Subjetividade Em Guattari

A subjetividade em Guattari

A produção de subjetividade maquínica: o que ela não é.

Iniciaremos a questão dizendo o que a subjetividade não é para o autor. A subjetividade não é o sujeito! Esta é uma afirmação importante em Guattari, pois a partir dela o filósofo trabalha os tipos de concepção de subjetividade. Desta forma, esse processo nos conduzirá a examinar a relação entre subjetividade e sujeito e melhor compreendê-los.

“O sujeito não é evidente: não basta pensar para ser, como o proclamava Descartes, já que inúmeras outras maneiras de existir se instauram fora da consciência, ao passo que o sujeito advém no momento em que o pensamento se obstina em apreender a si mesmo e se opõe a girar como um pião enlouquecido, sem enganchar em nada dos Territórios reais da existência, os quais por sua vez derivam uns em relação aos outros, como placas tectônicas sob a superfície dos continentes. Ao invés de sujeito, talvez fosse melhor falar em componentes de subjetivação trabalhando, cada um, mais ou menos por conta própria” (GUATTARI, 1990, p.17).

Esses vetores de subjetivação não passam pelo indivíduo necessariamente, o sujeito se encontra em “posição de terminal” em respeito aos processos que implicam grupos sociais, “máquinas informacionais”, entre outros. Portanto, a interioridade se faz no cruzamento de componentes múltiplos e autônomos uns em relação aos outros, muitas das vezes discordantes (Id.,1990, p.17).

Antes de respondermos a nossa questão, precisamos enfatizar que nos referimos a ela como uma produção, que Guattari denominará de produção de subjetividade. Ademais, devemos compreender que não existe “a produção de subjetividade”, mas múltiplas produções de subjetividades, por isso mesmo quando tratamos “da produção” sempre devemos pensá-la como uma forma plural. A partir destas constatações, iniciaremos o percurso com base no livro intitulado As três ecologias, que nos dará um aporte sobre o que é a produção de subjetividade capitalística.

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