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A Invenção da Infância

Por:   •  27/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.548 Palavras (7 Páginas)  •  279 Visualizações

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HISTÓRIA

Nagela Maia dos Santos - Matutino

Raul Pereira de Lima Brenzink - Noturno

A Invenção da Infância

Professor(a):Patrícia Silva Lúcio

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LONDRINA 2019

INTRODUÇÃO

        

        A monografia proposta tem como objetivo trazer a tona questões acerca do surgimento/desenvolvimento da infância, expostos mediante a uma análise do livro “História social da criança e da família” de Philippe Ariès (1986). Debruço-me em analisar como o descobrimento da infância ainda se trata de algo bastante complexo mediante a fase moderna, onde como ressalta o filme “A Invenção da Infância”, uma curta-metragem dirigido por Liliana Sulzbach (2000): “Ser criança não significa ter uma infância”, tendo em mente que o tema ainda abrange um desequilíbrio que abala por completo o significado de ser criança.

CONTEXTO HISTÓRICO

        Philippe Ariès (1986) em seu livro “ História social da criança e da família” abordou de maneira ampla e explicitamente como se deu o processo de desenvolvimento, ou melhor dizendo de transformação da infância. Onde que de início eram vista como uma mera  figura sem importância ou significado, representadas em pinturas renascentistas como pequenos adultos, deixando assim de serem vistas e classificadas como crianças. O autor ainda debruça em sua obra que a transição do novo olhar moderno sobre a infância se deu devido a nova percepção de sentimento, que envolvia a relação entre pais e filhos.

        Pode-se dizer que a criança foi descoberta no século XVIII, em meio a retratos que puderam colocar-la em um lugar privilegiado, lugar esse que era totalmente desconhecido na Idade Média, onde a infância não existia, ou seja, não se tinha um espaço para ela na sociedade, e por tal motivo não precisavam ser lembradas, ou muito menos representadas por pintores.

“Até por volta do século XII ,a arte medieval desconhecia  a infância ou não tentava representá-la. É difícil crer que essa ausência se devesse  à incompetência ou falta de habilidade. É mais provável que não houvesse lugar para a infância nesse mundo.” (ARIÈS, Philippe 1986. p. 50)

A falta de representação se dava pelo motivo do qual crianças morriam a toda hora e a qualquer momento, consequência essa exclusivamente da demografia da época. Não se tinha em mente pintar quadros ou simplesmente guardar lembranças de crianças, que quando ainda vivas suas recordações eram deixadas de lado, já que no período a infância era apenas uma fase. No entanto quando mortas, eram simplesmente apagadas da memória e enterradas no quintal da casa, como se fossem animais.

“Não se pensava, como normalmente acreditamos hoje,  que a criança já contivesse a personalidade de um homem. Elas morriam em grande número. “Às minhas morram todas pequenas”, dizia ainda Montaigne {...} A criança era tão insignificante, tão mal entrada na vida, que não se temia que após a morte ela voltasse para importunar os vivos.” (ARIÈS, Philippe. 1986. p 57)

O sentimento da família com a criança não existia, o motivo ficou bem explícito no parágrafo acima: era considerado como algo banal, visto que os pais poderiam perder seus filhos a qualquer momento. Mediante a esse fato, Ariès ressalta que se faziam um número elevado de filhos com a esperança que pelo um chegasse a fase adulta.

Foi somente em meados do século XVII, que se passou a ter um sentimento, ou melhor dizendo, um cuidado maior com a criança. Ainda que não se tenha mudado muita coisa foi nesse período que o mortalidade passou a ser transformada em natalidade, a preocupação dos pais com as crianças levou a vacinação e a prevenção delas contra a varíola, doença essa que assombrou até o século XIX, além do mais, práticas de higiene básica começaram a ser implantadas no cotidiano dessas famílias gerando assim, a redução da mortalidade infantil.

O livro de Ariès deixa claro que crianças antes representadas como pequenos homens robustos e anjos adolescentes passaram a classificar o que conhecemos hoje na época moderna, no entanto o conceito de infância ainda enfrenta grandes irregularidades que deixa por desentender qual o significado de ser criança.

DESENVOLVIMENTO

O filme de curta-metragem dirigido por Liliana Sulzbach (2000) “A invenção da infância” enfatiza o tempo todo a respeito do que é ser criança no mundo contemporâneo. Se tem em mente que o conceito de criança nem sempre existiu, e isso ficou claro com a leitura de Philippe Ariès. O autor enfatiza que nos séculos XV e XVI a criança era representada em pinturas, com o intuito de validar a obra com a graça e a simpatia que dotava seu olhar. E podemos por assim dizer, que foi nesse mesmo contexto que a infância se deu por descoberta.

Entretanto a realidade atual, ou melhor passada no documentário, não condiz com essa realidade pintada nos quadros no século XV, a não ser, quando interpreta por outro ponto de vista, no qual crianças estão sempre envolvidas no cotidiano dos adultos. Em uma análise mais ampla sobre o livro de Ariès, mas precisamente na unidade 3, capítulo 2 “Da família medieval à família moderna” o autor enfatiza que crianças eram colocadas no meio adulto para aprenderem a viver:

“De modo geral, a transmissão do conhecimento de uma geração para outra  era garantida pela participação familiar das crianças na vida dos adultos. {...} Às cenas de vida quotidiana constantemente reunia crianças e adultos.”  (ARIÈS, Philippe. 1986. p 230)

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