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Bacias de drenagem

Projeto de pesquisa: Bacias de drenagem. Pesquise 859.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  13/6/2014  •  Projeto de pesquisa  •  2.228 Palavras (9 Páginas)  •  465 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

As Bacias hidrográficas ou Bacias de Drenagens é o conjunto de terras que fazem a drenagem da água das precipitações para determinado curso de água e seus afluentes, ou seja, bacia hidrográfica é a área na qual ocorre a captação de água para um rio principal e seus afluentes devido às suas características geográficas e topográficas. Por ser uma área geográfica, mede-se em km². Os limites entre as bacias hidrográficas encontram-se nas partes mais altas do relevo e são denominados divisores de água, pois separam as águas de diferentes bacias. Existem várias bacias hidrográficas, sendo que algumas possuem maior destaque em razão de sua extensão. Entre as maiores bacias hidrográficas do mundo estão: Bacia Amazônica, localizada na América do Sul com extensão de 7,05 milhões de km², Bacia do Congo, localizada na África com extensão de 3,69 milhões de km², Bacia do Mississipi, localizada nos Estados Unidos com extensão de 3,33 milhões de km², Bacia do Prata, localizada na América do Sul com extensão de 3,14 milhões de km², Bacia do Obi, localizada na Rússia com extensão de 2,97 milhões de km², Bacia do Nilo, localizada na África com extensão de 2,87 milhões de km², Bacia do Ienissei, localizada na Rússia com extensão de 2,58 milhões de km², Bacia do Níger, localizada na África com extensão de 2,09 milhões de km².

O Brasil, em virtude de sua grande extensão territorial é um país privilegiado quando o assunto é disponibilidade de água-doce, 14% das reservas mundiais de água-doce estão no território brasileiro. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), o país possui 12 bacias hidrográficas, que estão distribuídas por todo o território nacional. Dentre elas a Bacia Hidrográfica Amazônica, que é considerada a maior bacia hidrográfica do planeta, responsável por drenar água de uma área de aproximadamente 7 milhões de quilômetros quadrados. No Brasil, ela compreende uma área de 3.870.000 km², apresentando grande potencial para geração de energia hidrelétrica, além de possuir características propícias para o transporte fluvial.

No Estado de Sergipe existem 08 Bacias Hidrográficas: Bacia do Rio São Francisco, Bacia do Rio Vaza Barris, Bacia do Rio Real, Bacia do Rio Japaratuba, Bacia do Rio Sergipe, Bacia do Rio Piauí, Grupo de Bacias Costeiras 01 (GC1) e Grupo de Bacias Costeiras 02 (GC2). Enquanto os rios Japaratuba, Sergipe e Piauí são rios considerados Estaduais, pois suas bacias estão dentro do Estado de Sergipe, exceto por uma pequena área dos rios Sergipe e Piauí, que recobre terras baianas. Os rios São Francisco, Vaza Barris e Real são rios federais por terem extensão em mais de um Estado.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Segundo pesquisas feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) e pela Administração Estadual do Meio Ambiente (ADEMA) os rios do território sergipano pertencem a duas bacias hidrográficas: a do São Francisco e a do Nordeste. Só a primeira apresenta bom potencial hidráulico. A segunda é formada por rios de baixada, dos quais os quatro principais são o rio Real, o Piauí, o Vaza-Barris, que banha a capital, e o Sergipe. Todos desembocam no oceano Atlântico em amplos estuários e permitem a navegação de embarcações de pequeno porte.

A Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe possui área geográfica de 3.673 km², abrange 26 municípios, sendo 8 totalmente inseridos: Laranjeiras, Malhador, Moita Bonita, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora do Socorro, Riachuelo, Santa Rosa de Lima, São Miguel do Aleixo e 18 parcialmente inseridos: Aracaju, Areia Branca, Barra dos Coqueiros, Carira, Divina Pastora, Feira Nova, Frei Paulo, Graccho Cardoso, Itabaiana Itaporanga D’Ajuda, Maruim, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora das Dores, Ribeirópolis, Rosário do Catete, Santo Amaro das Brotas, São Cristóvão, Siriri. Com população residente de 1.010.523 habitantes, equivalendo a 56,6% do total do Estado. A maioria expressiva da população, 86,8%, reside em áreas urbanas, ao passo que 13,2% situam-se na zona rural, fato que comprova o acelerado processo de urbanização em curso na bacia hidrográfica, nas últimas décadas, responsável pelo grande passivo ambiental da região e uma significativa transposição de águas provenientes do Rio São Francisco. O rio Sergipe se constitui num importante curso d'água para o desenvolvimento econômico do estado. O abastecimento humano através dos rios Poxim, Jacarecica e poços artesianos perfurados na bacia, atendem a população urbana e rural. As barragens Jacarecica I e II e o Açude da Macela são importantes reservatórios de água para a irrigação de hortaliças e frutas. As atividades pesqueiras artesanais, aquicultura, recreação náutica, turismo e transporte hidroviário ligando a cidade de Aracaju aos municípios vizinhos. Ao longo da bacia predomina a ocupação das terras com pastagem, correspondendo a 46% da área física da bacia. Esse fato torna a pecuária uma atividade econômica de natureza predatória, sendo responsável por grande parte do desmatamento. As matas pouco densas ocupam 22,6% da área, enquanto 18,5% estão ocupadas pelas lavouras; 5,1% por florestas; 2,2% por mangues; 2% por áreas urbanas; 1,6% por vegetação de dunas; 1,3% por superfícies com água e 0,7% por áreas expostas. O crescimento urbano e o desenvolvimento industrial submetem a bacia à intensa poluição, resultante dos efluentes domésticos e industriais.

A Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba possui uma área geográfica de 1.735 km², equivalentes a 7,65% do território estadual e abrange cerca de 20 municípios, com uma população urbana com 122.879 habitantes e na área rural com 79.052 habitantes. A bacia hidrográfica é constituída pelo rio de mesmo nome e tem como principais afluentes: os rios Japaratuba mirim, Lagartixo, Siriri, Cancelo e Riacho do Prata. Nascendo na Serra da Boa Vista na divisa entre os municípios de Feira Nova e Graccho Cardoso e desaguando no Oceano Atlântico, no município de Pirambu, a bacia possui planície aluvial muito larga, onde se desenvolve o cultivo da cana-de-açúcar. As principais atividades, em termos econômicos, na bacia hidrográfica é a exploração do petróleo, gás natural, sal gema, potássio, calcário, magnésio, turfa e areia, além da irrigação e expansão da cultura da cana-de-açúcar, também o turismo e lazer, pesca e abastecimento humano e animal, em vista disso a bacia hidrográfica do Rio Japaratuba tem papel relevante para o estado de Sergipe. A exploração mineral e a expansão da cana-de-açúcar desperta certa preocupação no que se prende aos fatores de agressão ao meio ambiente, poucas são as ações incrementadas na bacia voltadas para os aspectos de preservação e conservação, como nem todos os municípios apresentam tratamento de esgoto doméstico, a carga maior advém dessa falta de tratamento, como também da indústria, principalmente a sulcroalcooleira e a de exploração de petróleo. É necessário se fazer investimentos principalmente para a implantação de esgoto doméstico e um trabalho de conscientização junto às indústrias, para que os efluentes também sejam tratados, associando tudo isso a uma política para a redução do desperdício.

A Bacia Hidrográfica do Rio Piauí é a segunda maior Bacia Hidrográfica do estado de Sergipe, possui uma área geográfica de 4.150 km², equivalentes a 19% do território estadual e abrange 15 municípios, onde estão totalmente inseridos terras de seis municípios: Salgado, Santa Luzia do Itanhy, Estância, Boquim, Pedrinhas e Arauá e parcialmente nove municípios: Indiaroba, Itabaianinha, Itaporanga D’Ajuda, Lagarto, Poço Verde, Riachão do Dantas, Simão Dias, Tobias Barreto e Umbaúba, com uma população de 432.000 habitantes aproximadamente. Localizada na parte sul do estado, sendo delimitada, aproximadamente, pelas coordenadas geográficas 10°45’ e 11°30’ de latitude sul e 37°15’ e 38°00’ de longitude oeste, é um dos mais importantes componentes da rede hidrográfica do estado de Sergipe. O sistema hidrográfico é bastante desenvolvido, sendo constituído pelo curso d’água principal do rio Piauí, e por diversos afluentes de grande porte, destacando-se, pela margem direita, os rios Arauá e Pagão, e, pela margem esquerda, os rios Jacaré, Piauitinga e Fundo. Os diversos usos das águas na Bacia Hidrográfica como: irrigação, mineração, indústrias, consumo humano e animal, pesca, turismo e lazer estão associados às atividades econômicas, ligados aos setores privado e público, bem como, os principais sistemas hídricos, naturais e construídos, que possibilitam o desenvolvimento da região. Essa relação direta com os recursos hídricos acarreta problemas inerentes a quase todos os municípios brasileiro como: lixo, esgoto a céu aberto, assoreamento de rios e riachos, pesca predatória, uso indiscriminado de agrotóxicos, extração inadequada de minerais, desmatamento e problemas relacionados com os resíduos industriais. O Planejamento das Bacias Hidrográficas de Sergipe (PBH) possibilitará ao Estado realizar investimentos com base no atendimento as demandas, sendo estas a integração dos planos, programas, projetos e demais estudos setoriais que envolvam a utilização dos recursos hídricos das Bacias, especialmente aqueles com ênfase na preservação ou conservação dos recursos hídricos. É com um profundo conhecimento que serão definidas e priorizadas as ações que resultarão na otimização do uso e da conservação dos recursos hídricos na bacia, indicando metas, projetos e programas, a curto, médio e longo prazos, com respectivos aportes de recursos.

A Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco abrange 639.219 km² de área de drenagem (7,5% do país) e vazão média de 2.850 m³/s (2% do total do país). O Rio São Francisco, principal rio da bacia, tem 2.700 km de extensão e nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais, escoando no sentido sul-norte pela Bahia e Pernambuco, quando altera seu curso para este, chegando ao Oceano Atlântico através da divisa entre Alagoas e Sergipe. A Bacia possui sete unidades da federação, Bahia (48,2%), Minas Gerais (36,8%), Pernambuco (10,9%), Alagoas (2,2%), Sergipe (1,2%), Goiás (0,5%), e Distrito Federal (0,2%) e 504 municípios (cerca de 9% do total de municípios do país). Devido à sua extensão e diferentes ambientes percorridos, a Bacia está dividida em 4 regiões: Alto São Francisco, das nascentes até a cidade de Pirapora (111.804 km² – 17,5% da região); Médio São Francisco, de Pirapora até Remanso (339.763 km² - 53% da região); Sub-Médio São Francisco, de Remanso até Paulo Afonso (155.637 km² – 24,4% da região); e o Baixo São Francisco, de Paulo Afonso até sua foz (32.013 km² – 5,1% da região). Cerca de 16,14 milhões de pessoas (9,5% da população do país) habitam a bacia hidrográfica do São Francisco, com maior concentração no Alto (56%) e Médio São Francisco (24%). A população urbana representa 77% da população total e a densidade populacional é de 22 habitantes/ km². A bacia do São Francisco, além de fornecer água para o consumo humano, é muito importante para o desenvolvimento econômico da região, sobretudo nas áreas de clima semiárido. Através de sistemas de irrigação, é possível realizar atividades agropecuárias, com destaque para a criação de gado e o cultivo de frutas. Seu potencial hidrelétrico também é bem aproveitado. Entre as principais usinas instaladas nessa bacia hidrográfica estão a de Sobradinho, Três Marias, Paulo Afonso, Moxotó, Itapirica, Xingó produzem energia hidrelétrica e se transformam em pólos regionais de desenvolvimento, com a intensificação de usos múltiplos nos últimos 10 anos: aquicultura, irrigação, suprimento de água, turismo e recreação, pesca comercial e pesca esportiva. Os dados para a represa de Xingó indicam um reservatório pouco eutrofizado, mas com evidências claras de efeitos ambientais resultantes dos usos das bacias hidrográficas, principalmente na qualidade da água.. Existe uma grande variedade de biomas nessa região: Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, além de ecossistemas costeiros e insulares. Contudo, a expansão das agropecuárias tem reduzido drasticamente a cobertura vegetal e desencadeado o assoreamento do Rio São Francisco. O rio São Francisco é de enorme importância politica, econômica e social, principalmente para a região nordeste do país, e pode ser considerado como um dos principais fatores de desenvolvimento no Nordeste.

O Comitê de Bacia Hidrográfica é um órgão colegiado da gestão de recursos hídricos, com atribuições de caráter normativo, consultivo e deliberativo e integra o Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos. O comitê tem funções de arbitrar conflitos de usos e usuários em primeira instância, debater a integração das politicas publicas que tem nos usos das águas forte interlocução, definir o plano de usos e o estabelecimento de critérios para a regulamentação e a cobrança pelo uso da água, e a definição das ações que devem ser fomentadas com os recursos financeiros arrecadados na bacia para o cumprimento do plano de investimentos necessários ou indutores de recuperação dos corpos d’água. É criado por intermédio de um Decreto da Presidência da República, após aprovado pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos, a sua instalação é promovida e conduzida por uma diretoria provisória nomeada pelo Conselho Nacional e tem o apoio da Agência Nacional de Águas quanto aos aspectos operacionais iniciais.

3. CONCLUSÃO

Podemos perceber com esse trabalho que as Bacias Hidrográficas são de grande importância para a sociedade, pois é um recurso único, escasso, essencial para à vida, está distribuída de forma desigual no planeta e do total da água existente na terra apenas 0,0067% está disponível para as atividades humanas e deste percentual só uma parte está em condições de ser utilizada. Podemos também perceber que ao longo da extensão das Bacias Hidrográficas elas são utilizadas para diversas atividades como o abastecimento humano, industrial, agropecuário, irrigação intensiva, navegação, geração elétrica, pesca, lazer e turismo e que milhões de pessoas dependem das águas dos rios para tirar seu sustento. Mas desde os tempos mais remotos o homem costuma lançar seus detritos nos cursos de água. Até a Revolução Industrial, porém, esse procedimento não causava problemas, já que os rios, lagos e oceanos têm considerável poder de autolimpeza, de purificação, então para tentar minimizar o efeito que a poluição causa nas Bacias, foram criados os Comitês das Bacias.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

• http://brasilhidrografica.blogspot.com.br/

• http://www.suapesquisa.com/geografia/bacias_hidrograficas.htm

• http://www.brasilescola.com/brasil/principais-bacias-hidrograficas-brasil.htm

• http://redeacqua.com.br/2011/03/bacias-hidrograficas-do-estado-de-sergipe/

• http://www.escolakids.com/bacia-do-sao-francisco.htm

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