítico, atingiu-se a primeira grande escalada, com a domesticação de plantas e animais, a realização de observações astronômicas organizadas e efetivas, e a difusão de uma civilização de grandes pedras relativamente pacífica, a muitos lugares dispersos pelo planeta. O costume de fazer fogo, a agricultura, a cerâmica e a astronomia foram saltos maravilhosos: mais que adaptações se constituíram em dominações. Durante milhões de anos os homens devem ter sonhado, em vão, com novos atalhos e novos domínios”. (MUMFORD, Técnica y Civilización, 1971. p. 52-53)

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