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A Situação Agrícola da Coreia do Norte

Por:   •  6/6/2016  •  Trabalho acadêmico  •  5.215 Palavras (21 Páginas)  •  432 Visualizações

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A situação agrícola da Coréia do Norte

Woon-Keun Kim Research Director, Center for North Korea Agriculture, Korea Rural Economic Institute 4-102, Hoigi-Dong, Dongdaemun-Ku, Seoul 130-710, Korea

Resumo

A recente escassez de comida na Coréia do Norte é resultado de um desastre climático, alguns problemas com as fazendas coletiva, e as dificuldades econômicas que começaram no início dos anos 1990s. Como as dificuldades econômicas resultaram em uma falta de energia e matérias-primas como fertilizantes e químicos agrícolas, a produção agrícola diminuiu. A situação piorou ainda mais por causa do clima frio, indundações e secas que ocorreram frequentemente desde 1993. Portanto, a situação da comida na Coréia do Norte está agora em um estado de dificuldades. Recentemente algumas mudanças políticas estão apresentando resultados encorajadores.

Sistema de posse de terra

Na Coréia do Norte, a maior parte das decisões econômicas são feitas pelo governo centralizado, na forma tanto  de planos econômicos quanto de instruções específicas. As políticas agrícolas tem sindo intimamente ligadas com as metas naconais de uma série de planos econômicos formulados pelo governo.

Todas as decisões com relação aos objetivos da produção, a distribuição desses produtos, a alocação da entrada, preços e o marketing foram feitas de acordo com esses planos. Um dos primeiros atos do governo Norte Coreano após ele ser estabelecido em 1946 foi uma reforma agrária. Sob o Ato da Reforma Agrária, aproximadamente 54% de toda a terra cultivada sob propriedade privada foi confiscada. Toda propriedade mantida sobre arrendamento constante ou acima de 5 ha (12.3 acres) também foi confiscada. Por volta de Agosto de 1958 todo camponês individual tinha sido reabsorvido em coletivos recentemente criados.

Imediatamente depois da realização da coletivização, um grande programa foi lançado para expandir a escala de cultivo. O governo considerou que o tamanho predominante dos coletivos era muito pequeno para realizar economias de escala, particularmente para usar maquinário de fazenda. A mecanização das fazendas era considerada como uma das mais poderosas formas de transformar o cultivo tradicional em um sistema moderno. Todos os coletivos, que até então tinham sido baseados na unidade tradicional de povoação, foram fundida para fazer um único coletivo em cada Ri (a menor unidade administrativa, equivalente a um distrito). Como um resultado, o número de coletivos caiu de mais de 50000 para apenas 4000, enquanto seu tamanho médio expandiu para aproximadamente 500 ha, cada contendo por volta de 300 agregados familiares. Hoje, o tamanho médio de uma fazenda na Coréia do Norte é de 466 ha (1151 acres). Cada fazenda é operada por um número de 80 a 300 famílias fazendeiras.

Fazendas cooperativas são responsáveis por 90% da terra cultivada e da produção agrícola, e fazendas estatais são responsáveis pelos outros 10%. Fazendas estatais são fazendas modelo operadas como empreendimentos industriais. Elas são geralmente maiores e mais altamente mecanizadas que as coletivas, e também são gerenciadas mais eficientemente. O gerenciamento das fazendas coletivas está nas mãos de comitês de gestão compreendidos por especialistas agricultores e técnicos. O comitê estabelece cotas de produção, aloca recursos, determina e paga salários, monitora crédito e direciona o uso de sementes, tratores e fertilizantes. As fazendas coletivas também desenvolveram o método de gerenciamento Chongsan-ni, um modo de orientação especializando e in loco que requer os comitês de gerenciamento para ajudar os fazendeiros a aprimorar a produção através de incentivo e outros encorajamentos.

Junto à expansão de fazendas em unidades maiores, instituições não-agrícolas como clínicas de saúde, escolas primárias, jardins de infância, e refeitórios comunitários foram estabelecidos em cada fazenda cooperativa. Fazendeiros individuais receberam pequenas áreas de plantio para que cultivem para si mesmos. O tamanho dessas áreas é limitado a 30-50 pyong (100-170m2), dependendo no tamanho da família. É permitido aos fazendeiros o plantio de vegetais, árvores frutíferas e outras colheitas lucrativas, além da criação de aves, porcos e abelhas, ambos tanto para consumo doméstico quanto para venda em mercados de fazendeiros.

Política agrícola

As políticas agrícolas da Coréia do Norte são direcionadas para resolver o problema da falta de alimentos através das “quatro melhorias” em tecnologia agrícola: irrigação, mecanização das fazendas, eletrificação rural, e químicos agrícolas.

O governo também tem realizado um número de projetos de recuperação para aumentar a área de terra arável. Foi dada prioridade à melhoria da infraestrutura agrícola, especialmente na expansão das instalações de irrigação, terraceamento e drenagem de novas terras aráveis. A fim de se tornar auto-suficiente em fertilizantes, a Coréia do Norte construiu novas fábricas de fertilizante. A pesquisa agrícola e os serviços de orientação foram expandidos para melhorar a tecnologia agrícola, particularmente a aplicação de fertilizantes e pesticidas. Um programa foi iniciado para substituir a produção de cereais diversos (painço italiano, sorgo, etc.) por milho. A área de terra arável destinada ao milho aumentou de 10% em 1953 para 35-40% nos anos  1990s.

As estratégias de desenvolvimento da agricultura nos anos 1970s e 1980s tinham o amplo objetivo do desenvolvimento equilibrado da agricultura e da indústria. Algumas características do Plano de Seis-Anos (1971-76) e o segundo Plano de Sete-Anos (1978-84) eram:

  • Melhoria das condições de vida rural e da infraestrutura;
  • Expansão da produção de grãos de alimento para atingir a auto-suficiência;
  • Desenvolvimento de recursos para a água e a terra para proteger os fazendeiros de mudanças climáticas desfavoráveis;
  • Aceleração da mecanização das fazendas para liberar os trabalhadores de trabalhos manuais pesados.

Os objetivos específicos eram:

  • Produção annual de 10 milhões de toneladas de grãos;
  • 100% de irrigação de plantações não-arroz nos planaltos;
  • Recuperação de 150.000 ha de terras em declive por assentamento;
  • Distribuição de tratores para

atingir 10 tratores para cada 100 ha;

  • Aplicação de  2 toneladas de fertilizante por ha;
  • Produção de 900.000 toneladas de carne por ano;
  • Produção de 1.5 milhões de toneladas de frutas.

Para impulsionar a produção agrícola, a Coréia do Norte desenvolveu as “áreas de produção especializada” para milho, pecuária, frutas e alguns cultivos industriais selecionados. Forneceram apoio intensivo, tanto financeiro quanto técnico, para as fazendas estatais e coletivas localizadas nessas regiões designadas. A pesquisa tinha ênfase em em variedades melhoradas de milho e soja, como parte de um esforço para encorajar o cultivo duplo. Apesr de todos esses esforços para aumentar a produção agrícola, a taxa de crescimento não foi tão grande quanto esperada. A fim de resolver esse problema, a Coréia do Norte tem se empenhado em aumentar a área de terra arável desde os anos 1980s.

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