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Uma Reflexão Filosófica

Por:   •  7/8/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.281 Palavras (10 Páginas)  •  217 Visualizações

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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Faculdade de Educação

Disciplina: Sociologia da Educação

Professora: Carolina Zuccareli

Aluno: Antonio Henrique           DRE: 115116427

INTRODUÇÃO

         Resta claro que o prestígio da profissão docente permanece intacto na atualidade, e ainda é das sociedades modernas perceberem a importância de investir na educação, apesar de ser uníssono o entendimento de que os professores não são valorizados de forma íntegra e digna, onde o salário, muitas vezes, não serve nem para o sustento. Além disso, os professores, há muito tempo, vêm sofrendo de uma situação de mal-estar na profissão, que causa desmotivação pessoal com a docência, abandono, insatisfação, indisposição, desinvestimento e ausência de reflexão crítica, entre outros sintomas que demonstram uma auto depreciação do professor. Esta situação abarca a crise da profissão docente, que vem sendo bastante analisada e discutida pelos teóricos contemporâneos.  

O professor, precisa vivenciar a tomada de consciência sobre as suas práticas para agir frente à elas. Assim permitindo a formação de um conjunto de características específicas do ser professor, que devem ser contextualizadas, abrangendo o pedagógico, o profissional e o sócio-cultural. Assim, não é fácil definir o conceito de “ser professor”, visto que a prática docente abrange essas diferentes dimensões e é determinada por várias instâncias: o coletivo social dos professores; o prestígio relativo da profissão; a posição social do professor, onde o debate social sobre a educação constrói diferentes exigências em relação à função docente, pois a evolução em que a sociedade se encontra acarreta cada vez mais atividades e responsabilidades a serem cumpridas pela escola e mais aspirações educativas a serem assumidas pelos professores, ocasionando a indefinição da real função do professor, pois as exigências frente à profissão abrangem aspectos de ensino-aprendizagem, de cuidados à infância, de higiene, de saúde, de administração escolar, de respeito e trabalho com os diferentes contextos sociais, econômicos e culturais, bem como com as diferentes estruturas familiares de hoje.

         É necessário refletirmos sobre o ofício docente, colocando em pauta nesta reflexão o tempo de mudanças em que estamos, ressaltando a fase da carreira em que o professor se encontra, as relações entre os profissionais docentes e o percurso profissional de cada professor.

OBJETIVO

O processo de formação de um educador,  acontece no interior das condições históricas em que ele mesmo vive. Faz parte de uma realidade concreta determinada, que não é estática e definitiva. É uma realidade que se faz no cotidiano. Assim, é importante que este cotidiano seja desvendado. O retorno permanente da reflexão sobre a sua caminhada como educando e como educador é que pode fazer avançar o seu sabe e fazer pedagógico .

A Sociologia da Educação tem, na escola, o objeto central de suas práticas, compreendendo-a integralmente, como uma instituição especializada na transmissão/produção/problematização de modos de pensar, agir e sentir. Cabe ressaltar ainda, neste sentido, que a Sociologia da Educação como campo distinto da Sociologia seja relativamente recente, é possível encontrarmos suas raízes logo nos primeiros pensadores, nos seus clássicos, especialmente em Émile Durkheim.

Assim, desde os primórdios, a Sociologia da Educação têm contribuído para a problematização e consequente compreensão de uma série de relações referentes  aos processos educativos e focadamente os de escolarização. É  inconteste que Sociologia da Educação oportuniza aos seus pesquisadores e estudiosos a compreensão que a educação se dá no contexto de uma sociedade que, por sua vez, é também resultante da educação. Na oportunidade, se compreende e caracteriza a inter-relação entre sociedade e educação à luz de diferentes teorias sociológicas.

ANÁLISE

Conforme Lombardi (2005, p. 8) Marx e Engels não produziram uma “teoria pedagógica”, as suas análises em relação à educação perpassam pela diversidade das suas obras, “[...] estando a problemática educacional indissociavelmente articulada às diferentes questões sobre as quais se debruçaram”.

Segundo Konder (2004) Marx criticava o discurso de que a educação sozinha

poderia promover a transformação da sociedade. “O educador não deveria nunca ser visto como o sujeito capaz de se sobrepor à sua sociedade e capaz de encaminhar a revolução e a criação de um novo sistema” (KONDER, 2004, p. 19).

                                           

Sob a perspectiva marxiana, o papel do professor, apesar de ser limitado pelas circunstâncias sociais, se refletia em práxis pedagógica, uma vez que a sua principal ferramenta de trabalho era a teoria, e sem teoria seria impossível uma práxis revolucionária, denotando, assim, a posição que deveria ser ocupada pelo educador neste processo de transformação da sociedade. Contudo “[...] Marx lembra que o educador também é educado: antes de exercer sua influência formadora, ele próprio é formado pelo sistema no qual está inserido” (KONDER, 2004, p. 20)., ou seja, tornava-se necessário que este educador fosse educado na perspectiva de uma práxis transformadora a fim de que ele pudesse exercer este papel de intervenção subjetiva num processo revolucionário.

Sob esta perspectiva, Konder (2004) comentando Marx, destaca que nos espaços escolares tanto pode  ocorrer a formação de súditos como a formação de cidadãos, assim: “O educador, no diálogo com seus alunos, precisa lhes transmitir não só conhecimentos, mas também convicções” (KONDER, 2004, p. 21). Assim a visão marxista sobre a docência se apresenta enquanto o exercício de um equilíbrio teórico-metodológico entre a firmeza nas ações e uma prática reflexiva sempre desconfiada, que não aceita as verdades absolutas, mas está sempre pronto a interrogá-las, possibilitando neste processo que este professor contribua na formação de cidadãos questionadores da ordem vigente, mas com convicções embasadas numa teoria que justifica a sua práxis.

O espaço escolar  deve ser entendido enquanto um espaço de contradições e de diversidade, é neste cenário que se desenvolve a prática docente. Neste sentido o exercício da docência ocorre sempre num contexto de conflitos, de embates de valores e desconstrução, muitas vezes, de convicções. Desta maneira, as contribuições do pensamento marxista se mostram extremamente pertinentes para a construção de uma prática pedagógica que intervenha conscientemente neste espaço heterogêneo, a fim de encontrar respostas ou quem sabe apresentar mais dúvidas sobre os caminhos a trilhar.

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