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AGRICULTA FAMILIAR EM RIACHÃO DO JACUIPE

Por:   •  30/9/2018  •  Artigo  •  4.956 Palavras (20 Páginas)  •  142 Visualizações

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OS AGRICULTORES FAMILIARES / AGROECOLOGIA DO MUNICÍPIO DE RIACHÃO DO JACUÍPE-BA.

Lucrécia Costa Carneiro*                                                                                              

Resumo: A modernização das técnicas foram inseridas na agricultura brasileira a partir da década de 60, modificando o modo de produção dos agricultores, estes que podemos dizer uma produção não capitalista, ainda fundamenta nos moldes feudais, e que tenta sobreviver perante essa atualização. Torna-se necessário uma reflexão profunda dos agricultores da cidade de Riachão do Jacuípe BA, que tem atualmente como grande desafio: fortalecer e valorizar os seus saberes e experiências e permanecer em sua  terra,  E para isso, conta apenas  com pequenas implementações de política públicas, através  do MOC – Movimento de Organização Comunitária e do  Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, que os ensinam novas técnicas de produção e a implementação de  práticas agroecológicas  para suprir suas necessidades.

Palavra-chave: agricultura familiar, agroecologia.

The modernization of the techniques were inserted in the Brazilian agriculture from the decade of 60, modifying the mode of production of the farmers, which we can say a non capitalist production, still based on the feudal molds, and that tries to survive before this update. It is necessary to have a deep reflection of the farmers of the city of Riachão do Jacuípe BA, which currently has as a great challenge: to strengthen and valorize their knowledge and experiences and to remain in their land, and for that, it only counts on small implementations of public policy , Through the MOC - Community Organization Movement and the Rural Workers' Union of the municipality, who teach them new production techniques and the implementation of agroecological practices to meet their needs.

Key words: Family agriculture, agroecology.

INTRODUÇÃO

A agricultura brasileira passou por fortes transformações em meados da década do século XX, com a Segunda Revolução Agrícola, quando passou a inserir os aparatos técnicos-científicos, a mecanização no campo, e a utilização de insumos e agrotóxicos com o intuito de elevar o máximo a produção agrícola do país, conforme cita Estefanell, 1993 apud Lima (2000, p. 214),

“A Revolução Verde impôs no campo a mecanização, os insumos industriais, o uso intensivo da terra e a alteração das relações de trabalho. Este padrão produtivo aumenta vertiginosamente a produção agrícola, mas não resolve o problema da fome. Isto porque esse modelo beneficiou sobretudo nos países em desenvolvimento, os grandes e médios produtores, contribuindo ainda mais para a concentração de renda e consequentemente para o aumento da pobreza(...).”

A princípio esse inovação teve o intuito solucionar o problema da fome mundial, no entanto houve um aumento da produtividade e voltaram-se ao viés econômico.  A produção passou a atender o mercado externo, que atendiam aos países ricos criando uma dependência da agricultura com a indústria, gerando diversas consequências aos pequenos agricultores como a concentração fundiária, o êxodo rural, a concentração de renda, a exploração de mão–de-obra, bem como aos impactos ambientais.

Nesse contexto promissor, o Estado assumiu o papel de propagar esse desenvolvimento, ele foi o detentor de políticas voltadas na modernização da agricultura, com investimentos em pesquisas científicas programas de créditos agrícolas e a criação da EMBRAPA, com interesse em atender o mercado externo, o que tão logo, obteve êxito aumentando os índices do PIB.

Mesmo com essas mudanças e alterações com o novo sistema produtivo que é excludente e concentrador, e tentar expropriar o trabalhador brasileiro do campo, o presente trabalho busca apontar como a família rural ainda sobrevivem através da agricultura familiar, de modo que se torne social e economicamente independente.  

Nesse sentido, busca-se compreender como permanece os agricultores no município de Riachão do Jacuípe, quais são as técnicas utilizadas nas atividades agrícolas, (em que produzirem tanto para o seu consumo quanto para atender ao mercado municipal que cada vez busca por produtos sem agrotóxicos) de forma que preservam o meio ambiente, e resistem as longos períodos de estiagem em que assola a região do semiárido.

A pesquisa justifica-se pela crescente intervenção do agronegócio no campo brasileiro, de forma que se torna complexo para o pequeno produtor, que tentar lutar com seus métodos para se manter em uma complexa relação com o capitalismo, em que ora o excluí e ora se torna dependente dessa produção.

O desenvolvimento do presente trabalho apresenta momentos diferentes, em que no primeiro realizou-se um levantamento teórico em pesquisas bibliográficas livros, artigos e revistas acerca da definição de camponês, agricultura familiar, Revolução Verde, Desenvolvimento sustentável e Agroecologia, almejando compreender um paralelo entre ambos. No segundo momento aplicaram-se questionários ao presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, a algumas pessoas das localidades que desenvolvem a agricultura familiar no município, com registros fotográficos, e ao Técnico do MOC (Movimento de Organização Comunitária), responsável por orientar e prestar assistências técnica as famílias, e conhecer o programa governamental que auxilia financeiramente os agricultores rurais.

Posteriormente foi realizada uma visita ao IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística do município para coleta de dados como as coordenadas, para o mapeamento das comunidades em estudo, uma visita também a Feira da Agricultura Familiar no centro da cidade para entrevistas com os agricultores e em uma reunião dos coordenadores do MOC, para iniciar a Cooperativa de Agricultura Familiar de Riachão do Jacuípe.  

A partir das entrevistas e visitas realizadas, foi possível promover questões como: como o agricultor sobrevive a seca que assola a região? Qual tipo de programa faz parte? Como se dá a assistência recebida? Qual tipo de plantio? Informações essas que possibilitaram compreender de que forma os agricultores de Riachão do Jacuípe desenvolve suas atividades perante as dificuldades da região.

MARCO TEÓRICO – AGRICULTURA FAMILIAR E AGROECOLOGIA E SEU CONTEXTO HISTÓRICO

Ao cultivar a terra, as sociedades passaram a organizar sua vida social, dando início a denominação agrária, e como personagem principal desse modo de produção, foi o camponês, em que bem define Moura (1988), vive na terra e do que ela produz planta e colhe a para seu sustento e para as outras classes é o que se envolve diretamente com os segredos da natureza, uma categoria oprimida, em que a relação não envolvia dinheiro, porém foi indispensável para a reprodução social.

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