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O mito da caverna

Seminário: O mito da caverna. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  22/9/2014  •  Seminário  •  570 Palavras (3 Páginas)  •  291 Visualizações

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O Mito da Caverna nos ensina algo mais, afirma o filósofo alemão Martin Heidegger, num ensaio intitulado "A doutrina de Platão sobre a verdade", que interpreta o Mito como exposição platônica do conceito da verdade.Deste ensaio, destaco alguns aspectos:

O Mito da Caverna estabelece uma relação interna ou intrínseca entre a paidéia e a alétheia: a filosofia é educação ou pedagogia para a verdade.

O Mito propõe uma analogia entre os olhos do corpo e os olhos do espírito quando passam da obscuridade à luz: assim como os primeiros ficam ofuscados pela luminosidade do Sol, assim também o espírito sofre um ofuscamento no primeiro contato com a luz da idéia do Bem que ilumina o mundo das idéias.

A trajetória do prisioneiro descreve a essência do homem (um ser dotado de corpo e alma) e sua destinação verdadeira (o conhecimento das idéias). Esta destinação é seu destino: o homem está destinado à razão e à verdade.

Por que, então, a maioria permanece prisioneira da caverna? Porque a alma não recebe a paidéia adequada à destinação humana.

Assim, a paidéia, alegoricamente descrita no mito, é "uma conversão no olhar", isto é, a mudança na direção de nosso pensamento, que, deixando de olhar as sombras (pensar sobre as coisas sensíveis), passa a olhar as coisas verdadeiras (pensar nas idéias).

E, observa Heidegger, não foi por acaso que Platão escolheu a palavra eîdos para designar as idéias ou formas inteligíveis, pois eîdos significa: figura e forma visíveis. O eîdos é o que o olho do espírito, educado, torna-se capaz de ver.

O Mito da Caverna recupera o antigo sentido da alétheia como não-esquecimento e não-ocultamento da realidade. Alétheia é o que foi arrancado do esquecimento e do ocultamento, fazendo-se visível para o espírito, embora invisível para o corpo.

A verdade é uma visão, visão da idéia, do que está plenamente visível para a inteligência e, por ser visão plena, a verdade é evidência.

A idéia do Bem, correspondente ao Sol, não só ilumina todas as outras, isto é, torna todas as outras visíveis para o olho do espírito, mas é também a idéia suprema, tanto porque é a visibilidade plena quanto porque é a causa da visibilidade de todo o mundo inteligível.

A filosofia, conhecimento da verdade, é conhecimento da idéia do Bem, princípio incondicionado de todas as essências. Assim como o Sol permite aos olhos ver, assim o Bem permite à alma conhecer.

A luz é a meditação entre aquele que conhece e o aquilo que se conhece.O Mito possui ainda um outro sentido pelo qual compreendemos por que Platão é o inventor da razão ocidental.

De fato, na origem a palavra alétheia é uma palavra negativa (a - létheia), significando o não esquecido, não escondido.

Com o Mito da Caverna, porém, a verdade, tornando-se evidência ou visibilidade plena e total, faz com que a alétheia perca o antigo sentido negativo e ganhe um sentido positivo ou afirmativo.

A verdade se transfere do Ser para o conhecimento total e pleno da idéia do Bem. Com isto, escreve Heidegger, a verdade dependerá, de agora em diante, do

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