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PANORAMA DO AGRONEGOCIO NO BRASIL: IMPACTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS

Por:   •  19/11/2018  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.896 Palavras (8 Páginas)  •  329 Visualizações

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PANORAMA DO AGRONEGÓCIO NO BRASIL: IMPACTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS

Jayme Sampaio da Silva Filho

Laís da Silva Portela

RESUMO

O presente paper é resultado de uma pesquisa bibliográfica, a qual buscou mostrar o panorama geral do agronegócio no espaço geográfico brasileiro e suas conseqüências ambientais e sociais. É notório que o agronegócio tomou uma proporção extraordinária nas terras brasileiras, já que boa parte da mesma é apta a agricultura e a pecuária visto que se encontra em uma grande faixa intertropical, e toda essa expansão forçou com que os pequenos agricultores fossem menos contemplados por conta da pluralidade de cultura e produção para consumo interno contrário a monocultura e a exportação do agronegócio. Reflexos de uma divisão territorial desigual e que prevalece detentores do capital, ainda hoje há um grande problema quando se põe em pauta demarcações de terras indígenas.

Palavras-chave: Pequeno Agricultor; Problemas Sociais; Agropecuária; Agricultura; Terras Indígenas.

1 INTRODUÇÃO        

No Brasil a agricultura surgiu como uma grande atividade econômica desde o século XVI com a monocultura de cana-de-açúcar apoiada no regime escravocrata, possuindo 62% da área do seu território com potencialidade agrícola, com chuvas regulares e climas diversificados, esses fatores geográficos fazem do país um lugar de vocação natural para a agropecuária e todos os negócios relacionados à suas cadeias produtivas. O agronegócio é hoje a principal locomotiva da economia brasileira e responde por um em cada três reais gerados no país. Mas foi somente em 1970 que o agronegócio se alavancou no país.

O agronegócio corresponde à junção de diversas atividades produtivas que estão diretamente ligadas à produção e subprodução de produtos derivados da agricultura e pecuária. Atualmente responsável por 33% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, 42% das exportações totais e 37% dos empregos brasileiros.

        Entretanto, acompanhada dessa grande expansão no território brasileiro, vem os problemas sociais e ambientais causados pelo grande uso de agrotóxicos e desmatamentos exorbitantes para a produção de carne. Desde o início o agronegócio surgiu em contraposição à produção de subsistência, atividades agropecuárias de pequena escala e com menos capital investido, pois estes segundo Alentejano (1997, p. 23), “[...] não se adéquam ao padrão tecnológico disponível” e não suprem a necessidade do capital.        

2 DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO AGRÍCOLA/AGROPECUÁRIA

        Em análise aos dados do PIB do agronegócio entre 1994-2008, em valores, houve aumento, passando de R$555,8 milhões em 1994 para R$764 milhões apurados em 2008, o que representa 37,5% de incremento no período. Nos últimos anos, poucos países tiveram um crescimento tão expressivo no comércio internacional do agronegócio quanto o Brasil. Em dez anos, o país dobrou o faturamento com as vendas externas de produtos agropecuários e teve um crescimento superior a 100% no saldo comercial. (MAPA, 2009)

        É notável, entretanto, que o clima privilegiado, o solo fértil, a mão-de-obra qualificada e a disponibilidade de água fazem com que o Brasil tenha uma condição singular para o desenvolvimento da agropecuária e todas as outras áreas do agronegócio, e acrescido de alta tecnologia tem atraído cada vez mais investimentos internacionais nos últimos anos.

        A agricultura brasileira fortalecida pela natureza pode até obter duas safras de grãos por ano. A produção de grãos no Brasil de 1990 pra cá cresceu mais de 131%, e todo esse avanço se deve principalmente as pesquisas na área e o emprego de técnicas mais avançadas, a correção dos solos e a recuperação de áreas degradadas de pastagens e outras culturas.

        A cana-de-açúcar introduzida no território brasileiro no período colonial representa, ainda hoje, uma das principais culturas da economia. O país é o maior produtor mundial de cana, com uma área plantada de 5,4 milhões de hectares e uma safra anual de cerca de 354 milhões de toneladas. Em consequência disso, também é, naturalmente, o mais importante produtor de açúcar e de álcool. 

Em termos regionais, o Brasil apresenta dois períodos distintos de safra de cana-de-açúcar: de setembro a março no Norte-Nordeste, e de abril a novembro no Centro-Sul. Assim, o país produz etanol durante praticamente o ano todo. As melhores destilarias produzem aproximadamente 85 litros de etanol anidro por tonelada de cana. As usinas têm produção em torno de 71 kg de açúcar e 42 litros de etanol para cada tonelada de cana processada.

        Não ficando de lado, a agropecuária também teve sua grande expansão no espaço brasileiro. O Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo, com 220 milhões de cabeças, sendo uma das maiores atividades econômicas do agronegócio brasileiro, contribuindo significativamente para a pauta de exportações do complexo cárneo (CNPC, 2008).

        Segundo o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a produção interna de carne de frango, somou 5,9 milhões de toneladas em 2003; já os rebanhos bovino, suíno, ovino, caprino e bubalino foram de, respectivamente, 195.552, 32.305, 14.556, 9.582 e 1.149 cabeças no ano de 2003. Esse complexo de carnes, também investe no campo das pesquisas que envolvem melhoramento genético, por conseguinte, maior parte do território dedicado a agropecuária está livre de doenças como a da “vaca louca”, gripe aviária – vírus que tem contaminado bastantes aves na Ásia – e a peste suína.

3 PROBLEMAS SOCIAIS E AMBIENTAIS ACARRETADOS PELO AGRONEGÓCIO

O triunfalismo do agronegócio – alvo de corporações multinacionais – no espaço geográfico brasileiro vem mostrando o quão vulnerável é a economia de um país grande exportador de produtos agrícolas com baixo valor agregado. Acredita-se que o agronegócio é responsável pela geração de 37% mais empregos no país, porém não se põe em questionamento o fato dos trabalhadores rurais serem contratados somente em época de plantio e colheita – dependendo da cultura nem nessas fases são necessários –, e no intervalo entre essas duas fases os mesmos ficam a mercê do Estado, que auxilia e incentiva a expansão exorbitante da monocultura e de uso de aparatos tecnológicos que substituem o homem no campo.

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