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Jardim Nova Rio Claro

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Por:   •  10/5/2013  •  3.303 Palavras (14 Páginas)  •  920 Visualizações

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Jardim Nova Rio Claro: Uma análise geográfica do impacto socioambiental da rede urbana e da vulnerabilidade habitacional perante as chuvas – Trabalho da Disciplina Quantificação em Geografia

Curso: Geografia (Licenciatura)

Docente: Profª Drª Iara Nocentini André

Discentes:

Bianca Squaris

Jéssica Moraes Minillo

Rodrigo Cirino Salles

2012

1. Introdução e objetivos:

Partindo da proposta de elaborar um trabalho de campo um dos pontos de alagamento das chuvas torrenciais que atingiram Rio Claro no dia 25 de janeiro de 2005, detalhados no artigo “Urbanização, chuvas de verão e inundações” (Tavares e Freschi, 2008), o grupo elegeu o bairro Jardim Nova Rio Claro, localizado do extremo sul da malha urbana do município. Aplicamos um questionário junto aos moradores dos lugares, colhendo informações sobre a infraestrutura do bairro, condições de moradia, políticas públicas e a relação dos habitantes com as chuvas. Também integram este trabalho a observação do campo de estudo e consequentes constatações. Como parte deste trabalho, pesquisamos matérias jornalísticas da imprensa local relacionados ao episódio de 2005 e também reportagens recentes a cerca do tema. Por fim, analisamos a realidade, do ponto de vista geográfico, da paisagem urbana e o impacto socioambiental causado por fatores diversos.

2. Histórico e precedentes: as chuvas de 28 e 29 de janeiro de 2005

Classificada com uma anomalia climática, um fenômeno episódico, a tempestade citada teve graves conseqüências não somente em Rio Claro, mas como em outras cidades do interior de São Paulo. Em um período de aproximadamente 48 horas a precipitação foi de 455mm.

“Sob a ação de uma frente quente, o tempo em Rio Claro esteve nublado, com chuvas e ventos predominantes dos quadrantes sul e leste, oriundos do anticiclone polar tropicalizado. No início do dia 29, a precipitação tomou uma forma contínua e aumentou gradativamente sua intensidade, alcançando valores superiores a 30 mm/hora entre 9 e 11 horas. A partir daí ela enfraqueceu e se prolongou, como chuvisqueiro, até as 17 horas. Os ventos predominantes foram do quadrante leste e alcançaram as maiores velocidades, em torno de 13 km/hora, no período que antecedeu as chuvas mais fortes. As temperaturas, durante o aguaceiro, permaneceram em torno de 20o C e, entre os dias 28 e 29 de janeiro, a amplitude térmica ficou aquém de 6o C, graças à nebulosidade e ao alto teor de vapor de água na atmosfera.

A pluviosidade total em Rio Claro, durante a atuação desta frente quente, oscilou de 245 mm, na região norte da cidade, até 145 mm na extremidade sul (figura 4). Os cálculos da área urbana e da precipitação, efetuados pela técnica de pesagem, mostraram que houve uma chuva média de 175 mm, tombada sobre 37 milhões e 680 mil m2. Com isso a cidade recebeu, em poucas horas, haja vista que a chuva foi concentrada, cerca de 6 bilhões e 594 milhões de litros de água. Como comparação, saliente-se que o Sistema Cantareira, formado pelas represas do Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Juqueri, de acordo com a Portaria DAEE 1213/04, de 6 de agosto de 2004 (SÃO PAULO, 2004), que dispõe sobre o gerenciamento de suas águas, pode fornecer até 31 mil litros de água por segundo para a Região Metropolitana de São Paulo, o que corresponde a cerca de 54% do consumo desta área. O volume precipitado na cidade de Rio Claro, portanto, foi equivalente ao abastecimento efetuado pelo Sistema Cantareira num período de 59 horas ou ao consumo de toda a Região Metropolitana de São Paulo por 31,9 horas. Isto, em área predominantemente impermeabilizada, em circunstâncias desfavoráveis à evaporação e numa superfície dotada de alta densidade de drenagem, constituída pelo sistema viário, que escoa a água de modo eficiente e rápido para as áreas deprimidas, gerou enchentes e criou um caos urbano.”

Climatologia e Estudos da Paisagem (Rio Claro – Vol.3 – n.1 – janeiro/junho/2008, p. 12)

Os transtornos causados por tamanho volume pluviométrico foram inúmeros, como demonstrados no mapa abaixo:

O mapa acima evidencia a proximidade do Jardim Nova Rio Claro com o rio Corumbataí, localizado na área de várzea do referido curso d’água. No fatídico episódio, o nível das águas do rio subiu de forma até então inédita. As edificações do lugar logo sofreram com a súbita enchente e enxurradas derrubaram muros, invadiram casas e arrunaram os sonhos das pessoas que ali moravam. Segundo relatos à imprensa, o nível da água chegou a 1,70m de altura. Um dos únicos acessos ao bairro, pela ponte que cruza o rio, foi bloqueado, já que a ponte não resistiu à força da correnteza e desmoronou. Por conta disso, os moradores ficaram ilhados e custaram a serem resgatados pela Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros. Dos 110 desabrigados pela chuva no município, 86 eram moradores do Nova Rio Claro, de acordo com a defesa Civil. Nenhum óbito foi registrado no bairro.

Apesar da precariedade habitacional, o Jardim Nova Rio Claro não surgiu de um loteamento clandestino. A ocupação foi ordenada e implementada pela Prefeitura Municipal, na gestão do então prefeito Demerval da Fonseca Nevoeiro Junior (1993-1996). Daí podemos afirmar que o lugar não foi invadido e que seus habitantes adquiriram seus lotes de forma legal. Na ocasião da tempestade de 2005, o bairro não possuia pavimento asfáltico e galerias pluviais. O íngrime relevo do terreno, típico de vertentes de margens fluviais, contribuiu significativamente para que a chuva torrencial provocasse desmoronamentos das casa e desalojassem várias famílias.

Recortes das edições de 1º de fevereiro de 2005 do Diário do Rio Claro e do Jornal Cidade de Rio Claro ajudam a entender a extensão dos estragos:

3. Trabalho de campo e pesquisa junto aos moradores

Para sistematização e quantificação de dados que auxiliassem a análise da realidade do objeto de estudo, foi aplicado o seguinte questionário respondido por 10 moradores do Jardim Nova Rio Claro:

( ) Residencial ( ) Comercial

1. Há

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