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A Discussão sobre o ordenamento geopolítico do mundo moderno

Por:   •  29/5/2018  •  Relatório de pesquisa  •  4.366 Palavras (18 Páginas)  •  396 Visualizações

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Fundação Armando Alvares Penteado

BEATRIZ FERRAZ PORTO

RELATÓRIO DE GEOPOLÍTICA

Discussão sobre o ordenamento geopolítico do mundo moderno

São Paulo, SP

2018

        Para que se possa compreender o ordenamento geopolítico do mundo moderno, é necessário entender como se deu o seu processo histórico. O termo geopolítica tem como essência uma conotação estratégica acerca de ações envolvendo controle de territórios dos Estados Nacionais, criação de organizações, etc. interpretando o que está acontecendo na política dos dias atuais a partir de informações geográficas. O termo também faz menção à organização dos Estados, regiões, fronteiras e dos próprios habitantes, se preocupando com as relações.

        É perceptível que nos dias de hoje, devido a globalização e à queda do mundo bipolar, os laços entre os países aumentaram, se tornando mais complexos e diversificados.

        O pensamento geopolítico gira em torno de dois conceitos: território e poder. O olhar criterioso tem que dar conta de que os lugares nunca são só espaciais, envolvendo também relações de poder e aspectos sociais. Os lugares são apenas uma percepção existencial imediata, que pode variar de acordo com as circunstâncias pessoais de cada indivíduo. Enquanto isso, na modernidade, nós temos uma mudança, a percepção do território passa a ser matematizada, ou seja, passa a ter coordenadas - longitude e latitude, além de serem mais fáceis de conhecer e controlar da melhor forma.

        Toda a estrutura das regiões pode ser pensada desde 1400, quando as populações ainda eram homogêneas, período esse caracterizado por ser antes das Grandes Navegações. Nessa época, existiam os mongólicos (asiáticos), caucasianos (brancos), australásios e negróides (africanos), porém quando a população do mundo começa a se espalhar, ela passa a se tornar heterogenia. Essa mudança se deu por causa da influência de novas culturas, levadas com as expansões. Um grande exemplo disso é quando os europeus vieram para a América, fazendo com que a população antes composta por índios, passasse a ser majoritariamente branca (muitos com descendência indiana).                         No entanto, não só as pessoas passam a ser “substituídas" mas também as espécies nativas de micróbios, plantas e animais. Processo esse denominado de Troca Colombiana. Essa situação é visível nos dias de hoje quando notamos que a base da comida africana, que é a mandioca, tem origem no Brasil, descoberta pelos próprios índios.

        As regiões de comércio eram dominadas e controladas pelos otomanos (muçulmanos), que era o principal império com maior potência em expansão e três de seus territórios faziam parte do centro das rotas. O império asteca e inca não era de conhecimento dos habitantes do velho mundo. No século XVI a China se destacava por ser a sociedade mais desenvolvida, enquanto o Japão tinha um nível de sofisticação alto, mas ao mesmo tempo, estava vivendo o feudalismo em momento de muitas guerras.

        Em relação a Europa Ocidental, a mesma tinha característica de ser a periferia do grande mundo, já que os otomanos isolaram a cristandade, melhor dizendo, isolaram os balças, região em que a Europa Ocidental fazia sua rota de comércio com a Índia. Falando em territórios isolados, a Rússia também era um, na época conhecida como Muscovy ou Grão-Principado de Moscou. Portanto, com base nesses dados é possível concluir que o velho mundo era composto por regiões que poderiam ser isoladas com facilidade.

        Com a característica de territórios fragmentados na Idade Média, ocorre uma divisão política na Europa, em que o Papa, o Imperador, os Reis e os Nobres de cada região passam a comandar.

Em 1519, Carlos V (Imperador Romano-Germânico), herda diversos territórios, entre eles: a Espanha, Itália, Áustria e Holanda, ainda mantendo controle sob a Alemanha. Porém, ele enfrenta alguns problemas em seu mandato. Carlos V detém o controle da Europa e da América e em 1580 o seu poder aumenta porque Portugal se torna independente. Em 1576 o Rei vigente de Portugal faz uma cruzada no território de Marrocos e morre junto a corte, fazendo com que Carlos V passe a liderar Portugal, herdando assim todo o comércio mundial.

        Com toda essa série de acontecimentos, surge um conflito entre Habsburg, França e Protestantes, que durou por volta de 150 anos. Os holandeses passam a se converter ao protestantismo aos poucos e devido a isso, Carlos V encontra necessidade de uma intervenção, dando início a uma guerra civil. Enquanto isso, na França, surge um Rei, Henrique IV, que não quer mais saber de brigas por religião, sugerindo então um pacto, Édito Dinantes. Nesse momento da história, passa a existir uma mistura de duas guerras, são elas: espanhóis conflitando com os franceses e católicos com os protestantes.

        Os holandeses se tornando protestantes, tem repercussão e consequências imensas. A Bélgica e a Holanda, antigos países baixos, se separam por causa disso. Desse modo, a França dá início a uma disputa com a Holanda afim de estabelecer e definir quem manda na Europa, se opondo a Carlos V. Com os franceses buscando destruir o poder do imperador, ocorre uma mudança drástica na balança de poder na Europa, com os sucessores de Carlos V (se torna Carlos I quando assume o cargo de Rei da Espanha) não conseguindo manter o poder.

        A Europa depois de 1648 se caracteriza pela França se beneficiando do enfraquecimento da Espanha, já que os holandeses se tornam independentes, assim como a Itália e ocorre a separação da Áustria. A Europa, em 1721, passa então a ser composta de cinco Estados poderosos, são eles: França, Áustria, Inglaterra, Prússia (região no norte da Alemanha) e Rússia.

        Entrando agora no século XVIII, mais especificamente entre 1756 e 1763, uma grande guerra surge, conhecida como a Guerra dos Sete Anos, sendo um dos principais conflitos militares. Ela envolveu o bloco francês e o bloco britânico, ambos contendo importantes reinos europeus e monarquias. As causas principais podem ser descritas como uma disputa pelo domínio marítimo e comercial pelas Índias e colônias da América do Norte; uma luta entre o Império Austríaco e o Reino da Prússia para estabelecer o controle sobre a Silésia (região entre a Polônia, Alemanha e República Tcheca) e preocupação por parte dos franceses, russos e austríacos com o crescimento do poder do Rei da Prússia.

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