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Fichamento sobre o texto: Origens do totalitarismo: Hannah Arendt

Por:   •  25/3/2018  •  Resenha  •  1.022 Palavras (5 Páginas)  •  2.592 Visualizações

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Universidade de Brasília

Introdução à Filosofia

Prof. Romildo Gomes Pinheiro

Al. Adda Luisa de Melo Sousa

Matrícula: 17/0055621

Fichamento sobre o texto:

Origens do totalitarismo: Hannah Arendt; tradução Roberto Raposo. – São Paulo: Companhia das Letras, 2012 (parte III – Ideologia e terror: uma nova forma de governo).

  1. Introdução

Hannah Arendt (1906-1975) é uma importante filósofa contemporânea, nascida na Alemanha e perseguida durante a Segunda Guerra Mundial pelo fato de ser judia. Com muita propriedade, empenhou-se a escrever e a estudar os movimentos totalitários europeus, lançando luz sobre esse fato histórico de uma forma ímpar. Suas teorias, expressas em Origens do totalitarismo: antissemitismo, imperialismo, totalitarismo, tornaram-se de extrema relevância para se compreender tais regimes e sua construção de massa, além de propor uma reflexão política-filosófica sobre o mundo contemporâneo.  

  1. Desenvolvimento

Hannah Arendt inicia este capítulo ressaltando o caráter singular do totalitarismo, em que “instituições políticas inteiramente novas” surgem e “todas as tradições sociais, legais e políticas” são destruídas, uma inédita forma de participação das massas nas questões públicas. (ARENDT, 2012, pp. 611-612).

O totalitarismo não se trata de uma moderna forma de tirania, mas algo que vai além, ultrapassando as leis positivas e possuindo sua própria legislação, que obedece às “leis da Natureza ou da História”, precursora de todas as outras. Elas não estabelecem o que é certo e o que é errado, mas consistem na própria “ lei da justiça na terra”, portanto, supremas. O senso moral que norteia historicamente as civilizações se perde na sociedade, e a noção de crueldade também. “Promete a justiça na terra porque afirma tornar a humanidade a encarnação da lei. ” Diferente das normas positivas, que visam a estabilidade social, as normas totalitárias se apresentam como as “leis do movimento”, seja da “evolução natural”, seja da “luta de classes.” (ARENDT, 2012, pp. 613-617).

“O terror é a essência do domínio totalitário”, por meio dele, a lei do movimento se concretiza. Tudo se justifica visando eliminar as “raças inferiores” ou as “classes agonizantes. ” O terrorismo se diferencia da premissa da tirania, de todos contra um, e trata-se de um que contém todos, ou seja, um homem que representa a pluralidade de uma nação. Todavia, a liberdade humana não pode ser negada nem mesmo pelos regimes totalitários, que tentam eliminá-la, menosprezando a sua própria origem, que está no reconhecimento do nascimento e da morte do homem como possibilidade de um novo começo. “O cinturão de ferro do terror” age como um catalisador dos processos naturais ou históricos de extermínio de raças ou classes “indignas”. (ARENDT, 2012, pp. 618-621).

O medo é inerente ao terror, mas perde sua função de motivar ações que evitem o perigo eminente, tendo em vista que medidas totalitárias não estão ligadas às condutas humanas, e sim, a critérios objetivos, como a raça, independente das convicções da vítima ou do carrasco. O totalitarismo dispensa o “desejo humana de agir” e o substitui por uma “necessidade de alguma intuição da lei do movimento”; os indivíduos são arremessados nesse processo natural ou histórico sem fim.  (ARENDT, 2012, pp. 622-623)

Nos regimes totalitários, o “princípio de ação” da sociedade é substituído por uma ideologia. As potencialidades da ideologia são exploradas, sem precedentes históricos, com Hitler e Stálin, com o racismo e o comunismo, respectivamente, tomando um caráter filosófico-científico que a torna inquestionável, o “único processo coerente”. A lógica do seu funcionamento provém da própria ideia e não depende de fatores externos para existir nem da experiência, tendo em vista que tudo está explicado na “dedução lógica. ” Premissa e primeira tese se tornam a mesma coisa, a dialética é negada; “proibição das contradições” e “conclusões tiradas através da mera argumentação. ” (ARENDT, 2016, 623-626)

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