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Ferreira

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Por:   •  17/9/2013  •  Resenha  •  863 Palavras (4 Páginas)  •  323 Visualizações

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que tudo no Brasil seria cópia limitada. Atribui a ele "a ascendência do ecletismo" no "ambiente político nacional".

Contudo, sua apresentação de Ferreira o mostrava como empirista da Ilustração, de modo que para realizar a demonstração dessa influência geradora, tem que supor "a distância" que vai de "uma interpretação empirista de Aristóteles" para Cousin, como "bem menor do que parece".

Invoca, além disso, o contato pessoal de Ferreira com Cousin, em Paris, e a influência do intelectual português na composição do Compêndio de Filosofia de Francisco de Montalverne, publicado para logo tornar-se um referencial na propagação das ideias filosóficas no país.

A posição de Silvestre Ferreira como iniciador da filosofia no Brasil, corresponde à tópica painiana pelo que o início da cultura nesse país - isto é, o processo do pensamento desde sua emancipação política - é apenas a continuidade do ambiente luso, o que lhe permite indexar toda a produção brasileira desde aí como um reflexo local da cultura europeia.

Como é Ferreira quem opera a continuidade da filosofia das Luzes ao liberalismo instaurando a modernização portuguesa, Paim observa esse fato como consistente com a dedução pela qual "o processo de incorporação do pensamento moderno pela consciência luso-brasileira somente se concluiria no Brasil". Opera-se assim a fusão do panorama das ideias com a visão historiadora tradicional segundo a qual o acontecimento fundador é a vinda de d. João VI, não havendo qualquer visibilidade para os processos culturais e políticos já localizados aqui.

Cruz Crosta parece mais esclarecedor quanto ao modo como o pensamento eclético penetra na ambiência intelectual brasileira. Não assinala qualquer dívida de Montalverne para com predecessores, preferindo acentuar o seu papel na transição da mentalidade colonial para a imperial.

O verdadeiro acontecimento fundador, no entanto, seria ainda a proliferação de instituições culturais desde a fixação da corte de d. João no Rio de Janeiro. É relativamente a esses marcos - fundação de colégios de Cirurgia e Medicina, da Imprensa Régia, das Escolas de Comércio e de Belas Artes, da Academia de Guerra, da Biblioteca e do Museu nacionais - que Costa compreende a atuação de Silvestre Ferreira, em meio à euforia que se alastra no domínio das ideias. Cruz Costa o esboça, contudo, mais como divulgador ou historiador da filosofia do que como pensador. Ferreira ensina no Rio de Janeiro à época da estada de d. João VI. As Preleções filosóficas documentam a matéria do seu curso, cuja mentalidade é a dos ideólogos, assim como Thomas Jefferson tradutor de Destutt de Tracy, conforme Paim.

O marco da Independência permite a Costa posicionar a publicação de Montalverne como decisiva. Ocorre que nesse Compêndio, a valorização do "sistema sublime do Sr. Cousin", conforme a citação do texto por Costa, serve para deslocar a limitação da Ilustração, e do pensamento de Locke especialmente, através do Genuense, ou seja, de sua recepção portuguesa, como referenciais na colônia.

Genuense é a alcunha nos meios brasileiros, de Antonio Genovesi, que na verdade deturpou Locke para que se tornasse aceitável

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