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A  Rochagem e os Efeitos Intempéricos

Por:   •  13/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.857 Palavras (8 Páginas)  •  152 Visualizações

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Fertilizantes, Rochagem e os Efeitos Intempéricos

Os fertilizantes estão definidos na legislação brasileira (Decreto 86.955, de 18 de fevereiro de 1982) como “substâncias minerais ou orgânicas, naturais ou sintéticas, fornecedoras de um ou mais nutrientes das plantas”. Têm como função repor ao solo os elementos retirados em cada colheita, com a finalidade de manter ou mesmo ampliar o seu potencial produtivo. Sua participação é fundamental para o aumento do rendimento físico da agricultura, isto é, sua produtividade (DIAS E FERNANDES, 2005).

Os elementos químicos presentes nos fertilizantes, conforme a quantidade ou proporção podem ser divididos em duas categorias: macronutrientes (carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre) e micronutrientes (boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio, zinco, sódio, silício e cobalto) (NICOLELLA, DRAGONE E BACHA, 2006).

De acordo com Andrade e Melo, os demais nutrientes, apesar das importâncias biológicas, não tem tido valorização comercial significativa. Sendo que os produtos finais da indústria de fertilizantes se baseiam pela quantidade e proporção de nutrientes NPK.

Desde a década de setenta, a preocupação com os danos ambientais decorrentes da intensificação das práticas agrícolas, bem como, a intoxicação de trabalhadores rurais e a contaminação dos alimentos e do meio ambiente por agrotóxicos estimulou a busca por práticas agrícolas menos agressivas ao ambiente em atendimento à emergente demanda por alimentos saudáveis, livres de resíduos tóxicos e com qualidade ecológica. A agricultura orgânica aplica conceitos de ecologia nos sistemas de produção agrícola (EMBRAPA, 2006).

A agricultura atual está exigindo um manejo mais adequado das áreas agricultáveis e de seus recursos hídricos, sendo necessária a busca de novas tecnologias que proporciona um manejo sustentável dos solos de forma que atenda aos critérios econômicos e, ao mesmo tempo, tentando conservar a biodiversidade do solo, reduzindo os problemas no meio ambiente.

Segundo Schumacher et al (2001), em consequência da diminuição de jazidas de alguns minerais, os elevados preços e a preocupação com a contaminação do meio ambiente, alguns estudos devem ser apresentados para substituir a demanda dos fertilizantes químicos.

Theodoro (2000) afirma que a utilização do pó de rocha pode ser uma excelente alternativa, já que no Brasil apresenta diversas fontes minerais que possam viabilizar o uso de diferentes tipos de rochas, de diferentes regiões, para alcançar níveis de fertilidades regionais, nos padrões necessários para a agricultura local.

 A tecnologia da rochagem é um mecanismo de remineralização de solos para uma agricultura tropical sustentável. Substituindo o uso de fertilizantes químicos utilizados na monocultura de escala, com ganhos ambientais e econômicos, esta tecnologia que vem sendo desenvolvida no Brasil e no continente africano permite restaurar a soberania alimentar e econômica de países agrícolas fortemente dependentes da importação de insumos químicos (THEODORO et al, 2012).

Segundo Pádua (2012), matérias-primas de origem mineral como rochas, resíduos de mineração, garimpo e metalurgia, que possam ser utilizados na agropecuária como fertilizantes, na correção e/ou no condicionamento do solo, são denominados de agrominerais. A utilização da rochagem tem despertado a atenção por ser uma alternativa às fontes convencionais de nutrientes. Sendo uma técnica de fertilização, podendo contribuir com as práticas tradicionalmente utilizadas no Brasil. Para Theodoro et al (2006), o uso do pó de rocha está associado a alguns pressupostos, como: 1) o material deve apresentar quantidades mínimas de macronutrientes (e se possível traços de micronutrientes); 2) o material deve estar livres de contaminantes e; 3) deve haver ocorrência desse material na região, evitando custos com o transporte.

Na literatura os principais materiais utilizados para o processo de rochagem, são as rochas máficas, como o pó de basalto (KNAPIK e ANGELO, 2007), ou materiais que possuem grandes concentrações dos nutrientes desejados, porém de localização mais restrita, como Flogopitito (SILVA, FRANÇA e SILVA), Micaxisto, Zinnwaldita, Anfibolito, Fonolito (PÁDUA, 2012) e, pesquisas mais recente trazem rochas silicatadas como opção, como o gnaisse (CARVALHO, 2012), dentre outros.

O pó de rocha aplicado no solo é constituído por minerais que possuem uma alta estabilidade em sua estrutura química, fazendo com que sua liberação seja bastante lenta, possibilitando um aumento nutricional do solo. De acordo com Leonardos et al (1976), a rochagem proporciona novas opções de suprimentos, devido a grande diversidade de nutrientes incorporados nas rochas ou nos minerais encontrados no solo, no qual é utilizado para recuperar solos pobres ou lixiviados, buscando o equilíbrio da fertilidade, na conservação dos recursos naturais e na produtividade sustentável.

Theodoro et al (2012), afirma que a solubilização e a disponibilização da grande quantidade de nutrientes, presentes nas rochas moídas, é mais lenta do que nos fertilizantes químicos solúveis. Porém, essa aparente fragilidade é compensada pela ampla disponibilidade de nutrientes, que são ofertados por um longo período de tempo, já que esses são liberados pela ação de intemperismos.

A dissolução dos pós de rocha depende de fatores como a composição química e mineralógica da rocha, da granulometria do material, do tempo de reação, e de fatores do solo como pH e a atividade biológica (OSTERROHT, 2003).

Para aumentar a eficiência de liberação dos elementos necessários para o solo, os processos de intemperismo podem sofrer influências para que atuem com mais intensidade sobre o pó de rocha. A velocidade do intemperismo, a solubilidade e a liberação dos nutrientes, podem ser aceleradas através de mudanças físicas (aumento da superfície de contato do mineral) e mudanças químicas (acidulação dos minerais e processos termoquímicos). Porém, a viabilidade de cada caso deve ser estudado, se houver altos custos e elevados gastos de energia a prática se torna inviável.

Toledo et al (2001) diz que intemperismo é a alteração, física ou química, que as rochas e minerais sofrem quando em contato com a superfície da Terra, sendo desagregadas ou decompostas. O intemperismo nas rochas é interferido pela natureza do mineral, pelo tamanho das partículas e pelas condições ambientais, afetando diretamente na eficiência da rochagem. Toledo et al (2001) aponta que o intemperismo é controlado por fatores como clima, relevo, fauna, flora, material de origem e pelo tempo de exposição da rocha aos agente intempéricos.

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