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Valores E Valoração

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Por:   •  26/5/2014  •  412 Palavras (2 Páginas)  •  459 Visualizações

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2. Valores e valoração

Estamos sempre fazendo juízos de realidade, isto é, constatamos a existência dos seres (ex.: esta mesa, esta caneta existem), assim como afirmamos as relações entre os fenômenos (ex.: o calor dilata os corpos). Estabelecemos juízos de valor quando descobrimos nessas realidades um conteúdo que provoca atração ou repulsa. Isso significa que, além de constatarmos a existência da mesa, julgamos se é bela, se é útil, se é cara etc. Da mesma forma, ao afirmarmos que "o calor dilata os corpos", nos perguntamos se isso tem um valor de verdade ou não.

No entanto, os valores não são, no sentido em que dizemos que as coisas são. O filósofo García Morente diz: "Os valores não são, mas valem. Uma coisa é valor e outra coisa é ser. Quando dizemos de algo que vale, não dizemos nada do seu ser, mas dizemos que não é indiferente. A não-indiferença constitui esta variedade ontológica que contrapõe o valor ao ser. A não-indiferença é a essência do valer".

Isso significa que não permanecemos indiferentes diante dos seres que constituem o nosso mundo familiar, pois constantemente atribuímos a eles valores bipolarizados: bom e mau, verdadeiro e falso, belo e feio, generoso e mesquinho, sublime e ridículo, e assim por diante.

Ainda mais, os valores não "impregnam" as coisas, mas dependem do homem no seu esforço de valoração. A valoração é, pois, a experiência axiológica de um sujeito dentro de uma situação concreta. Diz Pierre Furter: "Ao crescer, o jovem descobre que o seu corpo, os seus gestos, a sua maneira de aparecer aos outros manifestaram a outrem certos valores de que nem tinha consciência. Durante a sua aprendizagem o jovem - mas isso continua sendo verdadeiro para o adulto - descobre que as técnicas, os equipamentos e até as ferramentas também incluem valores, de tal modo que nenhuma técnica pode ser de fato empregada de maneira neutra".

Afirmar que a valoração depende da situação vivida não significa dizer que os valores são subjetivos, no sentido de variarem de indivíduo para indivíduo. É ainda Furter quem diz: "a nossa intenção não é de 'relativizar', mas de mostrar a necessidade do relacionamento dos valores com uma dada situação"3. Por isso a valoração supõe a comunicação entre os homens, comunicação que se dá não só com nossos contemporâneos, mas também com nossos antepassados, de quem herdamos valores. O ato de valorar é uma tarefa humana e coletiva que nunca termina. Ele "fundamentará o projeto comum de dar um sentido ao nosso mundo".

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