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O MODELO BIOMEDICO

Por:   •  13/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.195 Palavras (5 Páginas)  •  892 Visualizações

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“O MODELO BIOMÉDICO”

Responsável por um método e uma escola filosófica pioneira na habilitação privilegiada do sujeito que conhece, frente ao objeto ou realidade externa e a ele é que vai ser conhecida Rene Descartes (1596-1650), Filósofo e Matemático. Procedem as regras que se constituem os fundamentos de seu novo enfoque, no raciocínio do médico de ainda hoje, e que persistem hegemônicos no seu discurso do Método Descartes. Cuidadosamente evitados a precipitação e os preconceitos não ocupando o julgamento com nada que se não apresente tão claro e distintamente à razão que não haja lugar para nenhuma dúvida, isto é, a primeira regra ordena que não se deva aceitar como verdade nada que não se possa ser identificada como tal, com toda a sua evidência. Propunha-se a segunda regra, separar cada dificuldade a ser examinada em tantas partes que sejam requeridas para solucioná-las, tanto quanto sejam possíveis e adequadas. Mesmo supondo uma ordem em que não houvesse precedência natural entre os objetos de conhecimento, partindo do mais simples e fácil daí ascendendo, aos poucos, para o conhecimento do mais complexo, a terceira regra dizia respeito à condução do pensamento de forma ordenada. Descartes (1960) certificar-se de que nada foi omitido à necessidade de efetuar uma revisão exaustiva dos diversos componentes de um argumento de tal maneira que seja possível, referia-se a quarta e última regra. Uma preocupação adicional de Descartes habitava a certeza a que ele podia chegar por meios de provas matemáticas.

Teorias matemáticas que confirmaram a visão cartesiana do corpo e do mundo como uma grande máquina a serem explorados, a Isaac Newton coube à criação. A medicina mecanicista passa a fornecer, gradativamente, os instrumentos requeridos pelos médicos para que pudessem lidar de forma cada vez mais satisfatória, com uma parte crescente das doenças mais corriqueiras, assim como a mecânica newtoniana possibilitou a explicação de muitos fenômenos da vida cotidiana. A partir do século XVII, à medida que também evoluíam a Física e a Química, tanto quanto seria descabido fazê-lo nos dias de hoje os notáveis avanços ocorridos no campo das Ciências biológicas, não podem ser negados. O que cabe sim, continuar questionando, são os descaminhos ou as estratégias e interesses que, em especial a partir da Revolução Industrial capitalista passaram a utilizar-se e que mais adiante seria objeto de grandes considerações. De uma abordagem biográfica para outra nasográfica, agora o alvo do interesse médico passou da história da doença para uma descrição clínica dos achados propiciados pela Patologia, isto é, como diz Bennet (1987). Paulatinamente, validadas pela abordagem biomédica, grande parte das descobertas da Medicina foram importantes. Citando exemplos, entre tantos, dessas descobertas podem ser realçados, tais como os estudos anatômicos de Vesalius (publicados em 1543), a descoberta da circulação sanguínea por William Harvey, em 1628 e da primeira vacina por Edward Jenner (1790-1823).

A era bacteriológica se instaura com a decisiva participação, com merecido destaque, entre outros, de Louis Pasteur e Robert Koch, o primeiro evidenciando o papel das bactérias, seja no processo de fermentação, seja nas doenças, além de outras contribuições, ter chegado às vacinas antirrábicas e contra o Anthrax e o segundo, tendo realizada a grande descoberta do agente etiológico da Tuberculose e formulados os postulados que na correlação causa-efeito tipificam o raciocínio mecanicista e sua insistência, na década de 1860. Em todo caso da doença, o microrganismo está presente e pode ser detectado. Em meio de cultura apropriada ele pode ser cultivado; em animal susceptível a inoculação desta cultura, reproduz a doença e pode ser recuperado o microrganismo do animal infectado novamente.

A teoria microbiana incide já nos fins do século XIX uma predominância de tal ordem que, faz obscurecer concepções que destacavam a multicausalidade das doenças ou que proclamavam a decisiva participação, na eclosão das mesmas dos fatores de ordem socioeconómica, em boa medida. O trabalho precursor de John Snow abriu caminho para a compreensão dos elos presentes na determinação das doenças pestilenciais ou epidêmicas e para a possibilidade de intervir sobre as mesmas, no campo da Epidemiologia. Sobre a estrutura e funcionamento do corpo, as descobertas e tantas outras requeriam um modelo explicativo que pudesse incorporar as inovadoras concepções. Médicos e pacientes tiveram sua atenção voltada para o todo e a interação harmônica das partes, durante uma grande temporada.

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