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Sobre A Genealogia Da Moral

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Por:   •  24/2/2014  •  1.196 Palavras (5 Páginas)  •  479 Visualizações

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Esta obra de Friedrich Wilhelm Nietzsche detecta alguns pontos das origens dos valores morais. O autor ressalta a inversão sofrida por tais valores pelas influências que se prendem com força. Por isso, quase toda a obra girará em torno da questão do valor: o que é o bom?

Como filólogo de formação, Nietzsche aprofunda-se, justamente, no estudo da palavra bom e, conseqüentemente, da palavra mau. O gênio provocativo de Nietzsche traz, assim, um texto com certo teor de sarcasmo. Isso é facilmente verificado já na primeira das três partes da obra.

Todas as questões levantadas pelo homem da época de Nietzsche, principalmente os psicólogos ingleses, não levam a nada, não trazem a origem do bem e do mal. O que importa, na psicologia nietzschiana, é a busca da verdade de uma forma imparcial, conforme ele mesmo escreve no primeiro ensaio da obra: “(...) desejo que seja exatamente o contrário; desejo que estes investigadores, que estudam a alma ao microscópio, sejam criaturas generosas e dignas, que saibam refrear o coração e sacrificar os seus desejos à verdade (...) ainda que simples, suja, repugnante, anticristã e imortal... porque tais verdades existem”. O intuito de Nietzsche, contudo, é a construção de uma História da Moral.

Essa genealogia é uma crítica ao elemento de afirmação pelo qual se move o pensamento de Nietzsche. Apresenta um início diferenciado, que vai além de afirmar a perda de um referencial (Deus), mas que chega até a afirmação de uma diferença que se origina nas forças ativas e nas forças reativas.

Duas aplicações para que a Moral tenha se originado: por aquilo que é útil: “as ações altruístas foram louvadas e reputadas boas por aqueles a quem eram ‘úteis’”. Entretanto, a origem de tais ações acaba por ser esquecida, adquirindo ações altruístas através do costume da linguagem, como se as coisas fossem boas em si mesmas. Essa é a segunda aplicação. Para Nietzsche não há nada que seja bom em si mesmo. Dessa maneira, o filósofo faz um corte com os universais, com a metafísica e com o cristianismo.

O conceito de ‘bom’ se dá por aqueles que, através de uma prática, consideraram determinada ação como boa. É contra esse utilitarismo que Nietzsche luta. O utilitarismo não entra em sua moral.

Toda essa conceitualização do ‘bom’ e do ‘mau’, originada na antítese da divisão das classes sociais, nasce, justamente, do pensamento de que o homem é um ser dominante. Isso está inteiramente intrínseco em seus instintos. No instinto de dominação é que a genealogia da moral encontrou sua real expressão. Para o filósofo, tal “tentativa de explicação é errônea, mas sensata e psicológica”.

Como filólogo que é, Nietzsche faz uma análise morfológico da palavra alemã schlecht (mau). Em seus estudos, ele descobre que esta palavra é idêntica à schlicht (simples). Daí, ele chega ao schlichtsweg (simplesmente) e schlechterding (absolutamente), o que traz, desde suas origens, a função de designar o homem simples, plebeu. Tudo isso para provar que as palavras nascem dentro das circunstâncias. Isso revela que a classe dominante acabou associando a classe plebéia ao conceito daquilo que é mau, o oposto, a antítese da classe nobre. Por isso, os homens que se sentem e são privilegiados (classe nobre) é quem espelham o conceito de ‘bom’.

Ainda em sua análise morfológica, Nietzsche, baseado no latim, faz uma outra analogia com a palavra malus, relacionada com melas (negro) e usada para designar o homem plebeu, de cor morena e de cabelos pretos (hic niger est). O “bom”, o “nobre”, o “puro” é o de cabelos loiros. Isso faz oposição com o individuo de cabelos negros. Com isso, a conceituação ganha um caráter estritamente político, que passa para um conceito agora psicológico.

A psicologia inglesa, empirista, é o que puxa o homem para baixo. Por isso, para Nietzsche pouco importa o conteúdo dos comentários dos psicólogos. Eles puxam o homem para uma passividade do majoritário.

Em sua conceituação extremamente humana, colocando o homem no centro das ações, Nietzsche cria teses totalmente contrárias à dos psicólogos ingleses. Mesmo no campo da religião, o filósofo faz um ferrenha crítica à chamada “casta sacerdotal”. Essa casta cria como que uma alienação nos indivíduos, pois é uma classe dominante. A casta sacerdotal acaba por dominar até mesmo sobre a classe nobre. Conseqüentemente, domina também sobre a classe plebéia.

Contra toda essa dominação, Nietzsche defende que

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