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ANÁLISE DO LIVRO DIDÁTICO: UMA REFLEXÃO SOBRE O MATERIAL DE APOIO DO PROFESSOR

Por:   •  5/7/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.949 Palavras (12 Páginas)  •  317 Visualizações

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ANÁLISE DO LIVRO DIDÁTICO: UMA REFLEXÃO SOBRE O MATERIAL DE APOIO DO PROFESSOR

RESUMO: O presente artigo surgiu da proposta da disciplina de Contemporânea II, sob orientação da professora Dr. Gilmara Yoshihara Franco. O artigo propõe-se a observar como a temática da segunda guerra mundial é tratada nos livros didáticos: História Sociedade e Cidadania, válido dos anos 2015 a 2017 e História Sociedade e Cidadania válido dos anos 2018 a 2020. Foi realizada a análise do conteúdo textual, das imagens e atividades dos livros, levando em consideração o Parâmetros Curriculares Nacionais e a referência teórica utilizada na disciplina de Contemporânea II.

PALAVRAS CHAVE: Segunda Guerra Mundial. Livro Didático. História.

1 INTRODUÇÃO

         O livro didático sofre muitas críticas dentro da academia, porém quando o novo professor se depara com a sala de aula, ele se torna sua principal ferramenta de apoio para conduzir as aulas, partindo dessa perspectiva, esse artigo elaborado para a disciplina de História Contemporânea II prepara o acadêmico que em breve estará lecionando. O ato de analisar criticamente os conteúdos do livro se torna familiar e é uma preparação para os mesmos.

        Nesse artigo foram analisados dois livros do Alfredo Boulos Júnior, um do ano de 2013 e outro do ano de 2016, sendo que o segundo é uma reedição do primeiro. Os livros foram e estão sendo utilizados na Escola Estadual Artur da Costa e Silva, do munícipio de Alto Alegre dos Parecis. Os mesmos foram escolhidos devido ao contato com a escola, através do estágio supervisionado I no ensino fundamental.

        Foram analisadas as imagens, as atividades e o conteúdo fazendo um paralelo com o conteúdo estudado na disciplina da graduação e fazendo uma comparação com o que está proposto no Parâmetro Curricular Nacional – PCN. Foi realizado uma entrevista com um professor da rede estadual para facilitar a compreensão de como é feito a escolha do livro que será utilizado nos próximos três anos.

        Para compreender a relevância desse artigo, primeiro é preciso conceituar o que é o livro didático, muitas críticas são lançadas sobre ele, porém poucos sabem a sua definição. Segundo Frison et al livro didático é:

[...] uma versão didatizada do conhecimento para fins escolares e/ou com o propósito de formação de valores que configuram concepções de conhecimentos, de valores, identidades e visões de mundo. [...] ele se constitui em um dos materiais didáticos e, como tal, passa e ser um recurso facilitador da aprendizagem e instrumento de apoio à prática pedagógica [...] o livro didático auxilia o estudante quanto a ampliar sua compreensão, interpretação e, também ao professor para conduzir os temas e orientar a pesquisa. (FRISON et al, 2009, p. 4)

Com todas as críticas ao livro ele é uma ferramenta de suma importância, pois sabendo da realidade das escolas brasileiras, muitas das vezes ele é a única fonte de pesquisa.

LIVRO I: HISTÓRIA SOCIEDADE E CIDADANIA - 2013

        O Livro História Sociedade e Cidadania foi escrito por Alfredo Boulos Junior, Doutor em Educação, na área de História da Educação, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. O livro foi produzido no ano de 2013, para ser utilizado pelos alunos nos anos de 2015 à 2017, é dividido em quatro unidades. A unidade I possui 3 capítulos, a unidade II 4, a unidade III 4 e a unidade IV 2 capítulos, somando um total de 13 capítulos.

O capítulo a ser analisado é o capítulo V intitulado “A Segunda Guerra Mundial”, que está na unidade II. O livro traz um breve resumo de como estava o contexto do período entre guerras. O acordo chamado pacto germano-soviético, entre a Rússia e a Alemanha, que dividia a Polônia entre as duas, e que quando a Alemanha invadiu para tomar posse da sua parte a Inglaterra e a França decretaram guerra contra ela. A entrada dos Estados Unidos no bloco dos Aliados. O desfecho da guerra, o julgamento de alguns Nazistas por causa de crimes cometidos contra a humanidade.

        Na primeira página do capítulo, traz o pôster de uma mulher, que aparenta ser forte, e a baixo no pôster tem a legenda “The girl he left behind is still behind him, shes a wow woman ordnance worker.” (BOULOS, 2013, p. 96) que em português que dizer a garota que ele deixou para trás ainda está atrás dele, ela é uma trabalhadora de artilharia. No contexto da se a entender que as mulheres ficaram trabalhando na industrias bélicas e que os homens foram para o campo de batalha defender o seu país, e também dá a entender que as mulheres é a força por de trás dos homens e que elas aguardam ansiosa o seu retorno. No redor do pôster há uma breve informação sobre o mesmo, ele foi feito no ano de 1943, por Adolph Treidler. Não há mais informação sobre. A baixo do pôster tem três perguntas: “O que está acontecendo na cena retratada?; Você saberia traduzir o que está escrito no pôster?; Qual a finalidade e em qual contexto ele foi produzido? ” (BOULOS, 2013. p. 96). Conhecendo a realidade da educação pública no Brasil, seria impossível um aluno traduzir a frase sem a ajuda de alguma ferramenta, em contra partida, as outras perguntas são coerentes ao pôster.

        O capítulo esta exibido em sub tópicos, que remontam o desenrolar da segunda guerra mundial. Estes sub tópicos são: O desafio à ordem mundial nos anos 1930; o avanço japonês na Ásia; imperialismo italiano; a escalada nazista; a invasão da União Soviética; Estados Unidos, Brasil e Japão; a contraofensiva dos aliados; bombas sobre o Japão e crimes contra humanidade.

O texto vem traçando um paralelo amplo sobre a temática de modo linear, o conteúdo esta dado de forma clara e fácil compreensão, porém o mesmo é superficial, o autor não se aprofundou na exposição do tema, além de trazer poucas páginas sobre o assunto. No corpo do texto há uma história factual:

Voltaire já se pronunciava contra a história que apenas acumulava informações sobre acontecimentos políticos, já clamava por um futuro historiográfico no qual seria possível conhecer a “a verdadeira história dos homens, ao invés de se conhecer apenas uma ínfima parte da história dos reis e das cortes”. (EHRARD; PALMEDE, apud BARROS, 2012, p. 163)

        Se Voltaire (1694-1778), já falava sobre o fim de uma história factual, ainda nos séculos XVII e XVIII, em pleno século XXI ainda são reproduzidas histórias factuais, ou seja, conta-se o fato, porém não há uma discussão que proponha uma reflexão, a ausência de minorias como crianças, negros e classes menos abastadas, outro ponto de suma importância que o livro não aborda nesse capítulo de forma clara, é o antissemitismo. O autor poderia deixar um sub tópico, para explicar os motivos que levou a perseguição dos judeus e as atrocidades cometidas contra eles no período da segunda guerra.

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