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A Nova Rota da Seda

Por:   •  18/1/2021  •  Resenha  •  1.232 Palavras (5 Páginas)  •  258 Visualizações

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Disciplina: Geopolítica e Geografia Política

Professor: Dimas Moraes Peixinho

Aluna: Ábia Cristina Pereira Leão Alves

Semestre: 2/2019    Data: 06/12

A Nova Rota da Seda

One Belt, One Road, que traduzido para o português significa “ um Cinturão, uma rota”, é um grandioso investimento que a China pretende promover ao redor do mundo, sendo mais conhecido como A Nova Rota da Seda. No ano de 2013, o presidente da China, Xi Jinping, pronunciou que seu governo iria investir US$ 4 trilhões nesse projeto, com o objetivo de interligar a China e o resto da Ásia a partes da Europa e da África através de infraestrutura física e digital.

É de conhecimento geral, que a China é o país mais populoso do mundo (cerca de 1,39 bilhões de habitantes) e a sua economia é a segunda maior, dessa forma, vem aumentando sua participação no cenário internacional, expandindo seus investimentos em outras regiões. Com a iniciativa desse projeto, fica nítido que a China quer ser a nova potência mundial, e para que isso ocorra precisa se tornar o maior player do comércio internacional. E existe um prazo para que o projeto se concretize, é o ano de 2049, data que marca o centenário da Revolução Chinesa de 1949 e o início de uma nova fase na história chinesa.

O que foi a Rota da Seda?

Há mais de 2.000 anos atrás, a China era o grande centro da economia eurasiática (Europa + Ásia), uma rota foi criada para interligar o Oriente ao Ocidente, com o objetivo de estabelecer uma rede comercial entre os mercadores e de uma rede multicultural entre seus país membros. Nessa rede, o principal produto comercializado era a seda, e é de onde veio o nome “ Rota da Seda”.

O que é a Nova Rota da Seda?

Segundo Figueiredo (2019), a iniciativa da Nova Rota da Seda consiste na ideia de uma série de investimentos, sobretudo nas áreas de transporte e infraestrutura, com um vasto plano de integração econômica e de infraestrutura que engloba em torno de 65 países, compreendendo aproximadamente 62% da população global e 30% do PIB mundial. Esses investimentos deverão ser tanto terrestres (Cinturão), conectando a Europa, o Oriente Médio, a Ásia e a África — regiões de extrema importância geopolítica — quanto marítimos (Rota), passando pelo Oceano Pacífico, atravessando o Oceano Índico e alcançando o mar Mediterrâneo. Além disso, a ideia é que o projeto se conecte com as obras chinesas que já estão sendo feitas no continente africano e abra portas a um modelo semelhante em outras regiões.

No mapa abaixo, as linhas vermelhas representam os projetos para a rota terrestre e a linha azul os projetos de rotas marítimas.

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Fonte: LUIS GUSTAVO VAN ONDHEUSDEN/ARTE/JC

A Nova Rota da Seda tem a característica de ser um processo conduzido pela oferta, ao passo que agora a China oferece crédito e cooperação para a construção de obras de infraestrutura nos países da Eurásia. Portanto, depende da aquiescência e da cooperação dos demais Estados ao longo de suas rotas, o que deverá ser um desafio para a capacidade de cooptação e de projeção de influência da China (SARVÁRI, SZEIDOVICZ, 2016 apud KOTZ, 2018).

A iniciativa tem como objetivos o aumento da conectividade do espaço euroasiático, a alocação eficiente de recursos e a coordenação de políticas econômicas, de modo a promover uma arquitetura regional de cooperação que seja aberta, inclusiva e que estimule o desenvolvimento conjunto dos países envolvidos no processo. Estes objetivos serão alcançados através da construção de capacidades, através da cooperação financeira, da liberalização do comércio e de investimentos. Para isto, o projeto possui cinco principais eixos de atuação: 1) comunicação, 2) conectividade (infraestrutura de transporte), 3) aumento dos fluxos monetários, 4) facilitação do comércio e 5) migração, visando à criação de uma área de cooperação que se estende desde o Pacífico Oeste indo até o mar Báltico (SARVÁRI & SZEIDOVICZ, 2016 apud KOTZ, 2018).

A Nova Rota da Seda pode ser vista como um projeto pacífico, porém pragmático de aumento da zona de influência da China em uma região de grande relevância geopolítica e econômica como a Eurásia. A BRI é baseada em princípios de ganhos mútuos e pretende aumentar a contribuição da China em relação ao bem público global. A ascensão de uma nova potência não depende exclusivamente do poder militar ou econômico, mas é influenciado pelos interesses e pelo modo como o poder é exercido, constituindo fundamentalmente um processo de barganhas e negociações. Neste caso, o conceito de potência em ascensão ou potência emergente é definido como um ator que precisa ser consultado para que haja mudança no status quo, mas que ainda não é capaz de determinar unilateralmente a sua própria agenda política para o âmbito sistêmico (NARLIKAR, 2013 apud KOTZ, 2018).

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