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RENÉ DESCARTES: SUA VIDA, MÉTODO, INFLUÊNCIAS E COMO PODEMOS ENTENDER SEU MÉTODO COM UMA APLICAÇÃO MATEMÁTICA

Por:   •  24/10/2020  •  Artigo  •  4.331 Palavras (18 Páginas)  •  250 Visualizações

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RENÉ DESCARTES: SUA VIDA, MÉTODO, INFLUÊNCIAS E COMO PODEMOS ENTENDER SEU MÉTODO COM UMA APLICAÇÃO MATEMÁTICA

Gerson Eugenio Costa¹

gersonec@gmail.com

Izaias Duarte da Silva²

izaiasds@msn.com

Resumo

Este artigo apresenta uma pesquisa bibliográfica que visa apresentar uma breve biografia de René Descartes, como era o seu método, denominado de Método Cartesiano que se fundamenta em Evidência, Análise, Síntese e Verificação. Suas influências acerca da Filosofia das Ciências e Matemática, sendo ele considerado de grande importância para o desenvolvimento dessas áreas. É mostrada uma aplicação do método cartesiano em um problema matemático, acredita-se que o mesmo auxilie para demonstração e compreensão do seu funcionamento. Espera-se que este colabore para outros trabalhos, tal como fator contribuinte da Filosofia das Ciências e da Matemática.

Palavras-Chave: Descartes. Método. Filosofia das Ciências e Matemática.

Introdução

Este trabalho apresenta uma síntese sobre a vida de René Descartes, seu Método, sua influência na Filosofia, Matemática e demais Ciências desde sua época até a atualidade. Objetiva também se fazer entender seu método, a partir de uma aplicação matemática, além de contribuir para o conhecimento de outros pesquisadores e para trabalhos futuros acerca deste tema. Tem por justificativa um melhor embasamento teórico acerca da filosofia de Descartes e suas contribuições para a Filosofia das Ciências e a Matemática.

Para alcançar os objetivos do trabalho, a metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica e eletrônica, tomando como base artigos científicos, livros e alguns endereços eletrônicos referentes à temática.

         Apresenta-se adiante, no primeiro subtópico, um pouco da vida de René Descartes. Ele foi um filósofo, físico e matemático francês. Notabilizou-se, sobretudo por seu trabalho revolucionário na Filosofia e na Ciência, mas também obteve reconhecimento matemático por sugerir a fusão da álgebra com a geometria - fato que gerou a geometria analítica e o sistema de coordenadas que hoje leva o seu nome. Por fim, foi também uma das figuras-chave na Revolução Científica.

No segundo subtópico, discorre-se sobre o seu método, no qual propõe um pensamento voltado para o racionalismo, é denominado método dedutivo e se baseia em quatro princípios: Evidência, Análise, Síntese e Verificação.

No terceiro subtópico, mostra-se um pouco sobre as contribuições de Descartes na Matemática, as quais são, principalmente, no quesito da formulação de encadeamento de ideias para assegurar a veracidade das premissas e das conclusões, assim como também a validade do argumento proposto. Contribuiu também para o surgimento de uma nova área da Matemática, denominada geometria analítica, a qual relaciona a geometria e a álgebra.

No quarto subtópico, fala-se sobre a influência de Descartes na Filosofia das Ciências. Neste, vê-se o quanto ele inspirou seus contemporâneos e até os posteriores, o quanto foi significativo para tornar as ciências mais dedutivas e carregadas de conceitos matemáticos como ferramentas teóricas.

        No quinto subtópico, segue-se com a demonstração de uma aplicação do Método Cartesiano no contexto da Matemática, partindo-se de um problema enunciado, transformando-o em linguagem simbólica, a qual é, na verdade, uma equação de primeiro grau e o conduzindo a sua resolução, guiando-se a todo o momento pelo método.

        Finalmente, chegam-se as considerações finais, nas quais se faz um levantamento sobre o que foi visto e se espera que esse exemplo de aplicação do Método Cartesiano colabore para seu entendimento e sirva de base para outros trabalhos.

Biografia De René Descartes

René Descartes, também conhecido pelo seu nome latino de Renatus Cartesius, nasceu em 31 de março de 1596, em La Haye, conhecida posteriormente por "La Haye-Descartes", na Touraine, cerca de 300 quilômetros a sudoeste de Paris. Pertenceu a uma família de posses, seu pai, Joachim Descartes, advogado, juiz, um nobre e Conselheiro no Parlamento de Rennes, na vizinha província da Bretanha, que constitui o extremo noroeste da França. Com um ano de idade sua a mãe, Jeanne Brochard, veio a falecer. Foi criado pela avó e por uma governanta. Seu pai casou novamente, mas sempre foi presente na vida de Descartes e o chamava ainda criança de seu "pequeno filósofo", devido à sua curiosidade demonstrada, porém depois se desagradou com ele porque não quis seguir a carreira de advogado, como era de tradição familiar (COBRA, 2016).

De 1606 a 1614 Descartes estudou no o colégio jesuíta de La Flèche (DESCARTES, 1996, p.31). Este colégio, na época, era considerado como um dos melhores colégios da França. Mesmo assim, o jovem estudante não se contentou com a educação que tinha recebido, como nos expressa o próprio em:

E, no entanto, estava numa das mais célebres escolas da Europa, onde pensava que devia haver homens sábios, se é que os há em algum lugar da terra. Nela aprendera tudo o que os outros aprendiam, e mesmo, não me tendo contentado com as ciências que nos ensinavam, percorrera todos os livros que me caíram nas mãos, que tratavam daquelas consideradas mais curiosas e mais raras. (DESCARTES, 1996, p.8)

O descontentamento de Descartes, não era com a escola e sim com as lições que recebia, como confirma Pessanha (1987, p. 10):

O desencanto de Descartes não se referia ao sistema de ensino de La Flèche nem aos seus mestres. Pelo contrário por estes conservou sempre estima, e, mais tarde, consultado por um pai sobre a escolha de uma escola, recomendou La Flèche com insistência. A decepção de Descartes fora com o próprio conteúdo dos ensinos que recebera, que exprimiam uma cultura sem fundamento racionalmente satisfatório e vazia de interesse para vida.

 

Sendo assim decidiu então deixar os estudos regulares, pois não queria a vida de um culto e intelectual. Em lugar disso, preferiu ganhar experiência diretamente em contato com o mundo. Antes, porém, passou um curto período aparentemente sem ocupação, em Paris, e depois, para atender ao desejo do pai, ingressou no curso de Direito, de dois anos, na universidade de Poitier. Em 1616 recebe o bacharelado e a licenciatura em direito (DESCARTES, 1996, p.32), mesmo assim não seguiu essa carreira.

Em 1618, Descartes viaja para a Holanda e se alistando no exército de Maurício de Nassau. A escola militar era, para ele, uma complementação da sua educação. Nessa condição fez viagens pela Dinamarca e pela Alemanha. Em 1622, voltou à França. Em 1628, Descartes, incentivado pelo cardeal De Bérulle, escreveu "Regras para a Direção do Espírito". Em 1633, o físico italiano Galileu Galilei foi condenado pela Inquisição romana e, no ano seguinte, o Descartes renunciou à publicação do seu Tratado do Mundo. A época não era propícia para a discussão de teorias que colocassem em dúvida a estática cosmologia medieval, com base na ideia grega de ordem harmônica do cosmo (RODRÍGUEZ, 2016).

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