Santo Agostinho

Escola Estadual Professora Therezinha Sartori

Nome:

Série: 3 ° ano B

Professor: Mauricio- Lingua Portuguesa

Levando em conta o momento histórico de sua realização, os últimos anos do regime salazarista, as crônicas de Saramago são produzidas como falas carregadas de nostalgia, no caso das que apresentam um cunho mais memorialista, ou ainda como histórias com teor ficcional ou notícias sobre acontecimentos que recebem uma maior atenção do cronista

Neste trabalho , observar-se algumas das técnicas de José Saramago em sua obra cronística, pois elas não se atêm unicamente a um estilo. Ora podem apresentar um tom de fábula, ora de um comentário lúcido sobre a realidade. É nesse jogo entre o abstrato e o concreto que o autor chama o leitor a “ver”, efetivamente, fugindo da mera observação passiva dos fatos.

Com uma obra voltada, principalmente, para uma reflexão social e humana, José Saramago, em seu período de formação como escritor, iniciou como cronista em jornais como “A Capital” e “Jornal do Fundão”, no final da década de 60. Nota-se desde estes primeiros escritos o seu estilo de crítica irônica, ao mesmo tempo em que trabalha com um teor poético no encadeamento das idéias. Ao analisar os fatos cotidianos por um viés diferenciado do restante do jornal (a objetividade em apresentar e esclarecer a notícia), o cronista procura retomar um assunto e transformá-lo em algo que o aproxime do leitor, seja um acontecimento banal que faz parte da rotina de todos, seja uma lembrança de infância, ou ainda um comentário sobre a situação política. Dessa forma, José Saramago chama o leitor para encarar a realidade não apenas como um espectador, mas como parte integrante (e consciente) dela.

• BAPTISTA, Carla; CORREIA, Fernando. Jornalistas – do ofício à profissão. Lisboa: Caminho, 2007.

• BENJAMIN, Walter. O narrador. In: Os pensadores – Benjamin, Adorno, Habermas, Horkheimer. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

• CANDIDO, Antonio. A vida ao rés-do-chão. In: A Crônica – o gênero, sua fixação e suas transformações no Brasil. São Paulo/ Rio de Janeiro: EdUnicamp/Fundação Casa Rui Barbosa, 1992 p. 13-22.

• CESERANI, Remi. O fantástico. Curitiba: EdUFPR, 2006.

• COSTA, Horácio. José Saramago – o período formativo. Lisboa: Caminho, 1997.

• EAGLETON, Terry. Teoria da literatura: uma introdução. São Paulo: Martins Fontes, 1990.

• HAMBURGER, Käte. A lógica da criação literária. São Paulo: Perspectiva, 1975.

• HELLER, Agnes. O cotidiano e a história. São Paulo: Paz e terra, 1992.

• JORGE, Franklin. Os escritores e o jornalismo. In: CASTRO, Gustavo de; GALENO, Alex

(Orgs.)

...