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DIÁLOGOS PLATÔNICOS

Por:   •  28/5/2018  •  Resenha  •  1.794 Palavras (8 Páginas)  •  121 Visualizações

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Fábio de Oliveira Santos

DIÁLOGOS PLATÔNICOS

‘‘LAQUES’’

A obra trata de uma problematização sobre a coragem, utilizando-se de uma pureza metodológica capaz de isolar o estudo do objeto como é característica nos diálogos socráticos.

Lisímaco e Melésias por terem Nícias e Laques como bons juízes os convidam para um espetáculo, a real intensão é a preocupação com a educação de seus filhos, Tucídides e Aristides. Os pais confidenciam que sentam à mesa junto aos seus filhos e conversam sobre os grandes e numerosos feitos de seus avôs, tanto na paz, como na guerra e até sobre a administração da cidade.

Existe um sentimento de inferioridade por parte de Lisímaco e Melésias por não poderem dizer aos seus filhos feitos tão grandiosos quanto os de seus pais, eles creditam a culpa aos próprios pais por terem na juventude lhes permitido divertimentos. Para não cometer o mesmo erro com seus filhos e citando a indicação da hoplomaquia¹ querem aconselhar-se sobre o que seus filhos devem realmente aprender para se tornarem homens de verdade.

Nícias aplaude a atitude e predispõe-se a ajudar, Laques mostra alguma surpresa com o motivo da escolha, uma vez que Sócrates, ali presente, apresentava mais precedentes para tal. Uma breve confabulação entre Laques, Nícias e Lisímaco deixa claro, através de testemunhos, que Sócrates realmente era indicado para formar a tríade. Os próprios jovens já haviam falado com certa frequência em termos elogiosos de Sócrates, filho de Sofronisco, a quem Lisímaco fora companheiro na juventude sem que houvesse surgido a menor divergência.

Sócrates aceita aconselha-los mesmo frisando ser o mais novo, e por consequência, menos experiente entre os presentes. Dito isso, pede para ouvir primeiro Laques e Nícias para poder sorver de seus ensinamentos e completa afirmando que irá expor francamente a sua opinião.

Nícias fortalece a ideia da hoplomaquia e ainda indica equitação, ele acha vantagem ocupar o tempo dos jovens com a aquisição desses conhecimentos, além de deixá-los mais vigorosos e sem temores, afirma também que tais conhecimentos terão utilidades em combate, tanto na luta em fileiras, junto a seus iguais, ou na luta singular.

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  1. Combate armado na Grécia entre gladiadores trajados com armadura completa.

Ainda segundo Nícias a hoplomaquia desperta paixão para a arte da organização das tropas, e, uma vez aprendida essa parte e inflamado da ambição de glória, passará a dedicar-se a tudo mais que se relaciona com estratégia. Ele conclui ciente da evidência do quão honroso e importante é o conhecimento dessas artes correlatas, atribuindo ainda a valentia e audácia como características.

Laques aponta a importância desse aprendizado, mas julga o mérito de ser ou não uma disciplina tão válida quanto afirma Nícias, uma vez que se tivesse tanto valor, não ficaria esquecida dos lacedemôios que dedicam toda a vida senão aprender e praticar o que lhes confere superioridade na guerra. Ele abre o campo de examinação a um novo aspecto, onde afirma nunca conseguir distinguir na guerra nenhum professor de hoplomaquia, enquanto em todas as outras profissões se destacam nomes dos que a elas se dedicam. Jocoso ele aceita ser possível valorar a arte recomendada por Nícias, mas cita o exemplo do exibido Estesilau a quem não gasta muitas palavras, mas indica que diante de uma multidão ele dizia maravilhas de si, mas em combate conseguiu somente entreter com gargalhadas os seus oponentes.

Contrário à Nícias, Laques conclui que se tratando ou não de uma disciplina, não merece que perca-se tempo com ela. A solidificação vem adiante ao afirmar que se o covarde afirmar-se como conhecedor da disciplina tornar-se-á arrogante, porque se fores valente de verdade, ficará sobre a observação de todos, e na eventualidade de um pequeno deslize é grande o ultraje que recolhe. Assim, menos que essa pessoa se sobressaia entre todos por sua coragem não poderá evitar de cair no ridículo.

Lisímaco clama pelo parecer de Sócrates, uma vez que Nícias e Laques divergiram em suas opiniões. Tão logo, Sócrates questiona o meio para obtenção da opinião a qual seria seguida, ele interroga Melésias e Lisímaco sobre a pretensão de adotar a opinião com maior número de votos como correta e presume que a decisão acertada não se apoia no número, mas no conhecimento.    

‘‘Seguirias a opinião dos que estivessem em maioria ou, de preferência, a de quem houvesse aprendido com bons professores a disciplina e nela estivesse exercitado?’’.

Laques, 184e

Sócrates reafirma a importância do assunto em questão, uma vez que o que está em jogo é o maior bem que eles possuem, assim, ele destaca como início, baseado na diretriz acima estabelecida, a busca dentre eles do possuidor de conhecimento especializado através da prática e de seus professores na matéria que deliberavam (Hoplomaquia) e, e partir disso, aceitar tal opinião.

Sempre que alguém delibera sobre determinada coisa, sua consulta diz respeito à coisa que é o objeto de estudo, não à que entra em relação com ela, deve-se considerar se aquele a quem recorremos é entendido no tratamento daquilo a respeito do que estabelecemos a investigação.

Junto à Laques e Nícias, Sócrates atribui etapas para chegar, dentre os três, aquele que que é mais qualificado para aconselhar os rapazes, e se não for possível estabelecer um vencedor que os jovens procurem conselho em outra parte. Lisímaco aceita de imediato e questiona Laques e Nícias à respeito da arguição imposta através do método de Sócrates que por unanimidade é aceito pelos presentes.

Sócrates inicia com Laques e o induz a confirmar que sabe o que é virtude e que tudo que sabemos somos capazes de explicar, decidindo, por fim, investigar a pequena parte da virtude que relaciona-se com a hoplomaquia, que todos acreditam ser coragem.

Sócrates pede que Laques determine o que é coragem, para em seguida considerarem como ela pode ser passada através do estudo e de um determinado exercício. De imediato Laques responde, mas, a resposta genérica não é aceita por Sócrates.

‘‘Homem de coragem é aquele é o que se decide a não abandonar seu posto em campo de batalha, a fazer face ao inimigo e não fugir’’ Laques, 190e

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