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O Argumento Que Hume nos Propõe é o Seguinte

Por:   •  4/6/2022  •  Projeto de pesquisa  •  398 Palavras (2 Páginas)  •  107 Visualizações

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O argumento que Hume nos propõe é o seguinte:

  1. Se o princípio da Uniformidade da Natureza é justificável, então pode ser justificado demonstrativamente ou indutivamente.
  2.  Mas este princípio não é justificável demonstrativamente.
  3. E também não é justificável indutivamente.
  4. Logo, o princípio da uniformidade da Natureza não é justificável.

  1. Como vimos, para Hume existem dois tipos principais de argumentos: os demonstrativos e os “prováveis” ou indutivos. Por tanto o que a premissa 1 está se a referir ao facto de só ser possível justificar o PUN demonstrativamente e indutivamente.

Para quem não se lembra, o método indutivo, de uma maneira geral, é o raciocínio que, após considerar um número suficiente de casos particulares, conclui uma verdade geral e o método demonstrativo baseia-se no conhecimento técnico ou prático do formador e na sua competência para exemplificar uma determinada operação técnica ou prática que se deseja repetida e depois aprendida

  1. A premissa 2 diz nos que é impossível demonstrar o PUN pois nós não temos a certeza, ou seja, não podemos concluir que o futuro se assemelhará ao passado. Isto significa que este princípio, se for verdadeiro, vai ser uma verdade contingente: uma questão de facto. Ora, as verdades contingentes não podem ser demonstradas.

 Uma verdade contingente é uma proposição verdadeira cuja negação não implica contradição, sendo, portanto, possível.

  1. A premissa 3 diz nos que não se pode justificar este princípio indutivamente: qualquer tentativa de o justificar indutivamente resultará numa petição de princípio.

Petição de princípio indica uma falácia informal que consiste em afirmar uma tese, que se pretende demonstrar verdadeira na conclusão do argumento, já partindo do princípio de que essa mesma conclusão é verdadeira e empregando essa pressuposição em uma das premissas. A falácia permeia-se em presumir de forma cíclica, até chegar a uma conclusão inválida que está interligada à premissa.

Aquilo que Hume tem em mente torna-se mais claro se examinarmos um argumento como o seguinte:

1-O futuro tem-se assemelhado ao passado.

2-Logo, provavelmente o futuro assemelhar-se-á ao passado.

Este argumento visa justificar como podemos tomar o passado como guia para o futuro. Mas como estamos a prossupor que o passado é um bom guia para o futuro, não serve para justificar esta conclusão.

Concluindo, o PUN não pode ser justificado á priori, demonstrativamente pois só as verdades necessárias podem ser demonstradas, ao contrário das verdades contingentes. E não pode ser justificado á posteriori, indutivamente pois iria nos levar á petição de princípio.

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