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Sociedade Do Consumo E Indústria Cultural

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Por:   •  4/4/2014  •  1.455 Palavras (6 Páginas)  •  979 Visualizações

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Os estudos dessa semana propõem uma reflexão sobre a indústria cultural e o consumo na sociedade contemporânea. Por indústria cultural se entendem os mecanismos próprios do sistema econômico capitalista que convertem o entretenimento e os gostos em objetos de consumo que produzem e que visem antes de tudo o lucro. A indústria cultural é fruto do modelo de sociedade moderna e contemporânea que entre outras ações, instrumentalizou a razão, desvalorizando a importância do conhecimento e elegendo em seu lugar o acúmulo de informações vazias e a técnica imediatista e seus reflexos em nossa relação com a cultura. Hoje, nossos gostos são condicionados para que consumamos sem espírito crítico, mas apenas como forma de distração que cria uma demanda constante por novos produtos que alimentam a máquina do mercado. Contudo, muitas vezes consumimos sem necessidade, simplesmente seguindo as tendências de uma cultura que valoriza a aquisição, o acúmulo e convenientemente não reserva espaço para a reflexão crítica.

A influência da indústria cultural em nossas vidas é muito grande; sua porta de entrada para as nossas sensibilidades são justamente os hábitos de consumo. Desse modo, reconhecer a existência de uma indústria cultural, que envolve os meios de comunicação de massa e o entretenimento disponível à sociedade, é uma forma de se conhecer um pouco mais sobre nos mesmos e exercitar o espírito crítico frente aos fenômenos característicos de nossa época.

O advento da industrialização mudou a maneira com que o homem se relaciona com seu meio e consigo próprio. A demanda constante e acelerada pela criação de produtos que gerem lucros aos setores dominantes é a força motriz da engrenagem de nosso sistema socioeconômico. Contudo, as reais necessidades de consumo da sociedade estão muito aquém da sede por lucro dos grandes capitalistas. Ora, como convencer alguém a comprar um novo modelo de automóvel se o mais antigo, que ele já possui, em essência, desempenha as mesmas funções? Como convencer alguém a aderir a uma nova tendência do vestuário se, no final das contas, tanto as roupas da temporada passada de moda, como da atual, vestem o corpo da mesma forma? Eis aí uma preocupação de grande relevância aos produtores de bens de consumo, afinal, seria impossível garantir o lucro se todos tivessem o mesmo automóvel a vida inteira ou usassem suas roupas até que se reduzissem a farrapos. Desse modo, para a sobrevivência do sistema foi necessário o desenvolvimento de uma cultura do consumo. Os produtos do mercado, para isso, não deveriam apenas atender às necessidades da sociedade, mas, idealmente, criar novas necessidades, constantes e, de preferência, impossíveis de se saciar – grosso modo, é sob tais orientações que surge o fenômeno conhecido como indústria cultural.

Os filósofos alemães Theodor Adorno e Max desenvolveram tal conceito observando o fenômeno da massificação, promovido pelos veículos de comunicação mais populares em sua época. Segundo Adorno e Horkheimer, a indústria cultural submete o gosto, as crenças e as escolhas dos indivíduos a dispositivos técnicos padronizados, como aqueles utilizados nos produtos que saem das fábricas. As formas de entretenimento, e mesmo de prazer, disponíveis pela indústria da cultura às sociedades moderna e contemporânea são sempre uniformes, produzidas em série e possuem em seu bojo a necessidade de consumo constante. Para chegaram aos seus consumidores, tais criações contam com veículos de divulgação em larga escala, como a propaganda empreendida pelos meios de comunicação de massa, que propagam tendências de comportamento, associam prazer, realização e mesmo felicidade a certos produtos, tudo convenientemente adequado aos interesses dos setores dominantes, que em nossa sociedade compreende os grandes industriais e alta burguesia.

As ideias de Adorno e Horkheimer compreendem um período que se desenrola, mais ou menos, entre as décadas de 1920 e 1940. Portanto, suas considerações sobre meios de comunicação de massa envolviam veículos como cinema e o rádio, de grande apelo popular na época. As suposições dos dois filósofos não contemplaram, portanto, a acentuação de certas características da indústria cultural promovidas pelo advento da televisão ou da internet. Considerando tais meios de comunicação, a força da indústria da cultura assume contornos ainda mais alarmantes.

A indústria cultural, poder-se-ia dizer, consiste em um mecanismo de conversão da cultura em fonte de lucro. Para tanto, é necessário não apenas que a população consuma os produtos por ela disponibilizados, mas também que esses produtos sejam ao mesmo tempo altamente viciantes e um anestésico para que os indivíduos continuem consumindo e produzindo passivamente. Por isso, os produtos da indústria cultural são opostos ao espírito crítico. Não é de todo seguro afirmar que a indústria cultural “imbeciliza” seus consumidores propositalmente, mas, com efeito, se observar seus produtos, nota-se que todos eles são dotados de um índice de criticidade e desafio à nossa inteligência bastante raso. As músicas tocadas no rádio são fáceis de se entender, os hipertextos da internet são concisos e imediatos, a ficção dos filmes e novelas oscilam entre o sensacionalismo e os estereótipos e o entretenimento, de modo geral, visa a satisfação imediata de nossos desejos mais simples – tudo é revestido de uma atmosfera de erotização e excessos bem compartimentados para atender ao gosto médio sem ofender ou provocar ninguém.

Ora, porque sua ausência de criticidade os torna facilmente digeríveis e descartáveis. Os romances do Harry Potter, por

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