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Martinho Lutero e a Reforma Protestante

Por:   •  19/4/2018  •  Resenha  •  1.365 Palavras (6 Páginas)  •  398 Visualizações

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Martinho Lutero e a Reforma Protestante

Lutero era filho de camponeses católicos. Nasceu na Alemanha em 10 de novembro de 1483. Recebeu rígida disciplina e aprendeu, entre outras coisas, a orar, realizar boas obras e reverenciar o papa e a igreja. Aos cinco anos, começou a estudar latim em uma escola local. Aos 12 anos, foi aluno de uma escola de uma irmandade religiosa em Magdeburg. Recebeu grau de Mestre em Artes da Universidade de Erfurt em 1505 e neste mesmo ano começou a estudar Direito. Pouco tempo depois, resolveu tornar-se monge e entrou para o Mosteiro Agostiniano também de Erfurt, dessa forma, seu pensamento foi influenciado pelas teorias de Santo Agostinho.

Ordenou-se em 1507. Em seguida, deixou o Mosteiro para ensinar filosofia moral na Universidade de Wittenberg. Obteve o título de Doutor em Teologia e de 1513 a 1518, ensinou Teologia Bíblica na mesma Universidade de Wittenberg. Nessa época, começou a tornar-se bastante conhecido. Começou a ser afligido por uma crescente angústia. Perguntava-se como pode esperar salvação diante de Deus alguém cujo coração é governado pelo pecado. Procurou resposta e paz nas boas obras, jejuns e autoflagelação. No entanto, seu sentimento de incapacidade de sentir paz diante de Deus continuou, levando-o quase que ao desespero.

Sua aflição encontrou resposta na Bíblia. Na certeza de que não há como alguém merecer o favor de Deus por causa de alguma coisa que faz e que a única forma de salvação é a fé em Jesus. Que os pecados são perdoados por Deus. Este entendimento, conhecido como a “Doutrina da Justificação pela Fé”, tornou-se um dos pilares do pensamento religioso de Lutero. De acordo com AQUINO (2017) citando Bihlmeyer página 27, a doutrina da justificação mediante a fé, acompanhada pela negação do livre-arbítrio e integrada com a afirmação de certeza da salvação naquele que crê com confiança, passou a partir de 1516 a ser o centro dominante do pensamento teológico de Lutero, que ele, com o orgulho que lhe era próprio, chamava de “Evangelho” e “princípio material do protestantismo”. Que daí veio o repúdio aos Sacramentos, ao sacerdócio ministerial, ao sacrifício, às indulgências, à hierarquia; isto é, a todo um sistema de uma Igreja baseada no direito divino.

A Igreja Católica da época era a instituição mais poderosa do mundo. Possuía uma estrutura hierárquica rígida e uma organização centralizada. Era a maior proprietária de terras na Europa, possuía muitas riquezas e monopolizava a educação e a cultura. Apesar de exercer uma importante ação social, que incluía o cuidado com os pobres, órfãos e doentes, a instituição estava decadente. Pregava que algumas pessoas possuíam mais méritos do que necessitavam. Dessa forma, o “mérito extra” dessas pessoas poderia ser transferido, através de pagamento, para pessoas cuja salvação era duvidosa. A esta prática foi dado o nome de indulgência. Não bastasse isso, os membros do clero tinham amantes e filhos e vendiam relíquias falsificadas, contrariando tudo aquilo que pregava.

Lutero, que era terminantemente contra a prática das indulgências, a hierarquia religiosa, o celibato e o uso do latim nos cultos, resolveu protestar. Em 31 de outubro de 1517, afixou na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, uma série de críticas, que se tornaram conhecidas como “95 Teses”. As Teses eram um protesto contra o abuso da autoridade do Papa. Nelas, o monge alemão, defendia a extinção das indulgências e condenava o luxo de que desfrutava o papa em Roma. Esse Protesto não foi uma mera afronta ao catolicismo, na verdade, tinha ideias muito profundas. As doutrinas luteranas não tinham somente o objetivo modernizar a Igreja, representava uma nova interpretação da Bíblia, uma interpretação humanística das Escrituras. As principais doutinas luteranas foram: A justificação pela fé (a salvação é um processo individual onde o crente, por meio de sua fé em Jesus Cristo, tem acesso ao paraíso), O sacerdócio universal (Lutero defendia que todos os cristãos eram sacerdotes e, portanto, não necessitavam de intermediários para ter contato com Deus) e a Bíblia como única fonte segura para a fé. Para surpresa do alto clero romano, Lutero obteve o apoio de praticamente todos os setores da sociedade alemã.

O Papa emitiu uma ordem papal, ameaçando Lutero de excomunhão, caso não se retratasse. Em resposta, Lutero, que já tinha muitos seguidores, queimou o documento publicamente, o que resultou em sua excomunhão. Datava de janeiro de 1521.

Foi intimado pelo imperador Carlos V a se apresentar aos príncipes alemães para que se retratasse. Como se recusou a comparecer e temendo ser preso, Lutero de refugiou no castelo do príncipe Frederico de Saxe. Foi lá que traduziu a Bíblia do latim para o alemão. Suas idéias logo encontraram adeptos em todas as regiões da Alemanha, e mesmo fora dela. Entusiasmados com as idéias luteranas, mas sem contar com o apoio de Lutero, que afirmava que a condição senhorial era incontestável, os camponeses iniciaram uma luta para libertar-se da servidão a que eram submetidos tanto nas terras da igreja católica quanto nas dos príncipes e senhores. Receberam apoio de outro líder da Reforma Protestante, Thomas Muntzer. Lutero insurgiu veementemente contra Muntzer, negando legitimidade à distribuição dos bens aos necessitados. Os poderosos senhores, leigos e eclesiásticos uniram-se para combater as rebeliões. Após vários confrontos sangrentos, o exército dos senhores saiu vitorioso e deixou um saldo de 100 mil camponeses mortos. Nesse clima de agitação, Lutero criou uma Igreja e colocou-a sob a direção dos príncipes, que aderiram à Reforma. Carlos V uniu-se às forças católicas e houve um longo conflito armado entre luteranos e católicos. Esse conflito prolongou-se até 1555, quando o imperador aceitou a existência das Igrejas luteranas, assinando com os protestantes a Paz de Augsburgo. Foi concedido a cada príncipe o direito de escolher a religião do seu principado. As religiões católica e luterana foram reconhecidas oficialmente.

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