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A INSERÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO INDUSTRIAL NO AMAZONAS

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Por:   •  5/6/2014  •  798 Palavras (4 Páginas)  •  568 Visualizações

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O capitalismo articulou diversas formas para expandir suas margens de lucro desde a Revolução Industrial, as fábricas eram a base para o sustento do capital. Com o passar do tempo estas foram inseridas em um só lugar, concentradas numa Zona ou Pólo em diversos países. No Brasil, a Zona Franca de Manaus teve importância fundamental para a expansão da economia regional (Norte) e inserção da mulher no mercado de trabalho fabril.

A princípio a ideia era de que o trabalho nas fábricas seria uma grande conquista para a mulher que desde os primórdios sempre foi tida como inferior e incapaz de realizar trabalhos igualmente aos homens, porém a realidade mostrou-se diferente da ideia. Iraildes Caldas relata em seu livro as atrocidades e abusos sexuais, morais e psicológicos que as operárias sofriam no âmbito trabalhista. O livro possui diversos relatos a respeito de mulheres que vivenciaram estes maus-tratos.

Aproximadamente 40% das operárias entrevistadas afirmaram ter passado por experiências de violência psíquica, sob o julgo facínora desse chefe de produção de nome Ramon, que é de nacionalidade espanhola. Ele passou por algumas empresas do Distrito Industrial de Manaus, "utilizando métodos terríveis de humilhação às pessoas, chamando as mulheres de prostitutas, que não prestavam atenção, porque estavam fazendo programa a noite, e que o local de trabalho não era para estar trepando ou pensando na relação sexual que teve a noite, ou que não teve" (RICARDO MORAES, entrevista/2001)

No Amazonas as mulheres conseguiram igualar-se quanto ao preenchimento das vagas disponibilizadas pela indústria, com a porcentagem de 50,4% segundo dados do IBGE, elas representavam maior participação que os homens. Isto porque o Amazonas concentrava quase 90% das fábricas de segmento eletroeletrônico, enquanto que no Estado do Pará que representa a 2ª maior potência industrial na região Norte, as empresas eram em sua maioria de trabalho manual pesado.

Em contrapartida ao equilíbrio da distribuição de força de trabalho, existia a diferenciação salarial em relação ao gênero masculino e feminino. Os homens recebiam o equivalente a 7 ou mais salários mínimos, enquanto que as mulheres no máximo 5 salários. A justificativa era que o salário da mulher apenas complementava a renda do companheiro (no caso o marido que era tido como o provedor da casa), para auxilio subsidiário da família. Justificativa esta sem fundamento já que com o passar do tempo a mulher tornou-se também chefe de família, muitas vezes mãe solteira, que dependia do salário de seu emprego para sustentar o lar.

Uma pesquisa do Censo 1970 aponta que 80% da força de trabalho feminina concentrava-se nos ramos de trabalho considerados precarizados, tais como: Serviços de Limpeza, Trabalho Doméstico, Costura, Comércio Ambulante, isto porque as famílias chefiadas por mulheres estão localizadas nas camadas pauperizadas da sociedade por conta da “capacidade de ganho mais baixo do que os homens”, por conta da Idade avançada e quase sempre do baixo nível de escolaridade.

No Distrito Industrial de Manaus a mão-de-obra feminina concentra-se no setor de montagem de produtos que é considerado monótono e sem criatividade, enquanto que os homens manuseiam as máquinas, algo desafiador e difícil de ser feito.

“ Quando eu entrei na Sharp em 1977, nós tinhamos duas horas

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