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QUILOMBOLAS NA REGIÃO DOS LAGOS

Por:   •  30/7/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.892 Palavras (8 Páginas)  •  611 Visualizações

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TEMA:  QUILOMBOLAS NA REGIÃO DOS LAGOS

A Educação após Abolição, e sua característica na Atualidade em Cabo Frio. 

Atualmente a  Escola Agrícola Municipal Nilo Batista, está  localizada em Cabo Frio, Rio de Janeiro, que tem presença majoritária de alunos provenientes de quatro comunidades quilombolas e está localizada em área de remanescentes de quilombos para auxiliá-los na construção de sua identidade escolar e do seu projeto político pedagógico. Para isso, estudamos bibliografia adequada ao tema, realizamos pesquisa qualitativa para conhecer a escola mais o perfil dos alunos a que ela atende, apoiamos a formação dos professores no que se refere às questões de educação diferenciada quilombola, assim como produzimos material que auxiliasse o corpo docente a criar o seu de maneira a valorizar a história da comunidade em que a escola está inserida e a história do negro no Brasil – apoio à implementação da Lei 10.639. A Escola Agrícola Municipal Nilo Batista está localizada nas terras da antiga Fazenda Campos Novos,  assim como algumas comunidades onde seus alunos residem. Após a abolição da escravatura, essas terras foram divididas em sítios e nelas se organizou o trabalho agropecuário coletivo entre ex - escravos e proprietários de terras. A partir de 1950, o dono da fazenda vendeu suas terras, fato que obrigou as famílias a se instalarem em outros lugares ao longo do rio Una. Essas famílias, em 1960, foram obrigadas novamente a se mobilizarem, pois a Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia ocupou a extensão de 13 milhões e 800 mil metros próximos ao rio. Os moradores foram determinados a abandonar suas casas no mesmo dia em que foram avisados de que a Base Aérea seria instalada naquelas terras. Assim, ocuparam a área de restinga, onde vivem até hoje. Parte dessa área é a comunidade de Botafogo, onde alunos e ex-alunos da escola vivem. Essa comunidade fora escolhida para ser conhecida pela equipe de pesquisa por ter grande número de seus jovens matriculados na escola e por estar localizada mais próxima dela. Veremos a seguir as dificuldades específicas de um grupo étnico, num contexto espacial também muito específico em que há a iniciativa de um corpo do Estado – a escola Nilo Batista – preocupado não só com seu currículo escolar, mas também dedicada à construção da valorização e reconhecimento da história das comunidades quilombolas do seu entorno – Angelim / Preto Forro, Caveira, Botafogo e Rasa – onde os alunos residem, correspondendo a 80% do total de seus discentes. As dificuldades apontadas aqui dizem respeito à formação educacional da identidade quilombola dessa juventude, cujo processo de identificação relaciona-se com a prematura descoberta do que é ser quilombola; as discrepâncias sociais entre os moradores da área rural e do litoral de Cabo Frio; a expectativa de um futuro promissor na área do trabalho de gás e petróleo; a iniciativa da Escola Agrícola Municipal Nilo Batista em pretender afirmar a identidade negra remanescente de quilombo, valorizando o trabalho agrícola e a história do negro no âmbito nacional e principalmente regional. Vale ressaltar que a concepção da escola sobre a valorização do corpo discente e das comunidades em que ele vive está ligada também ao trabalho rural que é vinculado ao seu currículo escolar do ensino médio integral. Objetivos Através de pesquisa qualitativa, o objetivo foi colaborar com a emplementação da Lei 10.639 e Departamento de Educação Lei 11.645/08 a partir da realidade da Escola Agrícola Municipal Nilo Batista, que assiste jovens das comunidades quilombolas de Preto Forro, Rasa, Caveira e Botafogo. 

A ESCRAVIDÃO NO BRASIL

Ao pensar em escravidão, é difícil não lembrarmos dos portugueses, espanhóis e ingleses que comercializavam negros e superlotavam os porões dos navios, sendo tratados e vendidos de uma forma desumana por toda a região da América.

No Brasil a escravidão negra surgiu a partir da primeira metade do século XIV para a produção do açúcar. Os engenhos de açúcar eram instalados no Nordeste do país e os escravos eram traficados das colônias portuguesas na Africa para serem ultilizados como mão- de- obra escrava. Eles eram vendidos como mercadoria e eram tratados como objetos de valor trabalhista, podendo até o mais forte e saudável ser vendido pelo dobro do preço que valiam os mais fracos e velhos.

Aglomerados em condições desumanas nos porões dos navios que vinham da África para o Brasil,  muitos não chegavam até o meio do caminho, pois morriam por alguma doença, e seu corpos muitas vezes eram lançados ao mar ou ficavam ali entre os vivos no porão do navio.

Chegando ao Brasil eram levados para as fazendas de açúcar ou minas de ouro, sendo tratados da pior forma possível, sendo açoitados mal alimentados sem alguma possibilidade de higiene nos locais onde ficavam confinados e eram impedidos de exercer sua religião, pois a religião católica era imposta a eles, fazendo com que muitos de seus costumes fossem perdidos ou escondidos.

Após muitos anos de luta, no século do ouro (XVIII), os escravos poderiam comprar uma carta de alforria para terem sua liberdade, porém não era uma lieberdade concreta, pois sofriam muita descriminação e as oportunidades de trabalho seram precárias.

Mas os negros sempre buscaram uma vida digna e  quando não conseguiam comprá-la fugiam para florestas e com isso deram início a formação dos quilombos.

  •  DIAS, Heloisa; BARALDI, Glaucimara.História: Projeto Descobrir. 2ª edição, São Paulo,2011. Ed. saraiva.
  • http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/escravidao.htm

As comunidades remanescentes quilombolas e seus enfrentamentos

Sabemos que tudo aquilo que cerca a sociedade, as influências e atitudes faz parte de uma determinada cultura, ou seja, os conjuntos de hábitos sociais, manifestações que caracterizam um grupo social. E é de grande relevância não só conhecer as diversidades culturais que temos em nosso país, como também respeitar cada uma delas, como por exemplo: reconhecer que as relações raciais marcaram a história brasileira e influenciaram em todo contexto, se fazendo presente até os dias atuais, como o caso das comunidades remanescentes quilombolas.

Segundo Mello (2012), historicamente aprendemos que quilombolas eram aqueles que habitavam em quilombos, ex- escravos de origem africanas que conseguiam fugir das fazendas e engenhos e buscavam moradias nos quilombos. Uma organização que parecia com aldeias africanas, havendo divisão de trabalho e que viviam da agricultura e da pesca. Viviam de acordo com seus hábitos culturais, porém, eram comum os fazendeiros e donos de engenhos contratarem homens armados para desfazerem os quilombos e capturar  os escravos fugitivos, por isso muitos combates ocorreram, mas, os quilombolas que resistiam protegiam seus quilombos mantendo sua existência. Como o caso  de Zumbi, um líder do quilombo de Palmares.

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