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A Música como um Discurso Transformador do Olhar sobre a Sociedade

Por:   •  1/6/2016  •  Abstract  •  10.842 Palavras (44 Páginas)  •  367 Visualizações

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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

FCS - Faculdade de Ciências Sociais

Departamento de Geografia

A Música como um Discurso Transformador do Olhar sobre a Sociedade: Antes e Durante o Curso de Geografia

Reinaldo Toccacelli Cubells Junior

São Paulo

2016


Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

FCS - Faculdade de Ciências Sociais

Departamento de Geografia

A música como um discurso transformador do olhar sobre a sociedade: Antes e durante o curso de geografia

Trabalho apresentado junto ao Departamento de Geografia da Faculdade de Ciências Sociais, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, para a obtenção de título de Bacharel em Geografia, sob orientação do Professor Dr. Mauro Luiz Peron.


Sumário

 Introdução        4

A Música ao longo da minha vida        5

A música no curso de geografia da PUC-SP        15

O processo da formação da iniciação cientifica.. ……………………………………………………………………18

A literatura no curso de geografia da PUC-SP        29

Considerações Finais...................................................................................................................34

Referências Bibliográficas        35

Introdução

Este trabalho tem como objetivo discutir a minha formação acadêmica no curso de Geografia na PUC–SP. Para fazer essa discussão, decidi fazer um recorte do momento mais importante no curso, que foi a criação de meu projeto de Iniciação Cientifica: “As características geográficas do território na música: O manguebeat”

Para explicar a criação da Iniciação Cientifica, discuto como a música foi um importante discurso para a minha formação, pois a partir de algumas letras de músicas comecei a questionar os problemas sociais existentes na nossa sociedade.

Então, ao longo do curso de Geografia, e devido a algumas disciplinas, comecei a observar que poderia trabalhar a música a partir do discurso geográfico. A disciplina Cidade e Campo, ministrada pelo professor Douglas Santos, foi uma das mais importantes para a criação do meu projeto de Iniciação Cientifica, pois em uma das aulas o professor pediu para que os alunos trouxessem músicas que debatessem as relações entre a cidade e o campo.

A partir desta aula comecei a me interessar pela criação do projeto de Iniciação Cientifica. Todavia, tive alguns empecilhos que retraíram a minha vontade de fazer este trabalho. Mas conversando com alguns colegas de faculdade, decidi fazer o projeto.

No momento em que o projeto de Iniciação Cientifica foi aprovado, a minha formação acadêmica modificou-se, pois antigamente eu não tinha entusiasmo para as discussões geográficas. A partir do projeto, comecei a dar importância para o curso - isto porque o tema do trabalho me fascinava.

No processo da construção do trabalho, comecei a me interessar por outros temas como a literatura, e isso porque para compreender o movimento manguebeat tive que ler o romance “Homens e Caranguejos”, de Josué de Castro, que tratava da formação dos mangues de Recife, e dos problemas e das relações sociais existentes em sua população. E a partir da leitura deste livro tive como intuito fazer meu TCC sobre literatura e música.

A música ao longo da minha vida

A música foi um importante instrumento na minha formação pessoal e acadêmica, pois a partir das letras das músicas comecei a compreender melhor sobre as relações sociais existentes. Todavia foi apenas na universidade que comecei a ter um olhar crítico sobre as letras, porque na universidade alguns professores e alunos discutiam a importância das músicas de protesto, para explicitar os problemas sociais da nossa sociedade. Estas discussões na universidade foram importantes para a formação do meu projeto de iniciação cientifica.

O primeiro contato com a música de protesto foi na minha adolescência, quando comecei a ouvir músicas de bandas de Punk e Hardcore. Esse estilo de música foi apresentado pelo meu irmão no começo do ano 2000, pois ele ouvia algumas músicas de bandas como Dead Fish, Dance of Days, Garage Fuzz, Minor Threat e Colligere. Essas bandas fizeram que eu me interessasse por esse estilo musical, além do que a partir da leitura de suas letras comecei a amadurecer meus pensamentos sobre a sociedade, já que algumas de suas letras refletiam sobre o momento que estava passando em relação à família e à sociedade

Essas indagações sobre a sociedade começaram a ser feitas principalmente quando tive que me transferir do ensino particular para o ensino público, pois na escola pública comecei a viver uma realidade que não estava habituado, onde observei uma enorme desigualdade social existente, pois na escola particular grande parte dos meus amigos era de classe média e vivia em boas condições financeiras, enquanto no ensino público havia a predominância de alunos com situação financeira extremamente baixa.  

Após esse choque sobre a realidade comecei a contestar a desigualdade existente na nossa sociedade. Todavia não conseguia achar respostas para as minhas perguntas. Então, quando conheci o Punk e Hardcore comecei a compreender porque existia essa desigualdade social.

“O punk podia falar com uma verdade inédita sobre o amor adolescente, sobre o desemprego, sobre os problemas sociais e sobre a estupidez das regras estabelecidas sem repetir clichês dos discursos políticos – ou seja, sem ter como parâmetro positivo o amor livre, a sociedade alternativa, a revolução ou o socialismo” Do punk ao Hardcore: elementos para uma história da música popular no Brasil (ORTELLADO apud OLIVEIRA . 2013 p. 131)

Apesar de sofrer diversas influências do Punk Rock as principais bandas que influenciaram devido às suas batidas e melodias mais rápidas e agressivas foram o Dead Fish, Dance of Days e Colligere. Todas essas bandas são de um movimento que parte de um desdobramento do punk rock - o Hardcore:

Desdobramento do punk rock caracterizado por tempos acelerados, canções curtas (rompendo com o padrão verso-refrão-verso), performance agressiva, vocais estridentes, uso de notas mais pesadas (recorrendo inclusive a outros tipos de afinação dos instrumentos de corda que não o tradicional, em mi) e letras com abertos protestos políticos e sociais, expressão de angústias, frustrações, descontentamentos e revoltas individuais ou coletivas” (OLIVEIRA, 2013 p 134 )

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