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Os Conflitos Sociais Abordados Pela Geografia Agraria Relatório de Uma Aula de Campo

Por:   •  1/10/2019  •  Relatório de pesquisa  •  1.601 Palavras (7 Páginas)  •  225 Visualizações

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Universidade Estadual do Ceara-UECE

Universidade Aberta do Brasil-UAB

Licenciatura em Geografia- EaD

Geografia Agraria

MARIA JULIARA MUNIZ MOURÃO

Conflitos Sociais Abordados Pela Geografia Agraria.

Relatório de uma Aula de Campo

Crateús-CE

SETEMBRO DE 2019

Introdução

O presente relatório trata-se de uma aula de campo, elaborada no âmbito da disciplina Geografia Agraria, com vista na obtenção de notas finais da referida disciplina, no curso de licenciatura Plena em Geografia da Universidade Estadual do Ceara (UECE). Daniel Faucher define como objeto da Geografia Agrária a descrição das formas de atividades e dos meios agrícolas (Faucher, 1949, págs. 9-21).

  A aula desenvolve-se nas localidades de Acampamento Besouro e Assentamento Palmares, ambos os municípios de Crateús.

Essa aula foi uma oportunidade de entrar em contato com os conflitos agrários existentes em nossa região, de maneira que nos ajude a compreender essa luta e aperfeiçoar nossas competências profissionais através de uma conexão do sistema educativo e o contato com a realidade atual.

Tivemos como colaborador dessa aula, o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), Professores e estudantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceara (IFCE). Onde na oportunidade mostrou-se ser uma associação organizada e que mobilizam agricultores, para juntos vencer os conflitos agrários que impedem de obter suas moradias dignas e manter sua sobrevivência e de sua família.

Desenvolvimento

Saímos da Universidade Estadual do Ceará - campus de Crateús - às 07h30min da manhã e nossa primeira parada foi no acampamento Besouros, próximo à localidade de Cabaças, que fica entre a Curralinhos e o distrito de Ibiapaba. O Acampamento Besouros é uma área de resistência de agricultores rurais atingidos por barragem no município de Crateús, barragem essa, que servirá de abastecimento para os municípios da macrorregião dos sertões de Crateús. Esse lago será um barramento no médio da bacia do Rio Poty.  Ao chegar à área de resistência, fomos recebidos com um café da manhã ofertado pelas próprias famílias acampadas, onde alunos e professores da UECE e do IFCE foram se servir da produção daqueles humildes camponeses que ofertavam de bom agrado. [pic 1]

É extremamente preocupante a situação dos agricultores das imediações da Ibiapaba. A construção implica em uma grande tomada de terras pela inundação da construção da barragem, pois, os acampados falam da falta de planejamento e da assistência aos moradores da região. Além disso, muitos alegam que o Estado, responsável maior pelas obras juntamente com o DNOCS, tem se omitido das leis de responsabilidade dos ribeirinhos.

Logo após o café da manhã, fomos convidados a nos apresentar para que se pudesse começar uma mística em alusão ao problema e as possíveis tomadas de decisões por parte do MST e dos acampados. Depois das apresentações, o líder do MST, João Paulo Alves, abre a rodada de discussões para que todos entendam a diferença de um acampamento e de uma área assentada, ele embasa a sua fala esclarecendo que é necessário que se faça e cobre das autoridades e do Estado uma nova reforma agrária, que é direito e previsto na Constituição de 1988. Em seguida, o representante fala das dificuldades de negociação para que o problema daqueles agricultores seja resolvido, pois, a principal reivindicação é que seja de conciliar o desenvolvimento da construção da barragem com medidas de segurança da população ribeirinha. [pic 2]

Sobre a área, o líder relata que é considerada pelo DENOCS uma área vermelha, alertando sobre a prioridade dessa região que é bem mais próxima da grande obra. De acordo com o líder do MST na região de Crateús, é preciso garantir a integridade da população que vive e depende da terra para o sustento da sua família, diminuindo assim os impactos sociais que o Lago de Fronteiras causa em sua construção. Depois desta abordagem os professores George e Cristiane França passam a fala para os principais líderes do acampamento Besouros, onde os mesmos agradecem a presença dos professores e universitários para que possam conhecer melhor o problema e a luta deste grupo de agricultores que cobra das autoridades uma resposta mais hábil para a falta de planejamento e excussão da obra.

No relato dos acampados podemos perceber a dificuldade que os mesmos convivem, a falta de apoio, as ameaças e pouca resposta do poder público diante das exigências que o MST e os acampados apresentam. Depois de ouvir os voluntários para falar da organicidade e da luta em prol da diminuição dos impactos e da omissão das comunidades que foram atingidas, passa a vez para os alunos do curso de Geografia da UECE e do IFCE. Os universitários perguntam qual é a principal dificuldade dos acampados, eles respondem que naquele acampamento todos vivem em união e que compartilham da limpeza, da produção de alimentos e da organicidade do acampamento, mas que mesmo assim, o abalo e cansaço psicológico é que tem levado muitos agricultores a desistirem da luta e do sonho de ter a própria terra. Na sequência somos convidados a visitar um pequeno açude de onde os acampados buscam água para beber, cozinhar e tomar banho. [pic 3]

 Assim, foi possível observar, uma pequena criação de ovinos dos assentados. Depois nos despedimento de todos que vivem no acampamento Besouros, agradecemos a excelente recepção e partimos em direção ao assentamento Palmares que fica entre o distrito de Curral Velho e a comunidade de Curral do Meio.

Chegamos por volta das 12h30min e logo fomos convidados para um almoço que foi organizado pela própria comunidade que completa neste ano 25 anos de ocupação e resistência, produzindo e fazer da terra ocupada um papel social e de produzir alimentos de forma orgânica e que parte da agricultura familiar. Depois do almoço fomos convidados para sentar em círculo na casa de eventos da comunidade, onde foi possível nos apresentar diante de algumas famílias representada no assentamento Palmares. Em seguida tivemos o prazer de ser recebido por uma das coordenadoras do assentamento Palmares, a líder comunitária, Antônia Mônica Dias, que faz parte da organização do evento naquela tarde ensolarada de frente a um espelho d’agua exuberante de onde a comunidade desfruta do lazer e da pesca. [pic 4]

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