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Revolução Francesa

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Por:   •  19/11/2013  •  1.454 Palavras (6 Páginas)  •  414 Visualizações

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Há um mundo anterior e outro posterior à Revolução Francesa. A Revolução

Industrial transformou as relações de trabalho e impulsionou os setores econômicos, mas a Revolução Francesa atingiu mais fundo. O movimento de 1789 alterou o cotidiano da população, modificou o conceito e o vocabulário do nacionalismo, forneceu códigos legais, um sistema de medidas, enfim ela forneceu a ideologia transformadora que rompeu barreiras, inclusive dos países que resistiam às ideias europeias.

O final do século XVIII foi marcado por uma série de revoltas e agitações políticas nos diversos cantos do planeta. Colônias buscavam autonomia, Estados lutavam por independência e no meio de tudo isso a Revolução Francesa pode ser apontada como a que teve maior alcance e repercussão. A crise do antigo regime não se limitou a França e nem a Revolução Francesa foi um fenômeno isolado, contudo suas consequências foram mais profundas. Primeiro porque aconteceu no mais populoso e poderoso Estado da Europa, em segundo ela foi muito mais radical que outras revoltas que a precederam e em terceiro a revolução Francesa foi a única marcada por uma caráter ecumênico. Enfim, a Revolução Francesa é um marco em todos os países.

A Revolução Francesa foi a revolução do seu tempo. É preciso entender suas origens e as condições para que ela eclodisse na França. A primeira coisa a ser feita é procurar suas condições gerais na situação específica da França e não na Europa em geral. Rival econômica da Grã-Bretanha, a França, viu o crescimento da influência política e o avanço econômico alcançado pelos ingleses. Houve tentativas de alavancar a economia francesa como as propostas de Turgot, o problema é que essas ações esbarravam na máquina administrativa da monarquia absolutista. Os nobres franceses gozavam de privilégios como a isenção de vários impostos e o direito de receber tributos feudais, porém a monarquia absoluta havia destituído os nobres de sua independência e responsabilidades políticas delegando à classe média ascendente as funções administrativas. No decorrer desse processo os nobres observaram o esvaziamento de suas riquezas e passaram a pleitear as funções oficiais exercidas pela classe média. Resultado desse processo foi o conflito entre a estrutura oficial com interesses estabelecidos no Antigo Regime e as novas forças sociais ascendentes. Esse fenômeno foi mais agudo na França.

Usando seus direitos feudais a nobreza não exasperava somente a classe média, mas atingia profundamente através da extorsão o campesinato. Essa classe que representava 80% da população da França e enfrentava os problemas econômicos e sociais que lhes eram impostos. Em geral o campesinato era formado por homens livres e proprietários de terras, ainda que não em grandes extensões. Os tributos e taxas tomavam proporções cada vez maiores e consumiam grande parte da renda do camponês.

A Revolução começou como uma tentativa de recapturar o Estado. Captura essa empreendida pela aristocracia e pelos parlaments e não fosse pelo desprezo à profunda crise socioeconômica que suas exigências acarretavam e por ter subestimado a força do Terceiro Poder a nobreza poderia ter alcançado seus objetivos. Mas, a Revolução não foi realizada por um grupo organizado ou por um partido e nem chegou a apresentar lideres que conduzissem as massas rumo à revolução. Um grupo foi responsável por dar a unidade efetiva ao movimento revolucionário. A “burguesia”. Suas exigências foram norteadoras da famosa Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789. A característica marcante desse documento é ser contra a sociedade hierárquica e de privilégios da nobreza, mas não um manifesto a favor de uma sociedade democrática e igualitária. O burguês liberal clássico não era democrata, mas sim um devoto do constitucionalismo, de um Estado secular com liberdades civis e garantias para a empresa privada e de um governo de contribuintes e proprietários.

O objetivo da vitoriosa burguesia moderada, que havia se transformado na

Assembleia Constituinte, era promover a racionalização e reforma da França. Suas perspectivas eram inteiramente liberais, porém dava pouca satisfação ao povo comum. Em 1791, a Constituição colocou de lado a democracia excessiva com um sistema monárquico constitucional baseado num direito de voto dos “cidadãos ativos”. A incontrolada economia de livre empresa dos moderados acentuou as flutuações dos preços dos alimentos e, consequentemente, a militância dos pobres das cidades, especialmente Paris.

A guerra que eclodiu em seguida agravou a situação e transformou a história da

Revolução Francesa na história da Europa. Duas forças protagonizaram os atos que levaram a França a uma guerra geral: a extrema direita e a esquerda moderada. A nobreza, a aristocracia e clero depositava sua esperança de restauração em uma intervenção estrangeira que restituísse o Antigo Regime e mais do que isso, bloquear a difusão das ideias perturbadoras projetadas a partir da França. Para os franceses em geral e para seus simpatizantes no exterior, a libertação da França era simplesmente o primeiro passo para o triunfo universal da liberdade. Havia entre os revolucionários, moderados e extremistas, uma paixão generosa e genuinamente exaltada em difundir a liberdade.

Contudo, a guerra também favoreceu a solução de problemas domésticos. Sob a ameaça de intervenção estrangeira os homens de negócio argumentavam que as incertezas econômicas, a moeda desvalorizada e outros problemas só seriam sanados com a dissipação dessa ameaça. Logo passaram a ver o quanto lucrativa a guerra poderia se tornar. A guerra

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