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Vidal, Vidais: Textos De Geografia Humana, Regional E Política

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Por:   •  27/4/2014  •  1.322 Palavras (6 Páginas)  •  906 Visualizações

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FICHAMENTO

PEREIRA, Sergio Nunes. Estados, Nações e Colonialismo: traços da geografia política vidaliana in: _____ HAESBAERT, R.; NUNES PEREIRA, S.; RIBEIRO, G. (dir.), (2012), Vidal, Vidais: textos de Geografia Humana, Regional e Política, Rio de Janeiro, Bertrad Brasil, pp.337-362.

“A natureza não estabelece leis nem forma com antecedência os quadros dentro dos quais se move o destino do estado. Assinala as condições e deixa à competição, lei universal dos seres vivos, o cuidado de obter resultados. (...)” Vidal de la Blache, A Geografia na escola primária. Pp. 337.

Sua geografia política se faz sentir também em textos de menor envergadura teórica, desobrigados da preocupação de instituir “princípios’ ou dialogar com a geografia alemã. Pp. 340.

Desde sua institucionalização, a Geografia Francesa esteve vinculada ao movimento colonial (Berdoular, 1981) fato que a impulsionou para a reflexão sobre domínios estabelecidos no ultramar e, por sua extensão, a especular acerca do papel a ser desempenhado pela França no cenário internacional. Pp 340.

“Toda obra de La Blache está imbuída de uma visão política a serviço do colonialismo francês” (Mamigonian, 2003:25). Pp 341.

(...), Horácio Capel (1989) apontou para a dualidade desse saber, caracterizado por uma matriz matemática (interessada em aspectos de esfera terrestre e em sua estrutura física) e outra histórica (pautada em informes descritivos advindos da observação e do inquérito). Tal dualidades atravessara os tempos desde a Antiguidade até o século XVII, vindo esmorecer no seguinte, devido à emergência das ciências especializadas da Terra e da cartografia topográfica, que absorve os conteúdos da geografia matemática para desenvolvê-los em âmbitos próprios. Dai que o saber geográfico, a partir dessa época, passe a ser identificado quase exclusivamente com sua matriz histórica, da qual se originaram manuais de geografia política ou civil – assim denominados desde fins do século XVII – e as chamadas corografias – descrições enciclopédicas de Estados e províncias, de ampla difusão no século XVIII e na primeira metade do XIX. Pp. 341-342.

A institucionalização efetica da geografia, na década de 1870, ocorreria antes mesmo de esta ter à mão novos paradigmas que lhe conferissem coerência e legitimidade científicas (tarefa a ser cumprida pelos formadores da nova disciplina, como Ratzel, Davis e Vidal). Pp. 342.

A importância política dos impérios (britânicos e alemão) e reinos (os demais países) é discutida a partir de critérios históricos, geográficos e militares, por fim, o teor enciclopédico já presente é acentuado através de itens sobre desenvolvimento urbano, vias de comunicação, atividades comerciais e a concentrações industriais, os quais emprestam ao livro, igualmente, uma feição de geografia comercial ou econômica. (Refere-se à obra Êtats et Nations de La Blache, 1889). Pp. 343.

Nossa intenção de avaliar o significado geográfico-político do livro não nos deve induzir a busca-lo apenas em sua objetivação mais corriqueira, vinda diretamente da lavra d eRatzel – as relações entre o Estado e solo. Pp. 343.

Sua maneira de encaminhar a discussão proposta, contudo, diferirá de Ratzel em pelo menos dois aspectos... pp. 344.

O Primeiro, bastante evidenciado na estrutura do livro, é o destaque dado a modos de existência social e cultural dos povos europeus, os quais de certa maneira, contrariam a primazia estatal da análise ratzeliana, tantas vezes sublinhada (Raffestin, 1993; Souza, 1995). Pp. 344.

Povos, portanto, seriam o resultado de uma sobreposição ou mistura de raças, transcorrida ao longo dos séculos. Já nação e nacionalidades aparecem vinculadas a processos de afirmação identitária, sustentados por argumentos linguísticos, religiosos ou, então, por vicissitudes hustóricas. Pp. 344.

Discutiremos de modo bem mais breve o segundo aspecto a diferir de Ratzel em Êtats et Nations, dado o fato de o mesmo se manifestar também (e mais claramente) no comentário posterior aos escritos do mestre alemão, que logo examinaremos. Trata-se da causalidade definidora da evolução dos povos e do Estados, que Vidal supõe um tanto rígida, pro vezes nas páginas de Anthropogeographie. Assim, sem desvalorizar os aspectos físico-naturais aos quais, em numerosos casos, tais povos e Estados estariam ligados, o autor recorrerá sobretudo à história para atribuir-lhes significado. Pp. 346

(...) “A influência do solo não se traduz hoje diretamente nas manifestações da vida contemporânea. Essencialmente múltipla e fluida, ela circula através da vida dos povos” (Vidal de la Blache, 1889:v-vi).

Embora apresente características originais e distintivas, Êtats et Nations não poderia deixar de apresentar, como qualquer obra geográfica francesa da época, um fundo ratzeliano.

Não surpreende, portanto, que seu texto tenha um tom menos complacente que o anterior, embora aceite em linhas gerais as proposições de Ratzel e as considere fundamentais ao desenvolvimento do ramo então mais acanhado da Geografia – aquele dedicado ao “elemento humano”, para utilizarmos a expressão de Raveneau. Pp. 349.

(...) o papel de intermediação exercido pela geografia dos seres vivos com relação aos fenômenos da geografia física – o mundo inanimado – e os da chamada geografia política – o mundo

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