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Jean Paul Sarter

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Por:   •  11/11/2014  •  1.929 Palavras (8 Páginas)  •  501 Visualizações

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completoJean-Paul Sartre

21/06/1905, Paris, França

15/04/1980, morreu em Paris, França

Seus restos mortais encontra-se no Cemitério de Montparnasse, onde também está sepultada sua companheira Simone de Beauvoir.

"Se um certo Jean-Paul Sartre for lembrado, eu gostaria que as pessoas recordassem o meio e a situação histórica em que vivi, todas as aspirações que eu tentei atingir. É dessa maneira que eu gostaria de ser lembrado."Essa declaração foi feita por Sartre durante uma entrevista, cinco anos antes de morrer. Na mesma ocasião, disse que gostaria que as pessoas se lembrassem dele por seu primeiro romance, "A Náusea", e duas de suas obras filosóficas, a "Crítica da Razão Dialética" e o ensaio sobre Jean Genet

Sartre nasceu, na rua Mignard, em Paris. Sua mãe, Anne Marie, era prima do famoso missionário Albert Schweitzer. O pai, um jovem oficial da marinha, morreu de uma febre contraída no Oriente, quando Sartre tinha um ano.

Criado pelo avô materno, não teve uma infância feliz: o velho Charles Schweitzer, homem preso ao passado, era adepto fervoroso da disciplina. Parece que foi por influência sua que o pequeno Sartre tomou gosto pela literatura e pela escrita. Sem conseguir se adaptar ao ambiente repressivo, refugiava-se em jogos imaginários.

No colégio encontrou um verdadeiro amigo, Paul Nizan: ambos se prometeram seguir a carreira literária e descobriram juntos a filosofia, depois foi estudar na Escola Superior Normal de Paris e depois na universidade Sorbonne. Ali conheceu também Simone de Beauvoir, sua companheira de toda a vida e que se tornaria uma das mais famosas escritoras do mundo. Sartre, quando estudante, não gostava de professores. Mas precisava ganhar a vida e se tornou, ele também, um professor de filosofia, aproveitando as horas de folga para escrever. Depois de algumas tentativas, conseguiu publicar uma novela, "O Muro", em 1937, e seu primeiro romance, "A Náusea", em 1938.

O início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, mudou os rumos de sua vida. Convocado pelo Exército francês, Sartre foi feito prisioneiro pelos alemães, no ano seguinte. E aproveitou sua prisão para estudar a obra do filósofo alemão Martin Heidegger. Fazendo-se passar por civil, conseguiu ser libertado.

Escreveu boa parte de suas obras durante a guerra. Mas foi nos anos 1950, quando já era um autor consagrado que publicou sua maior criação, a "Critica da Razão Dialética", em que estabelece um diálogo crítico entre o marxismo e o existencialismo.

Liberdade para Sarter

Partindo do pressuposto de que a liberdade constitui-se num dos principais problemas da nossa civilização, pois diz respeito aos limites da vida coletiva, levantamos como hipótese a possibilidade de tomarmos como parâmetro para a reflexão sobre a liberdade.

"A existência precede a essência"

A existência precede a essência? Levando em conta que de fato nós existimos e se considerarmos isso um problema resolvido, poderíamos afirmar que possuímos alguma essência?

Definiríamos a essência como algo que seja imutável e que nos caracterize desde os nossos primórdios; algo que faz com que eu seja eu e não o outro; algo que sem ele eu seria uma outra coisa qualquer; algo que o tempo não seja capaz de perecer antes da morte (mas que talvez até persista além dela na memória dos outros sobre mim).

Será que não há, necessariamente antes da existência, uma essência que possa me definir enquanto tal? Ora, se é possível alguma definição qualquer que seja, é por que a essência já está ali, presente; não como sendo algo extrínseco, mas que seja eu próprio, não o todo, mas a parte que é necessária para me caracterizar. Nesse caso, supõe-se que há um meio-termo entre não-existência e essência, ou seja, um momento em que a minha existência não me caracteriza, e então nesse meio-termo eu existo tão-somente enquanto coisa.

Mas, a partir de que momento desenvolve-se minha essência? Se ela é desenvolvida, é provável que seja mutável. Então, o que faz da minha “essência”, de fato uma essência, se ela própria está em desenvolvimento? Se a minha essência com o tempo se modifica, por que ela me caracteriza de forma única se ela também modificou-se comigo?

Liberdade mas com responsabilidade

O existencialista declara frequentemente que o homem é angústia. Tal afirmação significa o seguinte: o homem que se engaja e que se dá conta de que ele não é apenas aquele que escolheu ser, mas também um legislador que escolhe simultaneamente a si mesmo e a humanidade inteira, não consegue escapar ao sentimento de sua total e profunda responsabilidade. (SARTRE, 1987, p. 7)

O conceito angústia está relacionado ao binômio: liberdade–responsabilidade. Faço as escolhas e ao fazê-las sou eu, exclusivamente eu, o único responsável por elas. É a angústia o sentimento de cada homem diante do peso de sua responsabilidade, por não ser apenas por si mesmo, mas por todas as consequências das escolhas feitas.

A Liberdade esta nas escolhas

Partindo das propostas existencialistas sartrianas de que o homem é construtor de si mesmo e de que a existência precede a essência, podemos afirmar que o homem é causa de si, se faz mediante suas escolhas. Essa escolha, segundo Sartre, está fundamentada na liberdade, e isso leva o homem a ser fruto da liberdade. Assim, vê-se que a liberdade não é algo que pertence à essência do ser humano, mas dá suporte à sua essência. Se afirmarmos que a liberdade pertence à essência do homem, poderemos supor também que o homem pode escolher sua existência. A liberdade, assim, teria um poder indeterminado, ou seja, a noção sartriana de condição humana e de situação não teriam valor. Para Sartre, a liberdade é absoluta ou não existe, ele recusa todo determinismo e mesmo qualquer forma de condicionamento.

Assim, dado que o homem é causa de si, no sentido de que é ele que constrói seu modo de ser, para Sartre, a liberdade é absoluta e incondicional, sem limitações, ou seja, a liberdade é a escolha que o homem faz de seu próprio ser e do mundo. Não se podem encontrar outros limites para a liberdade além dela mesma. O homem faz-se afirmando suas escolhas livres, assim, ele é produto de sua liberdade, pois é na ação livre que o homem escolhe seu ser, ou seja, que se constrói o sujeito.

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