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Conceito De Mudança

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Por:   •  24/9/2013  •  1.932 Palavras (8 Páginas)  •  205 Visualizações

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Disciplina: Filosofia

Tema de Aula: Conceito de Mudança (ou não...) – Heráclito e Parmênides

Mudança ou não?

Nesse texto discutiremos as diferenças entre Parmênides e Heráclito, seus conceitos, suas diferenças, especialmente seus pensamentos mais significativos e populares. Tais como as constantes modificações de Heráclito e o ser perfeito de Parmênides

Heráclito procura explicar o mundo pelo desenvolvimento de uma natureza comum a todas as coisas e em eterno movimento. Ele afirma a estrutura contraditória e dinâmica do real. Para ele, tudo está em constante modificação. Daí sua frase "Não nos banhamos duas vezes no mesmo rio", já que nem o rio nem quem nele se banha são os mesmos em dois momentos diferentes da existência. Parmênides, ao contrário, diz que o ser é unidade e imobilidade e que a mutação não passa de aparência. Para Parmênides, o ser é ainda completo, eterno e perfeito.

Heráclito e Parmênides: o surgimento da filosofia entre o ser e o vir-a-ser

PARMÊNIDES

Conta-se que Parmênides certa vez disse a respeito de Heráclito: "Fora com os homens que nada sabem e parecem ter duas cabeças! Junto deles está tudo, também seu pensamento, em fluxo. Eles admiram as coisas perenemente, mas precisam ser tão surdos quanto cegos para misturarem assim os contrários!".

De fato, enquanto um se baseava na lenta e dolorosa escalada da lógica pura, e outro muitas vezes parecia estar guiado pela intuição e até por um misticismo confuso, era natural que não apenas discordassem, mas que se desenvolvessem ânimos entre eles. No entanto, esse conflito nos é fundamental, pois teria sido o primeiro choque de ideias que ainda hoje encontra força e significado; afastando-se lentamente da Filosofia da Natureza e do misticismo de Pitágoras, Heráclito e Parmênides começam a desbravar um território que ainda hoje nos assombra - o estudo dos seres e dos não - seres. Ao questionar o que eles são, até que ponto eles são válidos e reais, ponto de divergência entre os dois, o que é, como ocorre e se ocorre o vir -a- ser (isto é, não ser então tornar-se) eles partem para um estudo mais aprofundado da realidade além de onde a ciência ou qualquer outra área do conhecimento com a exceção da filosofia alcançam.

Parmênides nasceu em Eléia na Itália, por volta de 530 a. c. Sua filosofia, dita Eleata [do povo antigo grego – Eólico], contrasta-se com a de Heráclito, dita Jônica [idem], por seu tom cinza, frio e penetrante, mostrando um processo lógico de passos lentos, porém firmes; a filosofia de Parmênides pode ser dividida em duas fases, que servem inclusive para dividir o pensamento pré- socrático; em sua primeira fase, o pensamento de Parmênides é feito a partir de um sistema físico- filosófico; quando ele parte, no entanto, para a teoria do Ser, ele marca a divisão entre um pensamento anaximândrico [relativo a Anaximandro] e o pensamento parmenídico. Interessa-nos, logicamente, apenas a segunda parte, onde se concentra o que há de inovador em sua filosofia;

O primeiro passo tomado por Parmênides é tentar ordenar a realidade; para isso, faz uso de duas classes; aquelas que são, e aquelas que não são- ao observar a luz e a escuridão, por exemplo, observou que a escuridão nada mais era que a negação as luz; como uma qualidade negativa; a partir daí partiu para outros pares de opostos, leve e pesado, sutil e denso, passivo e ativo, terra e fogo, frio e quente, etc. Parmênides relacionava uma das características à luz, ou positiva, e a sua oposta, à escuridão, ou negativa; depois que passou a denominá-las, simplesmente, "ser" (positiva) e “não-ser” (negativa), e postula também, que "O Ser é, e o Não-Ser não é". Nessa seleção dos opostos, em vários momentos evidencia-se a disposição para um pensamento lógico livre de intuições sem fundamentos, uma característica que, aliás, marca Parmênides.

Parmênides estava, então, diante de um grande problema; ele precisava explicar como ocorre o movimento, ou o vir-a-ser (ou seja, a mudança; um não- ser que se torna ser, ou um ser que se torna não-ser). Foi então que Parmênides fez uma constatação sem precedente- ao decidir por seguir a lógica, somente a lógica, Parmênides descobriu que não sabia de nada com certeza- livre de certezas intuitivas, não fosse questionável, nada que fosse realmente claro e certo. Assim, Parmênides partiu em uma busca por um pensamento fundamental, algo que fosse evidente em si. Em Parmênides, esse pensamento se manifestou como o Princípio da Identidade - "o que é, é", ou seja, "n" é igual a "n", e somente igual a "n" - se "n" for igual a "a", então nada mais pode ser do que "n" (você não pode ser igual e diferente ao mesmo tempo). Isso parecia ser tão óbvio e tão evidente que parecia ilógico que não fosse verdade.

Aqui entram as complicações de Parmênides- diante do Ser e do Não-Ser, e da Identidade, ele não podia enxergar um caminho para que ocorresse o vir-a - ser O Ser é, e o Não- ser não é, pensava Parmênides: como se pode dizer que "algo era", ou "algo será"? O ser não pode vir do não- ser, pois o não- ser, é o nada e nada pode surgir do nada; e se viesse do Ser, o que seria isso senão a criação de si mesmo? O perecimento- o deixar de ser- também sofre do mesmo problema. Nesse momento, Parmênides marcha para sua conclusão final- não há mudança, e, portanto, não há distinção entre seres e não- seres. O homem que criticara Heráclito por sua cegueira e surdez agora tinha como palavra de ordem a negação do que os "sentidos mentirosos" lhe mostravam- o Ser é Uno, um único grande Ser eterno que jamais se altera e a qual tudo, Seres e Não -Seres, são apenas ilusões de si mesmo.

É possível observar tocantes semelhantes de Parmênides e outros eleatas como Xenófanes com o Hinduísmo, e até mesmo com correntes de pensamentos que florescem em nosso tempo; e, embora várias críticas possam ser feitas a Parmênides, talvez a mais fundamental seja quanto a seu curso da lógica- hoje pensamos que a razão que deve se adequar à realidade, e não o contrário; assim, se a "lógica pura e bruta" diz que tudo é uma ilusão, então a falha deve estar na lógica, e não no mundo. Parmênides desenvolveu também um profundo estudo do infinito, juntamente com seu discípulo Zeno (ou Zenão de Eléia).

HERÁCLITO

Parmênides

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