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A EMERGÊNCIA ÉTNICA DE POVOS INDÍGENAS NO BAIXO RIO TAPAJÓS, AMAZÔNIA

Por:   •  19/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.259 Palavras (6 Páginas)  •  478 Visualizações

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INSTITUIÇÃO: UNIVERSDIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ

CURSO: BACHARELADO EM ARQUEOLOGIA

DISCIPLINA: ETNOLOGIA INDIGENA

DOCENTE: LUCIANA FRANÇA

DISCENTE: SARA P. DO CARMO 201500576.

RESUMO:

CAPÍTULO IV. SOBRE CONTINUIDADES E REELABORAÇÕES DA TESE DO PROFESSOR FLORÊNCIO ALMEIDA VAZ FILHO: “A EMERGÊNCIA ÉTNICA DE POVOS INDÍGENAS NO BAIXO RIO TAPAJÓS, AMAZÔNIA”.

        A tese apresentada do professor Florêncio é resultado de pesquisa de campo realizada entre 2008 e 2009, sobretudo em relação ao processo de formação de identidades étnicas que está ocorrendo no Oeste do Pará, envolvendo quarenta comunidades ribeirinhas resultantes do processo de catequese e colonização que se iniciou ainda no século XVII, que já foi chamado de “caboclização” sendo apresentado como um exemplo de um fenômeno mais amplo que ocorre em toda a Amazônia. Povos dados como extintos e outros dos quais não havia referências na literatura entram em cena, alterando a disposição das relações entre comunidades, organizações sociais, instituições e diferentes atores, e modificando a dinâmica interna dessas próprias comunidades. 

         Através do estudo da história da região foi possível mostrar que vários povos indígenas ali habitavam a época da chegada dos europeus, e que, desde então, suas sociedades foram profundamente impactadas por tudo o que significou a conquista: epidemias, escravização, catequese nas missões, a política do diretório, guerras etc. Paralelo a esse processo, os próprios indígenas e Mestiços empreenderam esforços de caráter coletivo para reorganizar, simbólica e materialmente, o novo mundo no qual se viram evolvidos, criando estratégias para resistir e continuar vivendo, dentro do possível de acordo com os modos de vida forjados pelas gerações que lhes antecederam.

      No capítulo em questão ele aborda como os indígenas estão conseguindo dar sentido à reivindicação identitária, a partir do uso de seus símbolos e práticas culturais e da própria memória histórica. Registra também como eles procuram mostrar continuidade com os índios do passado e de como eles reconstroem pontes para fazer a viagem de volta ao mundo que os sustenta e legitima como índios hoje. Tentando mostrar também como os indígenas agiram ao longo da história do contato com os europeus, a partir de um lugar cultural e uma posição identitária distintos, uma vez que a identidade indígena não havia sido abertamente assumida desde a repressão à Cabanagem, ou desde a segunda metade do século XIX. Apesar das profundas transformações por quais passaram essas comunidades, onde elas apresentam sinais distintivos de persistência cultural e identitária. (pág. 371-372)

        Mesmo com os choques pós-conquista, ela seguiu um processo, onde ele tenta captar de modo especial em dois contextos, às festas de santo e a pajelança. Tratando-os como partes significativas da cultura indígena, examinando como ocorreu, e ocorre, o processo de negociação.

             No primeiro tópico do capítulo em questão é registradas duas das estratégias de comportamento sendo o silêncio e indiferença, que os indígenas se utilizavam para que eles pudessem preservar suas crenças e cosmovisão frente à intolerância dos colonos, missionários e autoridades, com o intuito de ocultar as práticas religiosas e crenças. Num contexto cada vez mais repressivo sobre os antigos cultos, os índios tiveram que usar outras estratégias. Depois de 100 anos de catequese e culto aos santos católicos, as novas práticas religiosas certamente já influiriam sobre a forma de conservar os cultos antigos. Segundo o pesquisador o modo de ser mais arredio, desconfiado, calado, foi uma forma de adaptação à nova realidade de submissão e imposição cultural iniciada com a chegada dos europeus. Talvez um dos motivos desse comportamento mais retraído tenha sido ocasionado por conta dos enfrentamentos, em que os índios levaram a pior por conta do poder bélico que os europeus possuíam.

             A questão central é que os objetivos dos europeus eram a conquista das terras e a exploração das riquezas e da mão de obra dos nativos. Os choques seriam, assim, inevitáveis. Os Tapajó e outros indígenas tentavam, pela alternativa da colaboração, da submissão e do silêncio, escapar da destruição e genocídio Assim, foi sendo forjado um comportamento introspectivo, de evitar expor a sua visão de mundo, antes guardando para si. O fato de os indígenas não revelarem as suas ideias e representações aos estrangeiros e de não poderem mais praticar seus ritos e organizar as suas aldeias conforme as práticas tradicionais, não significavam, portanto, que eles já estivessem totalmente reduzidos ao mundo euro-cristão. O período das missões ajudou muito na formação do estratégico comportamento do tapuio/caboclo dissimulado, apático e calado, mas que, em alguns momentos, como nas festas, liberava-se.

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