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O MITO DA CAVERNA

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Por:   •  4/6/2013  •  1.302 Palavras (6 Páginas)  •  1.445 Visualizações

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O Mito da Caverna

Extraído de "A República" de Platão. 6ª edição. Editora Atena, 1956, p. 287-291

O Mito da caverna, também conhecido como Alegoria da caverna, Prisioneiros da caverna ou Parábola da caverna, foi escrito pelo filósofo grego Platão e encontra-se na obra intitulada A República (livro VII). Trata-se do exemplo de como podemos nos libertar da condição de escuridão que nos aprisiona através da luz da verdade.

O Mito da Caverna resume-se na apresentação simbólica de homens acorrentados no interior de uma caverna desde o principio de suas vidas. A caverna possui uma faixa de luz que viabiliza a projeção de sombras da vida do lado de fora. Os homens que a habitam acreditam, pelo simples fato de só conhecerem aquela realidade, que as sombras projetadas na parede da caverna são o único modo de vida, ou seja, acreditam que estão contemplando a realidade.

Em determinada ocasião, um dos homens consegue libertar-se das correntes e sair da caverna. Após tomar conhecimento da realidade que reside fora da caverna, ele retorna para narrá-la a seus companheiros de clausura que existe todo um mundo além daquele que eles conhecem, ou seja, além das projeções das sombras.

O mito da caverna é uma metáfora da condição humana perante o mundo, no que diz respeito à importância do conhecimento filosófico e à educação como forma de superação da ignorância.

Segundo Platão, o conhecimento abrange dois domínios: o domínio das coisas sensíveis e o domínio das idéias. Para ele, a realidade está no mundo das idéias - um mundo real e verdadeiro e a maioria da humanidade vive na condição da ignorância, no mundo das coisas sensíveis, no grau da apreensão de imagens, as quais são mutáveis, não são perfeitas como as coisas no mundo das idéias e, por isso, não são objetos suficientemente bons para gerar conhecimento perfeito.

Podemos fazer um comparativo mais atualizado a respeito do conto de Platão, através do filme “A Vila”, (The Village, dir. M. Night Shyamalan. – 2004)

O filme A Vila conta a história de um grupo de pessoas cansado do estresse e das conturbações da vida moderna cotidiana que recria uma vila típica do século XIX, isolada do restante da civilização contemporânea. Estas pessoas, conhecidas como sábias ou anciãs, passam aos mais jovens a ideia de que há monstros perigosos nos arredores do vilarejo, além das demarcações que os separam da floresta, a fim de manter sobre controle os habitantes do local e a farsa por eles criada.

Os habitantes da vila, enganados pelos mais velhos, são como os homens acorrentados descritos por Platão. E, assim como Platão acredita que os sentidos nos afastam do pensamento racional, no filme, os anciãos reforçam a ignorância dos mais jovens quando despertam os seus sentidos através do medo. Como por exemplo, a aversão à cor vermelha e o aparecimento dos animais abatidos.

Ironicamente, a única personagem que consegue descobrir o segredo da fictícia vila é uma deficiente visual, Ivy Walker, filha de um dos anciões, mostrando-nos que os sentidos não são necessários para a conquista da racionalidade. Algo não muito diferente do que propunha Platão há milhares de anos atrás.

Tanto o filme, quanto o conto nos demonstram a saída da ignorância para a conquista do pensamento racional. Segundo Platão, existem dois mundos, o das Idéias e o dos Sentidos, e para que possamos atingir a racionalidade, devemos nos abster dos nossos sentidos, como no caso da personagem, que já era privada de um desses sentidos.

Podemos observar a semelhança entre o Mito da Caverna e o filme A Vila. Pois, os habitantes mais novos da vila seriam os homens acorrentados na caverna descritos por Platão. As correntes os anciões e as sombras seriam toda a realidade criada a cerca da vila.

Podemos relacionar o filme “A vila” com nossa realidade vivida, e consequentemente com a Teoria de Platão, e o Mito da Caverna, quando percebemos que tanto no filme, quanto na realidade, e nos moradores da caverna, ambos fecham os olhos para o que está acontecendo do lado de fora, o lado que seus olhos não enxergam. Não porque não querem, mas porque a sociedade impõe que seja assim. Pessoas se tornam verdadeiros alienados, seguidores de valores que a própria sociedade dita.

Na verdade, a sociedade tem certa necessidade de se manter isolada de coisas que julgam não serem apropriadas para seus modos de vida. Mas será que se isolar e fingir não perceber aquilo que está errado, para se manter longe de conflitos e da violência é sempre o melhor caminho a se seguir?

O filme é bastante interessante, e pode abrir os olhos das pessoas para que elas entendam o perigo que é fechá-los para o mundo que nos cerca.

Criamos barreiras contra o desconhecido, e dificilmente ousamos atravessá-las, com medo das consequências,

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