TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

BLOCOS ECONÔMICOS: O DESAFIO DOS ESTADOS NO PROCESSO DA GLOBALIZAÇÃO

Exames: BLOCOS ECONÔMICOS: O DESAFIO DOS ESTADOS NO PROCESSO DA GLOBALIZAÇÃO. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  3/12/2014  •  4.428 Palavras (18 Páginas)  •  376 Visualizações

Página 1 de 18

BLOCOS ECONÔMICOS:

O DESAFIO DOS ESTADOS NO PROCESSO DA GLOBALIZAÇÃO

Débora Cristina Moura Nascimento¹

RESUMO

O artigo trata da atual dinâmica da globalização existente no mundo e sua influência para a formação de blocos econômicos, tendo sido analisados dois dos mais importantes, sendo estes, o Mercosul e a União Europeia. Tendo por objetivo expor de que maneira a globalização se instalou. Ademais, foi feita uma análise critica dos aspectos políticos e econômicos verificando de que forma estas relações internas entre países membros de cada bloco se dão. Constatando que com a chegada da globalização se tornam vitais as relações diretas dos países na formação dos blocos, pois estes meios de integração são necessários para poder brecar as assimetrias econômicas e sociais existentes.

Palavras-chave: Globalização. Blocos. Mercosul. União Europeia.

INTRODUÇÃO

Abordamos ao longo deste artigo a dinâmica da globalização e as transformações que ela acarreta para a formação dos blocos econômicos. No mundo globalizado é inviável imaginar uma potência surgir sem a relação direta com os outros países, pois junto do avanço tecnológico, o século XXI trouxe uma forte interdependência entre os Estados, onde um fato que abale uma economia em específico influencia na decisão de outros países, sejam vizinhos ou separados por milhões de quilômetros.

Nessa lógica, a integração regional se tornou circunstância vital para a manutenção da força das grandes potências e, mais ainda, para que os países subdesenvolvidos consigam formar aliançar para – tentar - se equiparar a esse parâmetro internacional. Sendo assim, analisamos a estrutura político-econômica do Mercosul e União Europeia, que – ao nosso ver – merecem destaque nesse cenário, pois desempenham papéis ímpares para um fortalecimento regional e, no caso da União Europeia, uma referência em âmbito global.

O Mercosul atua como o principal motor da economia sul-americana na atualidade, enfrentando as rivalidades históricas entre os seus membros, para, conseguir chegar efetivamente em um Mercado Comum e alavancar as economias dos seus Estados membros. Já a União Europeia é um exemplo clássico de bloco econômico, sendo o mais antigo e bem sucedido, apesar da crise econômica enfrentada hoje. Chegando ao nível de integração mais alto já alcançado, com uma moeda única e o plano de uma União Política plena, a UE passa por reformulações internas para resgatar o título de exemplo de solidez e prosperidade econômica, sustentado ao longo de sua história.

Assim, a formação de blocos econômicos flexibiliza a soberania e os territórios dos Estados, não sendo mais aceito o discurso de autossuficiência, arriscando a quem o professa, entrar em um perigoso isolamento. Logo, o maior desafio no mundo globalizado é buscar uma simetria na distribuição das suas benesses, pois o avanço econômico, político e social não pode ficar restrito aos países desenvolvidos, mas sim agir como um fator integrador dos demais Estados do globo.

I – A DINÂMICA DA GLOBALIZAÇÃO NA FORMAÇÃO DOS BLOCOS ECONÔMICOS

O processo globalizador em que vivemos é algo novo, porém a ideia humana de expansão de mercados é - em seu sentido puro - algo que ocorre há décadas. Para que pudesse ocorrer a efetivação desta dinâmica mundial foi de extrema importância à concretização da revolução nas comunicações e tecnologia. Com isso, pode-se afirmar que tudo se tornou mais rápido e dinâmico, desde seu aspecto telecomunicacional até o econômico.

Vivemos no chamado meio técnico cientifico informacional, onde todas as relações se estabelecem de forma rápida, no entanto complexa. Podemos observar esta complexidade de forma mais clara no âmbito da economia de mercados entre os países, que ocorre de maneira mundial, a exemplo de que um produto não possui mais uma única nacionalidade de fato, pois sua fabricação é feita em diversos países, onde cada parte tem uma origem diferente, montada em outro local e comercializada em outro. Isto ocorre devido à agilidade de comunicações e transportes entre as empresas, que se instalam em diversos lugares atrás de custos reduzidos por mão de obra barata e vantagens fiscais.

Devido a esta importância econômica nas relações internacionais o Estado tem se remodelado no sentido de que seu papel se reduz, exaltado o do mercado. Esta relação provoca uma flexibilização da soberania, que se torna explicita de acordo com as ideias de Luiz Alberto Rocha, quando afirma que:

Em termos de soberania, a diminuição vertiginosa da capacidade das políticas econômicas nacionais se auto-regularem demonstra que muitas variáveis importantes para a definição de políticas monetária e fiscal são determinadas por um ser amorfo chamado mercado. (ROCHA, 2008, p. 103).

Tendo em vista a aceleração das inovações tecnológicas onde seu resultado se dá em uma diminuição do tempo e do espaço Alexandre Furlan (2001) visualiza essa interação como sendo um agente motivador de perda de fronteiras, como se o elemento “território” de cada Estado já não fosse visto com toda unidade possível. Isso acontece devido o avanço da globalização, que, segundo o mesmo autor, em sua essência se dá de maneira irreversível, sendo perigosa aos países que rejeitam por “razões ideológicas ou por falta de condições”, pois neste caso não há uma efetiva opção entre fazer parte ou não da globalização, devido a sua característica mundial.

O efeito globalizante pode ser analisado por dois aspectos distintos sendo um positivo e outro negativo. O positivo está direcionado aos países desenvolvidos economicamente (como os Estados Unidos da América), pois lhe dá base para usufruir de uma situação privilegiada em âmbito global gerindo em tempo real seus interesses. O aspecto negativo está ligado aos países subdesenvolvidos, que em muitas vezes aprofundam sua situação miserável e ficam a mercê da gerência externa que acaba dando condições para uma interferência em suas tradições a partir de uma cultura global. Esta chamada “cultura global” é criticada por Luiz Alberto Rocha, quando mostra que:

Não existem ‘memórias universais’ que possam ser usadas para unir a humanidade; as experiências mais globais até o momento - o colonialismo e as Guerras Mundiais – só podem servir para nos lembrar das nossas divisões históricas (se

...

Baixar como (para membros premium)  txt (28 Kb)  
Continuar por mais 17 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com