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Matrix e a Alegoria da Caverna de Platão

Por:   •  31/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.768 Palavras (8 Páginas)  •  851 Visualizações

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Matrix e a Alegoria da Caverna, de Platão.

A teoria mais famosa em relação à transição do pensamento ignorante e alienado até o conhecimento da realidade e sua relação com o filme ‘’Matrix’’.

1. Introdução

A Alegoria da Caverna, filosofia muitas vezes denominada por “mito”, consiste em um grupo de homens que viviam acorrentados dentro de uma caverna cuja única visão que tinham era uma parede iluminada por uma fogueira e na qual se projetavam sombras. Como forma de distração, muitos deles se divertiam julgando o que seriam tais sombras, suas formas e projeções; até que, certo dia, um deles foi obrigado a se livrar das correntes e explorar o interior da caverna.

No decorrer dessa exploração, o homem descobre que a luz a qual iluminava a parede era apenas uma fogueira e as sombras eram apenas ilusões, logo, não existiam. Diante disso, fica decepcionado, confuso e desapontado. Porém, continua a explorar a caverna, até se deparar com uma forte luz, tão forte que ofusca sua visão. Ele caminha até a direção da luz e, inicialmente, tem dificuldade em enxergar as coisas ao redor devido à tamanha intensidade luminosa. Tal dificuldade o faz querer retornar ao conforto da caverna, porém, encontra-se indisposto a tal atitude. Portanto, resta-lhe apenas aprender a enxergar as coisas com mais clareza e passa a querer explorá-las, conhecê-las.

Neste processo, ele vê em como o mundo real é melhor do que aquele que ele tinha na caverna, como por exemplo, a luz, que era mais atraente, fascinante e bonita do que a escuridão presente nas entranhas daquele lugar. Ao perceber isso, ele passa a se penalizar dos seus ex-colegas de sua antiga moradia. Assim, retorna a caverna apenas para convencê-los a conhecer o mundo real, o mundo onde as coisas possuem mais sentido, o mundo verdadeiro, bonito e luminoso. Seus amigos, devidamente acomodados com a vida na caverna e a diversão e distração que as sombras lhe causavam, não aceitaram se aventurar a tal ida em direção a luz, permaneceram satisfeitos na sua escuridão.

O mito baseou diversas obras da ficção, e dentre elas, o filme Matrix, que será o foco de nossa argumentação.

2. Desenvolvimento

2.1. Matrix como uma simulação da realidade

No filme, as mentes dos seres humanos estão presas em Matrix, uma simulação da realidade. Nesse mundo, onde tudo é fictício, controlado e criado por máquinas através de códigos extremamente complexos, as pessoas nas quais suas mentes ali vivem estão na verdade dormindo, são manipuladas pelas máquinas e pensam estar acordadas vivendo no mundo em que apenas acreditam ser ele o real, um lugar onde todos sempre foram livres antes do domínio das máquinas. Este mundo é uma representação da caverna de acordo com a teoria de Platão, e assim como na mesma, há algo que prende as pessoas a viverem em Matrix. Porém, no lugar das correntes, são as máquinas, e que assim controlam o mundo. Elas utilizam os seres humanos como fonte de energia para manter o controle sobre os mesmos e criam a realidade que o indivíduo quer acreditar e aceitar. Pessoas em Matrix só enxergam o que as máquinas permitem, estando aprisionados em um mundo de ilusão, igualmente aos homens que vivem na caverna, os quais só enxergam as sombras, devido às correntes que os impedem de sair dali e poderem enxergar algo mais. As mentes humanas estão submetidas às suas respectivas prisões, tal sejam as máquinas ou as correntes. No filme, Morpheus define para Neo o que é este mundo:

“Matrix está em todo lugar; mesmo aqui nesta sala. Você pode vê-la quando olha pela janela, ou quando liga sua televisão. Você a sente quando vai ao trabalho, quando paga seus impostos, quando vai à igreja. Matrix é o mundo que foi colocado diante dos nossos olhos para que você não visse a verdade. Que você é um escravo, Neo... Como todo mundo, você nasceu em um cativeiro, uma prisão que não consegue sentir ou tocar. Uma prisão para sua mente.”

        2.2. O esclarecimento da dúvida de Neo

Thomas Anderson, que se intitula Neo, é o personagem principal da história. Durante toda a sua vida ele tinha dúvida se o mundo onde vivia era real ou não; sentia que havia algo errado com o mundo. Tal questionamento é observado na cena em que conversa com seu amigo e pergunta: “Você já se sentiu como se não soubesse se está acordado ou se está sonhando?”

Neo é um grande hacker criador de realidade virtual, culpado de quase todos os crimes por computador previstos na legislação e perito capaz de rivalizar com a própria Matrix. Assim, por ter um poder semelhante ao da mesma, passou a desconfiar que a realidade pudesse ser o que não se apresentava. Os denominados “supervisores” Matrix ao saberem de sua existência e desconfiar de seu legado, o perseguem temerosos que Neo fosse capaz de abalar o sistema.

Neo também foi o escolhido por uma colônia de humanos que se salvaram da Matrix e viviam no subterrâneo longe do domínio das máquinas, para ser aquele que salvaria o mundo das mesmas. Ou seja, de acordo com a teoria, ele seria aquele responsável por apresentar à humanidade à luz. Morpheus, integrante dessa colônia, se responsabiliza por procurar Neo.  Podemos entender que Morpheus é a consciência que procurou a Neo durante a vida toda e este foi só encontrá-la durante os últimos anos. Isto é característico na fala de Morpheus: “Você pode ter passado os últimos anos me procurando, mas eu passei a minha vida toda procurando você.”.

2.3. As pílulas de Morpheus

Ao achar Neo, pergunta-lhe o que para ele seria a realidade e o que não seria. Este diálogo é fundamental para o filme, pois retrata que a realidade pode ser muito diferente do que pensamos e que podemos estar presos sem ao menos perceber. Por fim, após definir a Neo o que seria a Matrix, Morpheus complementa: “Infelizmente, é impossível dizer o que é a Matrix. Você tem de ver por si mesmo.” Assim, oferece-lhe duas pílulas: uma vermelha, que revelaria o mundo real e uma azul, que faria a continuar viver em seu mundo de mentira e ignorância. Analogamente, vermelha seria sair da caverna, e a azul, permanecer na caverna. Neo, por ser como um filósofo e muitas vezes comparado à Sócrates, que está sempre a procura do saber e do conhecimento, não hesitou em tomar a pílula vermelha e conhecer o mundo real. Outra evidência da vertente filosófica de Neo relacionada à procura sobre o que é a Matrix, ou seja, do saber e da verdade, é notada no diálogo com Trinity no início do filme. Ela diz:

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