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Fundamentos Da Educacao

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Por:   •  26/2/2015  •  663 Palavras (3 Páginas)  •  271 Visualizações

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A reflexão ética não precisa ser autoritária, mas deve ser crítica, aberta a perguntas sobre a formação dos valores de sociedades e grupos que apresentam costumes e comportamentos próprios e diversos, que mudam com as condições históricas. Portanto, uma possibilidade que tem sido apresentada como capaz de amenizar as diferenças de opinião e de crenças consiste em relativizar os valores. Tem-se aqui o argumento de que diferentes culturas ou comu¬nidades adotam critérios diversos sobre o que é bom, o que exigiria que todos eles fossem validados, tendo em vista que fazem parte de tradições ou simplesmente se tornaram um hábito aceito de modo consensual.

Essa posição, contudo, também pode ser problemática e não se mostrar suficiente, nem apropriada para resolver questões do cotidiano. Se a escolhermos, corremos o risco de defender que compete a cada grupo social definir sua própria mesa de valores, não cabendo mais nada a ser dito sobre o assunto. Deste modo, a diversidade cultural, levada ao seu limite, tornaria insignificante a discussão,já que parte da ideia de que cada comunidade torna-se o seu próprio parâmetro de avaliação.

Entretanto, mesmo reconhecendo a diversidade de valores e as diferenças culturais, o professor deve tentar resolver esses conflitos, deve adotar caminhos de ação para resolver as contradições que acontecem no espaço escolar. Fundamentalmente, deve procurar mediar e estimular o diálogo entre os grupos em conflito.

Determinadas tomadas de decisões na escola exigem, muitas vezes, contrariar alguns interesses; não é possível satisfazer, o tempo todo, os diversos integrantes da instituição educacional.

A convivência ética na escola (e na sociedade) está sujeita a alguns conflitos de complicada resolução, à medida que coloca em jogo diferenças culturais e mesmo valores contrários. Um caso exemplar envolvendo questões religiosas e profundas diferenças entre a cultura ocidental e a oriental ocorreu recentemente na França, mais exatamente no ano de 2004, quando foi aprovada uma lei que proíbe que seja utilizado qualquer símbolo religioso dentro dos estabelecimentos pedagógicos públicos. Assim, deixou de ser permitido que alunos e alunas portem adornos como o véu islâmico, o solidéu judaico e o crucifixo cristão.

Mas, se entendemos a escola como lugar privilegiado para a convi¬vência das diferenças, não seria uma contradição privá-la da possibilidade de manifestação de crenças religiosas pessoais? A escola pública laica pretende se afirmar pela aceitação e respeito das diferentes crenças religiosas. Logo, seria adequado proibir as manifestações e expressões das diversas crenças de cada sujeito? Quais seriam os limites entre liberdade e neutralidade, em se tratando de formação humana? Sem dúvida, a decisão francesa ainda vai gerar muita polêmica.

Numa perspectiva ética, a escola deve assumir cada vez mais seu papel de pensar a conduta individual dentro de uma sociedade plural, na qual o que pode parecer certo para um, pode ser errado para outro.

O professor geralmente é um modelo de conduta a ser seguido. Ele deve tratar de ter uma prática coerente com seu discurso e teorias ensinadas. Assim, se ele fala em virtudes democráticas, em tolerância e em aceitação das diferenças, seria incongruente que se exaltasse com alunos barulhentos ou desatentos.

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