Ensaio Sobre a Transição Demográfica na França
Por: Fábio Pessanha • 14/5/2025 • Ensaio • 935 Palavras (4 Páginas) • 4 Visualizações
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
FÁBIO PESSANHA DA SILVA
ENSAIO SOBRE A TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA NA FRANÇA
CAMPOS DOS GOYTACAZES, 2023
Um dos grandes desafios da demografia hoje é entender como as mudanças na estrutura etária da população podem ter efeito na economia dos países, dividindo a opinião de demógrafos, economistas, etc (GIVISIEZ; OLIVEIRA, 2011). A demografia é a ciência que estuda as populações humanas nos países, sua densidade, idade, sexo entre outros aspectos. Ela envolve diversas disciplinas, como a estatística, economia, antropologia, geografia e tem uma importância crucial para entendermos as mudanças populacionais ao longo do tempo e como essas mudanças afetam os países e a sociedade em geral, permitindo que os governos adotem políticas públicas na área da saúde, planejamento urbano, desenvolvimento econômico entre outras áreas.
A Transição demográfica é uma teoria estabelecida por demógrafos (Landry, Notestein, Coale) para dar conta do processo de passagem das populações humanas de um regime demográfico caracterizado por uma taxa de natalidade e uma taxa de mortalidade elevadas para um regime demográfico caracterizado por uma taxa de natalidade e uma taxa de mortalidade baixas (ROLLET; Catherine, 2007).
A transição demográfica é dividida em cinco estágio que são a pré-transição, com alta taxa de natalidade e mortalidade, a explosão demográfica também conhecida como Baby Boom, com alta taxa de natalidade e queda na mortalidade, a desaceleração do crescimento populacional que é a terceira e quarta fase, onde há uma queda na natalidade e a mortalidade continua baixa e a estabilização do crescimento, onde vários países europeus se encontram que apresenta uma natalidade e mortalidade muito baixas.
Essa transição afeta significativamente vários aspectos da sociedade como a economia, políticas públicas, mão de obra, entre outros. Os países onde a fase da transição demográfica está avançada refletem vários problemas, como um envelhecimento populacional, falta de mão de obra, inflação de idades mais elevadas gerando uma maior pressão sob o Estado, entre outros. A França é um desses países que já está em um estágio bastante avançado desse processo e será o fruto desse trabalho, através de suas pirâmides etárias dos anos de 1970 e 2000 e com projeções para o ano de 2030 e 2060 feitas pela ONU.
A primeira pirâmide a ser analisada é a de 1970, onde vemos que o país já estava na terceira fase da transição demográfica, tendo a taxa de natalidade em um ritmo mais desacelerado junto com a taxa de mortalidade. Algo curioso das pirâmides francesas é a alta expectativa de vida feminina, tendo um pequeno percentual nessa primeira pirâmide e se acentuando nos demais gráficos. Há dois cortes em evidência nessa pirâmide, tanto entre as idades de 25-34 anos e 50-54 anos, em decorrência da primeira e segunda guerras mundiais respectivamente onde, além da alta mortalidade causada pela guerra, houve um baixo número de nascimentos naqueles anos devido ao planejamento dos pais que não queriam ter filhos em épocas tão conturbadas. Ressalto que a França foi o país que esteve ativamente envolvido em ambas as guerras, que tiveram seu principal foco na Europa.
A segunda pirâmide, dos anos 2000, mostra já o início da mudança da terceira para a quarta fase da transição demográfica, tendo a base da pirâmide mais curta em relação à população em idade ativa. As marcas das guerras causadas na pirâmide ainda são bem evidentes e se refletem nas idades de 55-59 e acima. Outro fator que explica a baixa natalidade na França é o empoderamento feminino, onde um número cada vez maior de mulheres entraram no mercado de trabalho e montaram suas famílias mais tarde, apenas quando sua vida profissional estivesse mais consolidada. Segundo o artigo publicado pela RFI, “em 2019, a idade média da primeira gestação foi aos 30,7 anos, contra 29,3 no ano anterior” (MOYSÉS, 2020). Esse efeito da diminuição da mortalidade e natalidade será mais evidente nas projeções feitas pela ONU.
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