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Platão diálogos: Protágoras – Górgias - Fedão

Por:   •  25/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.761 Palavras (8 Páginas)  •  854 Visualizações

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                                      Universidade Federal do Rio de Janeiro[pic 1]

                             Escola de Comunicação – Comunicação e Filosofia

                          Fábio Gomes Pessoa

                          EC2 – 2016.1

PLATÃO. Platão diálogos: Protágoras – Górgias - Fedão. Editora Universitária UFPA. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Pg. 128 - 245.

Górgias

O diálogo inicia-se com Sócrates e Querefonte chegando atrasados a uma festa na casa de Cálicles, onde também se encontram Polo e Górgias, um siciliano conhecido em Atenas como o melhor orador de todos, e prontamente se declaram desejosos por uma conversa com o sofista. Após uma breve recepção, iniciam-se perguntas dos filósofos dirigidas a Górgias, a respeito de sua profissão e qual seria o nome adequado para atribuí-lo, obtendo em troca respostas subjetivas e pouco rigorosas. Dessa forma, Sócrates levanta duas problematizações: qual seria a moral e qual seria a lógica da retórica, sendo esse o primeiro ato.

Durante toda a conversa do primeiro ato, Górgias demonstra respeito por seu oponente e ouve-o com interesse e cortesia. Sócrates começa perguntando em que consistem diferentes artes particulares, por exemplo que o tecelão se encarrega de preparo de roupas e a música com a composição do canto. Ao perguntar com o que especificamente a retórica trabalha, o sofista responde-lhe que é a arte dos discursos. No entanto, é contestado pelo filósofo, demonstrando que essa é uma resposta vaga e subjetiva, tendo em vista que todas as demais artes também se utilizam de discursos, por exemplo a ginástica e a medicina. Górgias rebate, afirmando que essas outras atividades são atividades manuais, enquanto a retórica trata unicamente da fala.        

Quando novamente contestado por Sócrates, o sofista faz uso novamente de definições ambíguas e nada precisas, afirmando que a retórica trata dos "mais importantes negócios humanos". Górgias diz que sua arte é capaz de convencer juízes nos tribunais, cidadãos nas assembleias e senadores no conselho. Conceitua-se, por fim, a retórica como sendo a mestra da persuasão, que promove a crença na diferença entre o justo e o injusto.

Continuando o diálogo entre os dois, percebe-se que a retórica é a arte de convencer multidões, chegando a um ponto em que o orador, mesmo sem conhecimento sobre determinado assunto, tem mais influência e poder de persuasão que um sábio da mesma área, e para demonstrar isso Górgias usa como exemplo um orador que poderia convencer multidões que sua atuação na área de medicina poderia ser melhor que a de um médico propriamente dito.

        Sócrates pontua, porém, que essa persuasão só é efetiva quando feita para um público ignorante, visto que diante de entendidos, dificilmente sua oratória seria mais convincente que a de um médico. No fim desse ato, Górgias cai em contradição por afirmar que a retórica tem como objeto a justiça, e quem a aprende nunca comete ato injusto algum, mas mais tarde diz que a mesma pode ser usada de forma ilícita. É evidente a tentativa do sofista de camuflar o fato de que a retórica é utilizada não só para promover a justiça, mas para, principalmente, promover, o que aos olhos de Sócrates, é injusto. Com isso, chegamos ao fim do primeiro ato.

        O segundo ato se dá pelo diálogo de Sócrates com Polo, quando este levanta a palavra para defender seu mestre, Górgias, que caíra em contradição no primeiro ato. A discussão inicia com Sócrates pontuando a natureza da retórica e o seu poder de utilidade, e define a prática como o "simulacro de uma parte da política", definindo-a ainda como ruim e feia. Ao dizer que a retórica é uma parte da bajulação, o sofista rebate, afirmando que ela dá poder aos que a dominam, uma vez que através do uso da mesma, uma pessoa estaria apta para fazer o que bem desejar.

        Com isso na mesa, Sócrates expõe um paradoxo, no qual afirma que aqueles que tem poder não são, necessariamente, os mais poderosos, no sentido que nem sempre fazem o que querem. Para provar seu ponto, ele faz uma analogia sobre uma pessoa doente que, para tratar sua enfermidade, toma remédios. Não os toma porque quer, e sim porque visa a finalidade do ato, que é curar-se.

        Novamente, a discussão volta para a questão do que é justo e o que é injusto, onde Sócrates afirma preferir sofrer injustiça do que cometer uma, o que é protestado pelo sofista. Polo afirma então que são felizes aqueles que, cometendo injustiça, não sofrem qualquer punição e seguem suas vidas como se nada houvesse ocorrido.

        Sócrates discorda, fazendo uma nova analogia a um homem doente que, visando curar sua enfermidade, se submete a remédios e tratamentos, mesmo desagradáveis, tendo em vista curar-se de sua enfermidade. O mesmo se daria para a alma de homem, que adoeceria com o cometimento de alguma injustiça. Nesse caso, o mais feliz seria aquele homem que não cometesse qualquer ato injusto. Em segundo, teríamos o homem que, tendo cometido ato injusto, foi julgado e punido, e sua enfermidade na alma tratada e curada. Por fim, o mais infeliz seria aquele que após cometer injustiça, não seria castigado de qualquer maneira, e seria forçado a conviver com sua alma doente. Portanto, para o filósofo, caso o poder tenha sido adquirido através de meios injustos, é preferível ser punido a fugir ileso. Com isso termina o 2º ato.

        No terceiro ato, Cálicles toma a palavra e começa a discussão com Sócrates, onde o anfitrião critica o modo de debate do filósofo, afirmando que não existem semelhanças entre as Leis da Natureza e as Leis da Cidade, e que Sócrates faz uso de uma ou de outra quando lhe convém. Ele também questiona a utilidade da filosofia, onde afirma que com a idade de Sócrates, existem coisas mais importantes para se preocupar do que se perguntar o porquê das coisas.

        Para Cálicles, o governante de uma cidade é naturalmente mais poderoso que os demais cidadãos, uma vez que já nasceu para pertencer a elite e deter maior poder. Sócrates refuta esse argumento, afirmando que por mais poderoso que o governante seja no sentido individual, a verdadeira força encontra-se nos cidadãos, que unidos possuem muito mais poder do que qualquer outro humano individualmente, independente se for o mais poderoso rei.

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