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Relatório de Cartografia

Por:   •  26/3/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.828 Palavras (8 Páginas)  •  676 Visualizações

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RELATÓRIO

A aula de campo realizada na comunidade do distrito do baixio das palmeiras localizada na zona rural da cidade de Crato, Ceará. Atualmente a mesma anda em um grande processo de evidência, por ser uma região que conta com uma área de proteção e preservação ambiental e que cada vez mais está sendo atingida pelo processo de urbanização e globalização. Parte desta área foi desmatada para a construção das águas do cinturão, para a construção de loteamentos privados, o qual também ameaça destruir dois rios pertencentes a esta área, o rio dos Currais e o rio Constantino, que por conta deste desorganizado processo de globalização pode vir a se tornar uma rede de esgoto.

Lírio Nobre, o qual nos guiou durante toda a aula pelas comunidades, falando um pouco mais sobre a história do lugar, reside no sítio Baixio das Palmeiras, é formado em Geografia, foi professor na comunidade, está atualmente afastado, cursando mestrado na UFCA.

 A comunidade fica localizada no CRAJUBAR, ou seja, entre as três principais cidades da região metropolitana, Crato-Juazeiro-Barbalha. A aula iniciou-se no sítio Constantino em seguida passamos pela sequencia de sítios que ao total a comunidade conta com doze sítios, que são: Curais de Baixo, Curais de Cima, Muquém, Sitio Baixio das Palmeiras, Romualdo, Melo, Chico Gomes, São Vicente, Coqueiro, Baixio do Oitis, o Araticúm e a Chapada. Lembrando que cada povoamento deste distrito se originou a partir do processo de desenvolvimento da cana-de-açúcar e na construção dos engenhos, pois cada engenho que foi construído atraiu pessoas para os seus arredores até se formar todos os povoamentos hoje existentes, desta forma os engenhos da época tem toda uma ligação para com todos os sítios, pois foi a partir destes que a comunidade foi aumentando e se desenvolvendo.

Está ocorrendo um processo de urbanização, ou seja, um grande loteamento privado com uma base de mais ou menos mil casas. Esse loteamento inicialmente seria para o projeto social “Minha Casa, Minha Vida”, mais que foi uma tentativa para driblar, transformando essa área rural em área urbana, isso tudo em uma área de APA (Área de Preservação Ambiental). Onde tem dois rios, o dos Currais e o Constantino, todos dois certamente será área de esgoto, serão dos rios que vão ser destruídos por causa da urbanização. Tudo isso que está acontecendo, esses loteamentos que estão invadindo, que estão cercando essas comunidades rurais, eles tem um motivo de estar acontecendo, e o grande motivo seria o cinturão das águas do Ceará, essa grande obra que vai cortar o distrito ao meio, quatro comunidades elas vão ser impactadas, o Baixio do Oitis, Baixio das Palmeiras, Muquém e a Chapada. Essas quatro comunidades vão ser cortadas ao meio, antes uma tarefa de terra custava no mínimo mil reais dependendo do lugar, hoje uma tarefa de terra custa no máximo trinta mil reais onde se torna uma coisa absurda, tudo isso porque a população ver isso como progresso.

Há uma dificuldade de saber exatamente onde começa a APA (área de preservação ambiental) onde começa o limite rural com o urbano, e o limite entre as comunidades, a APA na verdade a delimitação não é através de uma cerca ou coordenadas, mas através das cotas de altitudes, que são aproximadamente 600 metros, que cria uma confusão porque são três Estados que preserva essa área de proteção, Pernambuco, Piauí e Ceará tem cotas diferentes para proteção, aonde chega a dificultar mais.

A nossa primeira visita foi a uma capela localizada no sitio Currais de Baixo a qual conta com todo um contexto histórico, seu primeiro oratório foi construído em 1908, que foi quando um Padre andando pelo aquela região trouxe a imagem e construiu o oratório. Já em 1932 uma senhora por nome Ana Pinheiro moradora do lugar vendo que havia sido destruído o oratório resolveu erguer uma capela com a mesma imagem naquele exato lugar, o qual apresenta toda uma visão da comunidade inclusive toda a paisagem da Chapada do Araripe.

O povoamento desta comunidade tinha uma economia regida através da cana-de-açúcar, porque os engenhos que estavam localizados na parte de cima produziam uma cana de melhor qualidade o que fazia com que a produção aumentasse para fornecer produtos bons e suficientes para as regiões vizinhas.

Comunidade Currais de cima e Currais de baixo, a dos currais e cima é de 1888, a economia da cidade de Crato, no processo Histórico. O que alavancou essa economia foi a cana de açúcar, então o povoamento dessa comunidade, ocorreu na sombra do engenho, porque inicialmente os engenhos da cidade do Crato eles eram na área de vale e com um tempo depois, perceberam que a rapadura que vinham dos canaviais de cima da encosta elas eram melhores, então os engenhos eles começaram a subir para a encosta da chapada, e foi se formando um engenho no São Vicente, que antigamente era chamado de romeiro. Chico Gomes, Romoaldo, Melo. Então cada povoado desses se tornou sítio a partir de engenhos, essas comunidades foram se dividindo em sistema de herança, e até hoje existe alguns latifúndios como, por exemplo, a família Pinheiros. Só depois conforme os engenhos foram se destruindo, foi quando o lugar começou a ser povoado.

Seguidamente formos conhecer a “Pedra dos índios” localizada no sitio Muquém, que tem nome provindo de origem indígena. Sabe-se que antigamente foram até o local algumas pessoas pra estudar os traços feitos naquela rocha, as inscrições que nela existem, porém até hoje não sabe ao certo se naquele lugar houve ou não a passagem de índios, ou seja, se ali já foi um sítio arqueológico. Apesar de já terem sido encontrados alguns fósseis e pedaços de cerâmica não se chegou a nenhuma conclusão, tem que haver um estudo mais detalhado para certificasse, mas a população da comunidade luta para que se algum sítio arqueológico for encontrado, que ele seja reconhecido. Há toda uma misticidade no lugar, com a utilização de coisas naturais para fazer chás e outras coisas, além de serem produzidas muitas coisas de barro e artesanatos que provavelmente também eram utilizados naquela localidade.

Na próxima parada observamos o Senhor Zé de Mecer falou um pouco sobre a casa de farinha, a qual era bastante utilizada por toda a comunidade, pois o cultivo da mandioca e de algodão foi por muito tempo praticamente a única fonte de renda das comunidades. Na casa de farinha eram produzidas a farinha da mandioca e a goma para a fabricação da tapioca e do beiju. Infelizmente a cultura foi deixando essa atividade para trás devido a modernização da produção da farinha e da coma por indústrias alimentícia e a comercialização desses produtos de forma bastante barata, o que fazia com que a produção manual não compensasse mais. Mas não deixou de ser de grande importância para a cultura da localidade, pois conta a sua história.

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